Análise e perspectivas do mercado de grãos para os próximos dias na análise dos especialistas da Grão Direto

 

SOJA – Como o mercado se comportou?

Conflito do Oriente Médio. As incertezas relacionadas às consequências da guerra entre Israel e Palestina, se fizeram presentes durante toda semana, deixando o mercado cauteloso.

Plantio safra 2023/24. De acordo com a Conab, a semeadura atingiu mais de 10% da área prevista, com avanços consideráveis em Mato Grosso e São Paulo. No Rio Grande do Sul, as primeiras lavouras foram iniciadas.

Relatório de Oferta e Demanda. As estimativas de rendimento e produtividade da colheita de soja nos Estados Unidos, para a safra 2023/24, vieram abaixo das expectativas do mercado..

Dólar em queda. Declarações do Banco Central Americano enfatizando cautela em relação a aumentos de taxas acalmaram o mercado.. Isso resultou em uma queda de 1,36%, no valor de R$ 5,09.

Em Chicago, o contrato de soja para novembro de 2023 encerrou a U$ 12,82 o bushel (+1,42%), enquanto o contrato de março de 2024 fechou a U$ 13,14 (+1,31%). No entanto, no Brasil, o movimento não foi seguido, com as cotações da soja brasileira caindo no mercado físico em várias regiões devido ao fortalecimento do dólar.

 

O que esperar do mercado?

Clima brasileiro. Previsões apontam a presença de chuvas irregulares em várias regiões do Brasil. Os Estados de Santa Catarina, Paraná e oeste de São Paulo receberão volumes expressivos, com riscos de temporais, podendo diminuir o ritmo de plantio.

Evolução do plantio brasileiro. Com a presença de chuvas (mesmo que irregulares), em várias regiões do Brasil, o plantio deve ganhar ritmo a nível nacional, podendo superar os níveis de 15%, de acordo com o levantamento da Conab.

Lavouras norte-americanas. Com o tempo seco nas principais regiões produtoras do Meio-Oeste norte-americano, a colheita deve seguir avançando de forma significativa. Em contrapartida, pode trazer mais uma piora na qualidade das lavouras que ainda estão na fase final de desenvolvimento.

Exportações norte-americanas. À medida que a colheita avança, a oferta de soja dos EUA vai aumentando. Com isso, naturalmente, a demanda de compras deverá migrar para o país estadunidense. Limitações em relação ao baixo nível do Rio Mississipi ainda continuarão sendo observados de perto pelo mercado.

Macroeconomia. O foco desta semana permanecerá na especulação em torno das taxas de juros dos EUA, que permanecem incertas devido ao aumento da inflação acima da expectativa do mercado  em setembro. Adicionalmente, a continuidade do conflito continuará trazendo cautela para o mercado financeiro.. Diante disso, o dólar poderá ter uma semana de valorização.

Considerando os eventos mencionados, é possível que a soja em Chicago tenha uma semana negativa, porém, com a valorização do câmbio, poderá resultar em uma semana com leves valorizações para o mercado físico brasileiro.  

 

MILHO

Como o mercado se comportou na última semana?

Plantio Safra 2023/24. De acordo com a Conab, cerca de 26,8% da área projetada já foi semeada. A Região Sul encontra-se bastante avançada, apesar do excesso de chuva no Rio Grande do Sul.

Exportações aquecidas. De acordo com a Secex, em apenas 5 dias úteis de outubro, o Brasil já exportou mais de 2,3 milhões de toneladas de milho. Aumento de 34,6% em relação a 2022.

Relatório de Oferta e Demanda. A safra 2023/24 de milho norte-americana reduziu de 384,42 para 382,65 milhões de toneladas. A produtividade e exportação também reduziram.

As cotações de Chicago finalizaram a semana cotadas a U$ 4,92 o bushel (+3,36%) para o contrato com vencimento em dezembro/23. O mercado físico brasileiro teve uma semana de alta na maior parte das regiões, acompanhando o movimento de Chicago.

