É preciso atenção para optar pelo modelo certo e não cair na armadilha ao tentar fazer as modificações

Margens apertadas, insumos caros, o clima que oscila a cada semana, assim, o produtor rural passa 2024 com muitas turbulências. Neste cenário é preciso estratégias para diminuir os custos e otimizar as operações e com isso muitas vezes ele acaba optando por escolhas que talvez não sejam tão benéficas, pelo contrário, cause até prejuízos. É o caso de alguns agricultores que têm recorrido a oficinas ou mecânicos para transformar distribuidores de insumos que são mecânicos em hidráulicos.

O especialista da Piccin Equipamentos, engenheiro agrônomo e coordenador de serviços ao cliente, Thiago Piccin (foto abaixo), explica que esta prática tem se intensificado no campo e sendo vista com mais recorrência nas fazendas. “No entanto, essa transformação pode trazer riscos, já que adaptações feitas fora de fábrica podem não garantir a precisão e a durabilidade desejadas. Além disso, modificações mal executadas resultam em falhas operacionais, menor desempenho e até mesmo acidentes, comprometendo a segurança e a eficiência da máquina”, alerta.

Os distribuidores mecânicos funcionam com componentes, engrenagens e eixos, que distribuem a força de tração diretamente do implemento para o sistema de distribuição. “Geralmente, é mais simples, menos custoso, mas oferece menos controle e precisão na distribuição do insumo”, explica o profissional.

 

Já o modelo hidráulico pode funcionar utilizando o sistema hidráulico do trator ou de maneira independente, com um próprio. “Essa configuração permite um maior controle sobre a velocidade e a taxa de aplicação, possibilitando ajustes precisos e uma distribuição mais uniforme. Ele também pode ser integrado com sistemas de agricultura de precisão, o que melhora a assertividade e a automação”, detalha Piccin.

Embora seja tecnicamente possível transformar um distribuidor mecânico em um hidráulico, essa modificação envolve a substituição ou adaptação de várias partes, como a instalação de um sistema hidráulico e a alteração dos componentes de controle e distribuição. Segundo o especialista da Piccin, os principais riscos dessa troca são:

  • Incompatibilidade de componentes: O uso de peças não originais ou adaptadas pode comprometer o desempenho do equipamento e a qualidade da distribuição.
  • Garantia: A transformação fora de fábrica anula a garantia do equipamento original.
  • Segurança: Sistemas hidráulicos mal adaptados podem causar vazamentos, falhas no controle da máquina e até acidentes, dependendo da qualidade da modificação.
  • Durabilidade do equipamento: A adaptação pode comprometer a durabilidade do implemento, especialmente se os componentes não forem corretamente dimensionados.

 

Prejuízo para o bolso – Quando o produtor opta por esse tipo de transformação pode amargar inúmeros prejuízos achando que está economizando com a aquisição de um novo equipamento. O primeiro é a redução da eficiência, pois se a adaptação não for bem executada, pode resultar em falhas no sistema hidráulico, irregularidades nas aplicações e, consequentemente, menor produtividade. “Com insumos com alto valor agregado, perder mesmo que pequenas quantidades podem gerar um impacto expressivo ao bolso”, reforça Piccin.

Além disso, modificações mal feitas geram até aumento nos custos de manutenção, já que os reparos e a substituição de peças danificadas se tornam mais frequentes. E ainda, mesmo que a conversão seja bem executada, o equipamento pode não alcançar a precisão igual a de um distribuidor hidráulico originalmente projetado de fábrica.

Para não ter todos esses problemas a Piccin recomenda que o produtor opte pela aquisição de um distribuidor hidráulico original, projetado de fábrica. “Com essa escolha, ele obtém maior precisão na aplicação dos insumos, especialmente quando integrado à agricultura de precisão, resultando em uma economia significativa por evitar desperdícios”, ressalta o coordenador. Outra vantagem é que optar pelo equipamento original preserva a garantia do produto, eliminando os riscos e prejuízos que podem surgir em conversões não certificadas.

Criado em 2022, o Grupo Piccin nasceu da Piccin Tecnologia Agrícola, atuante desde 1964. Composto por Piccin Equipamentos, Piccin Componentes e Piccin Inovação, o grupo tem como missão oferecer soluções que atendam diretamente aos desafios contemporâneos do agronegócio.

Rural Press