Companhia estuda ampliação de 700 quilômetros para interligar Rondonópolis à Cuiabá e Sorriso. Projeto conta com apoio de entidades e lideranças políticas mato-grossenses
Para otimizar as operações ferroviárias no Centro-Oeste e incrementar a logística do agronegócio mato-grossense, a Rumo apresentou nesta semana a proposta de ampliação da Malha Norte – que forma, com a Malha Paulista, também sob concessão da Rumo, o principal corredor de exportação do País, ligando Rondonópolis ao Porto de Santos (SP). O estudo prevê um investimento de R$ 6 bilhões em obras para viabilizar um novo trecho com 700 quilômetros de extensão entre Rondonópolis e Sorriso, passando pela capital, Cuiabá. Os incrementos logísticos impactarão fortemente a economia da região, tanto por conta do escoamento de grãos de Sorriso como pelo aumento da circulação de cargas industriais e bens de consumo na capital mato-grossense.
O assunto foi debatido nesta segunda-feira (dia 10/09) no encontro “Ferrovia em Cuiabá, integração e desenvolvimento”, realizado pelo Fórum Pró-Ferrovia na capital mato-grossense. Durante o encontro, o diretor regulatório institucional da Rumo, Guilherme Penin, explicou a importância dessa extensão da Malha Norte: “Chegar a Sorriso permitirá escoar a produção agrícola do Meio-Norte, pois será melhor atendida pela ferrovia. No caminho, os trilhos alcançarão também a região de Cuiabá, que constitui o maior centro consumidor e industrial do estado”. Trata-se de uma área de baixo impacto ambiental e que propicia sinergia com as atuais oficinas, postos de abastecimento e equipamentos de manutenção de via que a Rumo administra em Mato Grosso.
A construção desse novo trecho está atrelada ao processo de renovação antecipada da concessão da Malha Paulista, que foi aprovado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no dia 29 de agosto, e publicado no Diário Oficial da União (DOU) dois dias depois. Esta é uma etapa fundamental para a conclusão do processo. A proposta agora se encontra sob análise do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, seguindo depois para a análise a aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU).
A prorrogação da concessão por mais 30 anos (até 2058) viabilizará R$ 6 bilhões em investimentos, elevando a capacidade de transporte entre Rondonópolis (MT) e Santos (SP) dos atuais 30 milhões de toneladas/ano para 75 milhões de toneladas/ano. Ou seja, um crescimento de 150%. Esse aporte será direcionado a duplicações de trechos, modernização das vias, ampliações de pátios e obras diversas para reduzir os impactos urbanos nas cidades por onde os trilhos passam.
A resolução do gargalo representado pela Malha Paulista abrirá caminho para a extensão da Malha Norte até Cuiabá e Sorriso. A concessionária estuda quatro possíveis traçados para essa extensão, todos ainda em fase de análise de viabilidade técnica. Contabilizando todas as etapas de planejamento e execução, a previsão é que as operações possam ser iniciadas em 2023.
Durante o encontro, representantes do Fórum Pró-Ferrovia em Cuiabá assinaram um documento de apoio à expansão da Malha Norte e também à renovação da concessão da Malha Paulista, que será encaminhado ao Ministério dos Transportes e ao TCU. Entre os signatários, estão; a Prefeitura e a Câmara de Vereadores de Cuiabá; o governo do estado do Mato Grosso; o Consórcio do Vale do Rio Cuiabá (composto por 13 municípios); o senador Wellington Fagundes, representando o Senado Federal; o deputado federal Nilson Leitão, representando a Câmara dos Deputados; e entidades que integram o Fórum Pró-Ferrovia (CDL, FCDL, OAB-MT, FIEMT, AEDIC, FEMAB, Sebrae, Porto Seco, Fecomércio MT, Sinduscon MT, Trade Turismo, Aprosoja Mato Grosso, Corecon MT, UFMT, Crea, Famato e Sindipetroleo) – o que evidencia o caráter suprapartidário que marcou tanto o evento quanto o apoio ao projeto da Rumo.
A Rumo é a maior operadora de ferrovias do Brasil e oferece serviços logísticos de transporte ferroviário, elevação portuária e armazenagem. A companhia opera 12 terminais de transbordo, 6 terminais portuários e administra mais de 12 mil km de ferrovias nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. A base de ativos é formada por 1.000 locomotiva e 25.000 vagões.
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