Movimento incentiva o uso de cultivares mais produtivas e eficientes para cobertura de solo e adubação verde, estima Alex Wolf, CEO da Wolf Sementes, um dos principais players do mercado
O excesso de chuva nos estados do Sul e a demora para elas chegarem firmes no Cerrado têm causado atraso na semeadura da safra de verão da soja. A situação já causa alta no preço de sementes de forrageiras. Isso acontece devido ao aquecimento na demanda diante da possibilidade de muitos agricultores optarem pelo plantio destas culturas de cobertura na época de fim das chuvas de forma a evitar riscos do milho tardio na safrinha.
Nesta mesma época em 2021 o plantio da soja já alcançava 36,8% das lavouras, segundo o boletim semanal da Conab. Já no documento divulgado ontem (23) a semeadura atingia apenas 28,4% das áreas previstas para a cultura. Com o atraso na safra da soja, as lavouras de milho safrinha, que são semeadas imediatamente na sequência, fogem de sua janela ideal e correm riscos de escassez hídrica durante seu desenvolvimento.
“Já notamos alta no preço de sementes de brachiaria Ruziziensis, que quase dobrou nos últimos meses. Embora o plantio comece apenas em janeiro, os distribuidores e grandes produtores de grãos já começam a se movimentar”, afirma o CEO da Wolf Sementes, Alex Wolf.
Ele avalia, entretanto, que a alta nos preços de cultivares convencionais deixa mais atrativo o uso de produtos mais modernos e eficientes. Este é o caso do mix de sementes com 50% de Brachiaria híbrida Mavuno e 50% da tradicional Ruziziensis. “Mavuno exige um investimento um pouco maior mas também produz 170% mais forragem do que a Ruziziensis, além de vantagens importantes para a agricultura como aumento da capacidade de retenção da água no solo devido seu sistema radicular mais robusto”, explica Wolf. “Com o aumento de preço das Ruziziensis, por exemplo, a opção por Mavuno fica ainda mais vantajosa para o agricultor”, calcula o executivo.
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