CEO da WoodFlow acredita em um cenário mais positivo para 2024, com expectativa de recuperação de mercados que estavam em recessão.
“A redução de 6% nos volumes de madeira exportados em 2023, dado revelado pela WoodFlow, ainda é reflexo dos altos estoques mundiais formados durante a pandemia. Além da redução de volume, os preços ficaram bem abaixo do que foi praticado no ano anterior”, analisou o CEO da WooFlow, Gustavo Milazzo.
A startup brasileira de exportação de madeira, WoodFlow, realizou um levantamento do comportamento das exportações de madeira em 2023. De acordo com os dados, o volume dos produtos monitorados apresentou queda de 6%, frente a 2022.
No gráfico divulgado, é possível observar que em todos os meses do ano passado, os volumes exportados ficaram abaixo do período anterior. Apesar do significativo crescimento do volume exportado em dezembro, frente a novembro (12%), o ano fechou com saldo negativo comparando com 2022. “Porém, se traçarmos uma linha de tendência dos volumes exportados é possível comparar que enquanto 2022 fechou em uma tendência de queda, 2023 fechou com uma tendência positiva”, analisou Gustavo Milazzo, CEO da WoodFlow.
Menor rentabilização do setor e um novo normal – Além da redução do volume, a WoodFlow analisa que os preços pagos pelos produtos monitorados tiveram redução de 29% no ano. “Mesmo com a redução do número de pedidos, os valores da madeira ficaram muito abaixo no ano passado. Muitos exportadores tiveram de usar medidas de contingência para poder se manter no mercado, como a redução da produção e cortes de custos”, disse Gustavo.
Segundo o CEO da startup, com a pandemia, houve um aumento significativo na procura global por produtos madeireiros e com isso os preços dispararam. Muitos industriais aproveitaram o momento para se rentabilizar e reinvestir em suas fábricas. “Naquela época não sabíamos ao certo como seriam os anos seguintes e o mercado, com medo de ficar desabastecido, formou altos estoques de produtos”.
“Porém, nos anos seguintes a demanda por madeira caiu, a inflação estourou em todo o planeta e os vendedores ficaram com seus estoques parados. Com isso, o número de pedidos nas fábricas caiu, bem como essa redução drástica nos preços”, complementou Gustavo.
2024 já sinaliza bons sinais para a economia, com as inflações mais controladas e a maioria dos grandes países estão reduzindo a taxa de juros, o que volta a movimentar o mercado de construções, sobretudo no maior comprador de madeira brasileira, os Estados Unidos.
Segundo o portal Global Wood Market, o preço da madeira nos EUA deve aumentar em 2024, influenciado pelos cortes nos juros e maiores investimentos no setor imobiliário. Fechado em 19 de dezembro, o índice que mede a liberação para construção de novas casas naquele país, cresceu mais de 1500 pontos em novembro. Esse índice é usado como termômetro da economia doméstica naquele país e, com isso, é possível considerar que a busca por madeira para construção civil irá crescer substancialmente.
“O exportador de madeira brasileiro está com melhores expectativas para 2024. Com a possível retomada de crescimento das principais economias mundiais e compradores dos nossos produtos, somado à redução dos altos estoques gerados durante a pandemia, reflete em uma perspectiva positiva para este ano novo”, finalizou Gustavo.
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