Iniciativa da ABIOVE combate ao desmatamento do bioma Amazônia e contribui para a garantia do ciclo da água que abastece as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul
No Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, é fundamental falar sobre a relação entre a Amazônia e a água. A disponibilidade dos recursos hídricos do Brasil depende diretamente da conservação da floresta desse importante bioma, que além de garantir a preservação dos rios com as matas ciliares, possui papel fundamental no regime de chuvas do País.
Segundo estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), uma árvore com copa de 10 metros de diâmetro é capaz de bombear para a atmosfera mais de 300 litros de água em forma de vapor em um único dia. A estimativa é que existam cerca de 450 bilhões de árvores na Amazônia, tornando a quantidade de vapor de água evaporada pelas árvores da floresta amazônica da mesma ordem de grandeza, ou até superior, que a vazão do rio Amazonas (200.000 m³/s). Toda essa água é devolvida na forma de chuva, que, por meio dos chamados “rios voadores”, transportam a água rumo às regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
“Trabalhar para a preservação de todo o bioma Amazônia é, portanto, fundamental também para assegurar o ciclo hídrico do nosso país, garantindo o fornecimento de água necessário para a qualidade de vida da população e as condições necessárias para que a agricultura de nosso País cresça de forma sustentável”, explica Bernardo Pires, gerente de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE). “É por compreender essa relevância, que a entidade atua desde 2006 para ampliar a produção agrícola somente em áreas já abertas e garantir a preservação da maior floresta tropical do mundo por meio da Moratória da Soja”.
A Moratória é um compromisso assumido por todo o setor produtivo com o apoio do governo, Organizações Não Governamentais e sociedade civil para produção de soja livre de desmatamento. Esta iniciativa pioneira é reconhecida nacional e internacionalmente por sua importância no combate ao desflorestamento associado à cadeia produtiva de soja no bioma Amazônia, contribuindo para a manutenção do efeito “bomba d’água” da floresta amazônica e dos recursos hídricos nacionais formados a partir dela.
A Moratória da Soja bloqueia a aquisição do grão proveniente de áreas de desmatamento, por meio de análises feitas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Ao longo dos 12 anos de vigência do programa a área total desmatada no bioma foi de 10,4 milhões de hectares. Sendo que apenas 64 mil hectares associados à soja, cuja produção não foi comercializada pelas empresas associadas à ABIOVE e Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC). A iniciativa também fomentou a expansão da soja no bioma Amazônia somente nas áreas que já se encontravam abertas antes de julho de 2008, portanto, livres de desmatamento, dado que a área de soja no bioma passou de 1,7 milhão para 4,6 milhões de hectares de 2008 a 2018, o que representa 170% de expansão em 10 anos.
Contando que a demanda por alimentos no mundo vai crescer 70% até 2050, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), quando a população mundial chegará a 9,1 bilhões de habitantes, é fundamental que o cultivo tenha o menor impacto possível nos recursos hídricos. Sendo assim, assegurar a preservação da Amazônia é uma forma de garantir que a floresta siga trazendo para o continente a umidade captada pelas árvores, que cai como chuva sobre as regiões cultiváveis do Brasil, garantindo o protagonismo nacional na produção de alimentos para mundo.
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