 

O que esperar do mercado?

Projeções de exportações. A Anec elevou as projeções para exportação de milho neste mês, para 9,17 milhões de toneladas. Esse número reforça o destaque do Brasil internacionalmente e,  se confirmado, vai estar entre os 3 meses mais expressivos da história.

Evolução da 1ª Safra.  Com a presença de chuvas intensas nos Estados de Paraná e Santa Catarina, o ritmo de plantio poderá diminuir, mas ainda sim, deve superar o nível de 30% da projeção nacional, de acordo com o monitoramento semanal das condições das lavouras, feito pela Conab.

Lavouras norte-americanas. O clima seco predominante nas principais regiões agrícolas do Meio-Oeste norte-americano continuará impulsionando o progresso da colheita do milho. No entanto, essa condição climática pode agravar ainda mais a qualidade das lavouras que se encontram na fase final de desenvolvimento.

Conflito Oriente Médio x Safrinha 2024. Diferente da soja, a cultura do milho necessita de uma complementação nutricional à base de nitrogênio (Ureia) bastante significativa, e o petróleo é a principal matéria-prima para a produção de fertilizantes nitrogenados. Portanto, se o custo do fertilizante nitrogenado aumentar e os preços do milho não acompanharem, poderá haver uma desestimulação adicional do plantio do cereal para safrinha 2024.

A demanda internacional pelo milho brasileiro continuará ditando o ritmo das cotações, portanto, assim como na semana anterior, essa poderá ser uma semana de valorização.

 

Perspectivas para os próximos dias:

SOJA

  • Previsões apontam a presença de chuvas irregulares em várias regiões do Brasil. Os Estados de Santa Catarina, Paraná e oeste de São Paulo receberão volumes expressivos, com riscos de temporais, podendo diminuir o ritmo de plantio.
  • Com a presença de chuvas (mesmo que irregulares), em várias regiões do Brasil, o plantio deve ganhar ritmo a nível nacional, podendo superar os níveis de 15%, de acordo com o levantamento da Conab.
  • Com o tempo seco nas principais regiões produtoras do Meio-Oeste norte-americano, a colheita deve seguir avançando de forma significativa. Em contrapartida, pode trazer mais uma piora na qualidade das lavouras que ainda estão na fase final de desenvolvimento.
  • À medida que a colheita avança, a oferta de soja dos EUA vai aumentando. Com isso, naturalmente, a demanda de compras deverá migrar para o país estadunidense.
  • É possível que a soja em Chicago tenha uma semana negativa, porém, com a valorização do câmbio, poderá resultar em uma semana com leves valorizações para o mercado físico brasileiro.

MILHO

  • A Anec elevou as projeções para exportação de milho neste mês, para 9,17 milhões de toneladas. Esse número reforça o destaque do Brasil internacionalmente e,  se confirmado, vai estar entre os 3 meses mais expressivos da história.
  • Com a presença de chuvas intensas nos Estados de Paraná e Santa Catarina, o ritmo de plantio poderá diminuir, mas ainda sim, deve superar o nível de 30% da projeção nacional.
  • O clima seco predominante nas principais regiões agrícolas do Meio-Oeste norte-americano continuará impulsionando o progresso da colheita do milho. No entanto, essa condição climática pode agravar ainda mais a qualidade das lavouras que se encontram na fase final de desenvolvimento.
  • A cultura do milho necessita de uma complementação nutricional à base de nitrogênio (Ureia) bastante significativa, e o petróleo é a principal matéria-prima para a produção de fertilizantes nitrogenados. Portanto, se o custo do fertilizante nitrogenado aumentar e os preços do milho não acompanharem, poderá haver uma desestimulação adicional do plantio do cereal para safrinha 2024.

A demanda internacional pelo milho brasileiro continuará ditando o ritmo das cotações, portanto, assim como na semana anterior, essa poderá ser uma semana de valorização.

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