A cultura da soja desempenha um papel vital na segurança alimentar global, sendo uma fonte essencial de proteína e óleo. No entanto, a crescente instabilidade climática representa um desafio significativo para os agricultores, impactando a germinação e condução eficiente da cultura.

A soja (Glycine max) é uma cultura versátil, mas sua produção está cada vez mais sujeita às flutuações climáticas. O aumento na frequência de eventos climáticos extremos, como secas e chuvas intensas, representa ameaças diretas à germinação e ao desenvolvimento do cultivo. A safra 2023/24 está sendo marcada por um Super El Niño, e já se observam os impactos na agricultura brasileira em diversas regiões produtoras de grãos.

De acordo com o último boletim da safra de grãos divulgado pela Conab, o plantio está atrasado em relação ao mesmo período da safra 2022/23. Esse atraso é devido, principalmente, às precipitações irregulares nas regiões produtoras, sendo que muitas regiões já relatam ser o maior atraso dos últimos 5 anos. O fenômeno El Niño, que acarreta excesso de chuvas na região sul e falta delas nas demais regiões do país, tem também causado a necessidade de replantio em várias localidades, gerando prejuízos aos agricultores. Abaixo um comparativo entre a safra 2022/23 e 2023/24 para a região de Vera no Mato Grosso mostrando a redução do volume de chuvas no período em decorrência do El Niño.

Figura 1 Volume de chuvas (mm) no município de Vera – MT nas safras 22/23 e 23/24. Fonte: Aproclima (Aprosoja MT).

 

O atraso no plantio da soja impacta também a possibilidade de realização de uma segunda safra em algumas regiões do país. Dessa forma, além de prejudicar a principal safra do produtor de grãos, pode inviabilizar a safrinha e a oportunidade de maior produção de alimentos e geração de receita.

O comunicado técnico publicado pela Embrapa, referente ao programa de tecnologias para enfrentamento da seca na soja (TESS), evidenciou que a seca na safra 2021/22 desfalcou 396,7 milhões de sacas (60 kg) nos estados do RS, SC, PR e MS. A soja não produzida nessa safra significou um impacto de US$ 14,9 bilhões em 40% da área ocupada pela cultura da soja no Brasil (CONAB, 2022; IPEA, 2022).

Figura 2 Impacto da seca na safra 21/22 em diferentes regiões do Brasil. Fonte Embrapa.

 

Nesse contexto, as soluções de irrigação, como o gotejamento subterrâneo, se encaixam perfeitamente como uma ferramenta estratégica, possibilitando que o produtor tenha a oportunidade de realizar a germinação do cultivo independentemente das condições climáticas, mantendo a umidade do solo através de ciclos de irrigação, suprindo a demanda hídrica para o pleno desenvolvimento, floração e enchimento de grãos.

A irrigação por gotejamento subterrâneo permite a aplicação de água em baixo volume e alta frequência, com alta eficiência de aplicação, pois cada milímetro é colocado exatamente na zona radicular da cultura. Os tubos, que ficam enterrados a uma profundidade de 20 a 25 cm, contam com um fenômeno físico chamado capilaridade, que através de forças de coesão, adesão e tensão superficial, possibilita a ascensão da umidade, chegando às camadas superficiais do solo e consequentemente na região das sementes para proporcionar a germinação dos cultivos. Desta forma, produtores de todo o Brasil podem aproveitar as janelas ideais de plantio, independentemente das precipitações, podendo realizar até três safras no ano dependendo da região.

Na fazenda Primavera, localizada próxima a Sorriso, no Mato Grosso, o produtor possui o sistema de irrigação por gotejamento subterrâneo nas áreas não irrigadas pelos pivôs centrais, somando mais de 520 hectares somente com a tecnologia de gotejamento subsuperficial. A fazenda Primavera cultiva soja, milho e feijão na terceira safra, dessa forma necessita que a germinação da soja e feijão ocorra na época seca, independente do acumulado de chuvas. Abaixo é possível observar a umidade proporcionada pelo sistema de gotejamento subterrâneo, germinação e desenvolvimento da cultura da soja.

Figura 3 Fotos de diferentes ciclos da safra de soja na fazenda Primavera. © Netafim.

 

Outro exemplo está no sudoeste paulista, na região de Angatuba. O produtor aumentou sua área irrigada em 20%, chegando a irrigar 85% da área agricultável da fazenda utilizando a tecnologia de gotejamento subsuperficial integrada com os pivôs. O aumento da área irrigada da fazenda proporciona a verticalização da produção, possibilidade de realização de mais safras no ano, flexibilidade para o plantio e germinação independente das chuvas. Na imagem abaixo, umas novas áreas irrigadas por gotejamento subterrâneo com a cultura do feijão plantado em 08/08/2023, germinadas utilizando o sistema Netafim.

Figura 4 Área harmonizada de irrigação entre gotejamento subsuperficial e pivô central na região de Angatuba. Fonte: Netafim

 

Ao optarem por tecnologias inovadoras, como o gotejamento subterrâneo, os agricultores não só enfrentam os desafios impostos pelas condições climáticas, mas também fomentam uma abordagem sustentável capaz de revolucionar a agricultura. Essa escolha não apenas assegura um futuro com maior segurança para o produtor de grãos, mas também promove a robustez e a eficiência do setor agrícola como um todo.”

Fundada em um pequeno kibbutz em Israel há mais de 50 anos, a Netafim é pioneira e líder mundial em soluções para irrigação. Com atuação em mais de 110 países, chegou ao Brasil na década de 1990, com um portfólio completo de produtos e soluções inovadoras de irrigação por gotejamento, que visam contribuir com o eficiente uso da água, aumentando a produtividade na agricultura e trazendo mais tranquilidade ao produtor rural.

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