O Brasil enfrentou um mês de novembro de condições meteorológicas históricas como nenhum outro, com máximas recorde em todo o país, secas extremas nas regiões Norte e Central, bem como inundações mortais no Sul. A culpa é, em parte, de um padrão climático do El Niño particularmente forte, associado aos efeitos das alterações climáticas. Mas agora que as previsões indicam que o fenômeno El Niño deve durar até abril de 2024 e o verão se aproxima, os brasileiros querem saber o que esperar nos próximos meses. Não há surpresas ao aguardar novos recordes de temperatura, tempestades e um aumento da procura de produtos para se refrescar como água, sorvetes e aparelhos de ar-condicionado.
“Não esperamos que o El Niño cause anomalias climáticas extremas, mas identificamos alguns desvios nas condições padrão”, comenta Alex Ganshin, CEO da Meteum, especialista em previsão climática. “É claro que esses desvios ainda têm o potencial de causar grandes interrupções e deixar o país em condições perigosas, mas com previsões mais precisas, esperamos que todos possamos nos preparar e mitigar danos o máximo possível.”
A Meteum está aproveitando o poder da IA, analisando e visualizando mais de 160 milhões de previsões por minuto para cada ponto no mapa mundial, fornecendo previsões altamente precisas com intervalos de até dez minutos e localização de um quilômetro quadrado. “O uso dessas novas tecnologias nos permite fornecer previsões meteorológicas mais precisas e muito mais rápidas do que o sistema de simulação meteorológica padrão do setor – o High Resolution Forecast (HRES)”, acrescenta Alex.
Para o verão no Brasil, a Meteum identificou que a temperatura média nos próximos seis meses deverá ser 1°C mais quente do que a normal climatológica, e 1,5°C mais quente do que no ano passado. As maiores anomalias de temperatura devem acontecer em Manaus, Goiânia, Brasília e Campo Grande, que terão máximas médias 1°C mais quentes do que o esperado. E os brasileiros podem esperar ver mais recordes mensais de temperatura quebrados em novembro, especialmente em cidades como Brasília, Salvador, Manaus, Goiânia, Belém, São Luís e Campo Grande. Em dezembro, provavelmente serão batidos mais recordes em Brasília, Goiânia, Belém e São Luís, e em abril a modelação da Meteum prevê que Manaus volte a registar temperaturas recorde.
Em termos de precipitação, o maior aumento é esperado em Porto Alegre que, segundo as previsões da Meteum, receberá 23% de precipitação a mais do que o normal, enquanto no outro extremo da escala, Fortaleza e Recife, receberá menos 19% e 15% de precipitação do que o normal. O tempo será mais seco no centro, norte e nordeste do Brasil e mais úmido no sul”.
“O El Niño, aliado ao clima quente e seco causado por ele, também afetará o importante setor agrícola do país”, explica Alex. No entanto, ao empregar a análise climática com tecnologia de IA, os agricultores e outras empresas agrícolas podem planejar como atenuar os aumentos de temperatura a longo prazo e, ao mesmo tempo, evitar os efeitos de eventos imprevisíveis, como inundações repentinas. “Eles precisam estar preparados para manter a irrigação durante o clima quente recorde em algumas cidades dos países, enquanto o El Niño provavelmente também causará chuvas fortes e inundações ocasionais, que também deverão ser levadas em conta para evitar mais perdas e danos às colheitas. A projeção de uma produção recorde de açúcar no Brasil também pode estar ameaçada.”
As lojas on-line e off-line e as plataformas de comércio eletrônico fariam bem em estocar ventiladores e sistemas de ar-condicionado, bem como preparar alguns suprimentos extras de água, bebidas geladas e sorvete. “O clima quente e seco afetará os hábitos dos consumidores e os vendedores devem aproveitar o monitoramento mais regular do clima para aumentar suas vendas”, acrescenta. “Eles podem fazer isso por meio de nosso painel, que permite que as empresas aproveitem a previsão do tempo orientada por IA, incluindo vários parâmetros específicos que afetam seus negócios”, finaliza.
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