Pecuaristas que integraram o projeto Polo de Excelência em Genética Taurina (PoloGen) vêm obtendo avanços que resultam em maiores lucros na atividade rural
Pecuaristas familiares de Cacequi, no interior do Rio Grande do Sul, vêm melhorando seus rebanhos bovinos com o uso de conhecimento e genética de qualidade. Inseridos no Polo de Excelência em Genética Taurina (PoloGen) desde 2015, diversos produtores do município têm alcançado resultados animadores principalmente quanto à uniformidade dos lotes (tamanho e padrão racial), maior peso ao nascer e ao desmame, maior valor de venda e incremento na produtividade dos rebanhos e consequente lucratividade.
A propriedade do produtor Dagoberto Aguirre é um bom exemplo de avanço no melhoramento genético dos animais. Em 2017/2018, as vacas acasaladas/inseminadas na sua propriedade deram origem a 21 terneiros (nascidos em agosto e setembro de 2018) e 9 terneiros (nascidos em outubro e novembro de 2018). A média de peso ao desmame dos dois lotes ficou em aproximadamente 190 kg. A média de peso ao desmame na propriedade antes do projeto era de 170 kg. Os resultados são comemorados pelo produtor.
“Antes a gente não tinha acesso a esses conhecimentos e genética de qualidade para melhorar nossos rebanhos. O projeto trouxe um melhoramento muito grande na parte dos rebanhos, recebemos também uma capacitação em inseminação artificial na Fundação Bradesco. A gente tinha nossa produção, mas agora visivelmente melhorou na questão de peso, melhoramento genético. Antes a gente tinha nossa produção por intermédio de acasalamento com touros, mas hoje a gente viu que é muito importante a inseminação, para padronização, os nascimentos na mesma época, facilita para vender também, para nós foi muito gratificante trabalhar com o pessoal da Emater e Embrapa”, destacou Aguirre.
As informações de quatro anos do PoloGen em Cacequi foram apresentadas em um Dia de Campo realizado na propriedade de Aguirre, em abril, na localidade de São Lourenço. Conforme a médica veterinária do escritório municipal de Cacequi da Emater/RS-Ascar, Mônica Foldenauer, que acompanha as propriedades inseridas no projeto, o evento contou com a participação de 80 produtores, que puderam conhecer de que forma funciona o PoloGen e como os produtores inseridos no projeto conseguiram melhorar geneticamente seus rebanhos, resultando em mais renda para eles.
“No meu ponto de vista, como extensionista, entendo que programas como o PoloGen são de fato ações que trazem resultados concretos para o pequeno produtor rural. Foi uma oportunidade única para esses pecuaristas familiares, que muitas vezes enfrentam dificuldades até no deslocamento à sede do município, ter acesso a uma genética de cabanhas renomadas do Estado e ainda com garantia de testes realizados pela Embrapa. Podemos comprovar isso, uma vez que aqueles produtores que participaram do programa tiveram, após ver os resultados a campo, a iniciativa de seguir por conta própria o manejo de inseminação, procurando material genético de qualidade no mercado, arcando com os custos desse investimento”, pontua Mônica.
Entenda o PoloGen – Sediado em Bagé (RS), na Embrapa Pecuária Sul, o PoloGen leva genética qualificada para o produtor, com a doação de sêmen de touros avaliados como superiores pelos programas de melhoramento genético, possibilitando, assim, com a inseminação de vacas selecionadas na propriedade, a melhora dos rebanhos comerciais desses pecuaristas. Desde seu início, o projeto realizou mais de 3 mil doações de doses de sêmen para propriedades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Fruto de parceria da Embrapa com a Emater/RS-Ascar, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/RS) e as associações de raças taurinas e sintéticas, o PoloGen tem se destacado como instrumento de melhoramento genético e de difusão de raças bovinas taurinas.
Conforme a pesquisadora da Embrapa e coordenadora do projeto, Bruna Sollero, o trabalho busca aumentar a quantidade de animais avaliados e disseminados, garantindo a inclusão do maior número de produtores com acesso a essa genética de qualidade. Tudo isso com a possibilidade de retroalimentar a pesquisa na área de melhoramento genético, com os dados que retornam das propriedades participantes do polo.
“Além do produtor começar a verificar a melhora produtiva dentro da propriedade dele, por exemplo, com o monitoramento do peso ao desmame dos animais ao serem vendidos, o retorno dos dados para os pesquisadores ajuda a confirmar o potencial de um touro, porque nós inserimos estes dados de filhos advindos de diferentes ambientes nas próximas avaliações desses touros”, explica Sollero.
“Com o apoio imprescindível da Emater, hoje já são oito regiões alcançadas pelo projeto no Rio Grande do Sul, mais de 50 propriedades registradas no projeto, mais de três mil doses doadas e 30 touros jovens testados, além de centenas de terneiros nascidos com o desempenho monitorado”, completa a pesquisadora.
Onde está o PoloGen? – O PoloGen vem trabalhando para disseminar genética qualificada entre pecuaristas familiares. O projeto já vem sendo desenvolvido em nove cidades do Rio Grande do Sul: Santo Antônio das Missões, Caçapava do Sul, Bagé, Aceguá, Butiá, São Francisco de Assis, Santana do Livramento, São Borja e São Martinho da Serra, além de Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
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