Técnicos e pesquisadores se reuniram para testar ferramentas de avaliação da sustentabilidade dos sistemas de produção
Na última semana de agosto, cerca de 20 técnicos e pesquisadores da Embrapa, Epamig e UFMG estiveram reunidos na Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora – MG, para um curso de capacitação em ferramentas de avaliação da sustentabilidade em propriedades do Balde Cheio. O objetivo foi selecionar uma metodologia adequada para ser utilizada nas propriedades participantes do programa.
Foram testadas duas ferramentas: a Apoia Novo Rural (desenvolvida pela Embrapa Meio Ambiente) e a ISA – Indicadores de Sustentabilidade em Agrossistemas (desenvolvida pela Epamig, UFMG e Embrapa Milho e Sorgo). A expectativa é de que, no próximo ano, outras duas ferramentas sejam objetos de teste: a SAFA (Avaliação da Sustentabilidade dos Sistemas Alimentares e Agrícolas), desenvolvida pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e a RISE (Avaliação de Sustentabilidade por Respostas Induzidas).
Segundo o analista da Embrapa Gado de Leite, Fábio Diniz, é importante estabelecer parâmetros de comparação entre as metodologias e optar pela que mais se adequa às características das propriedades do Balde Cheio. Sobre qual será utilizada, o analista diz que serão os técnicos que prestam assistência aos produtores inscritos no programa que irão decidir. Para isso, cada uma delas será testada nas propriedades do Balde Cheio.
Nesse primeiro evento, a Apoia Novo Rural e a ISA foram aplicadas em duas fazendas na região de Juiz de Fora. Ambas participam do Balde Cheio há cerca de dez anos e tiveram a produção e a produtividade aumentadas com as orientações dos técnicos e a implantação dos métodos do programa. Embora a sustentabilidade ambiental estivesse presente no programa, na origem do Balde Cheio, o foco era o sistema de produção, priorizando a dimensão econômica da atividade. A adoção de uma metodologia sistêmica, que envolve aspectos ambientais, é uma proposta inovadora e tem a expectativa de tornar a atividade mais sustentável.
“A sustentabilidade envolve as dimensões econômica, ambiental e social. Deve haver um equilíbrio dinâmico entre as dimensões”, explica Diniz. As ferramentas de avaliação são capazes de identificar a fragilidade do sistema e apontar quais as dimensões precisam receber maior atenção. Diniz reforça que, embora os produtores se mantenham focados na lucratividade do negócio, a dimensão ambiental tem ganhado importância no meio. “Após a crise hídrica e o surgimento de algumas pragas, o produtor passou a ficar mais sensível ao tema”, completa.
Rubens Neiva – Jornalista
Núcleo de Comunicação Organizacional
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