Participação das mulheres na produção de cafés especiais cresce e chama a atenção de grandes empresas do setor

 

Hoje, dia 10 de outubro, 150 produtoras de café da Alta Mogiana de Minas Gerais que fazem parte do grupo Mundo Mulher Café (MMC) estarão reunidas em São Sebastião do Paraíso, situada na fronteira entre Minas e São Paulo, para discutir a melhoria da qualidade do café que produzem em suas propriedades. Esse é só mais um de vários eventos que a MMC já promoveu este ano, oferecendo palestras de especialistas em cafés especiais e informações sobre safras e sobre gestão na cafeicultura.

Associações similares ao MMC existem em Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e em outros estados do país. Em setembro, cerca de 900 cafeicultoras se reuniram em Areado, região sul de Minas Gerais, no 9º encontro Mulheres do Café, o maior evento de mulheres dedicadas a essa cultura. Organizado todos os anos, o evento é liderado pela cafeicultora Marisa Contreras, da Fazenda Capoeira, que este ano convidou a ex-jogadora de basquete Hortência para uma palestra motivacional. “Estamos focadas em uma cafeicultura extraordinária, ambientalmente inteligente e de valores compartilhados, na qual todos os atores da cadeia do café estão unidos para a construção de uma história melhor”, diz Contreras.

O movimento feminino no café já chamou a atenção de grandes instituições desse mercado. A empresa mineira Três Corações, por exemplo, criou o Projeto Florada, com o objetivo de unir e empoderar cafeicultoras, oferecendo a elas capacitação específica e promovendo melhores práticas na produção de cafés especiais. O projeto realizará um concurso para a premiação dos melhores cafés, além da compra das produções, valorizando ainda mais o trabalho de mulheres produtoras em todo o Brasil.

“Estão surgindo grupos de cafeicultoras interessadas na melhoria da gestão de suas lavouras de café em todo o Brasil”, afirma Larissa Cocato, coordenadora de ensino da Equipe Café no Rehagro, empresa de educação referência no agronegócio, sediada em Belo Horizonte. O Rehagro é parceiro da Três Corações no Projeto Florada, oferecendo as trilhas de conhecimento previstas no programa, que incluem módulos a respeito de manejo de lavouras, colheita, pós-colheita, gestão financeira e de pessoas. “As cafeicultoras estão focadas em produzir cafés de alta qualidade”, diz Larissa.

“Este ano o Rehagro lançou cursos livres de curta duração em pós-colheita para cafés de qualidade e fertilidade de solo na cafeicultura e em ambos as mulheres são a maioria”, diz ela. “Sejam formadas na área do agronegócio, produtoras de café, sucessoras ou simplesmente profissionais que buscam colocação nesse mercado, as mulheres mostram visão ampliada, envolvem-se em temas técnicos de gestão, sucessão e sustentabilidade”, diz ela.

 

Mais mulheres buscam capacitação no agro – Segundo Larissa, de uma forma geral e para além do café, o interesse das mulheres pelo agro pode ser medido por outro indicador. O percentual de alunas que buscam cursos de graduação e pós-graduação nos cursos do Rehagro (café, grãos, leite e corte) cresceu duas vezes e meia entre 2018 e o primeiro semestre de 2023. Ao analisar os dados de 15 mil alunos que passaram pela escola no período, descobriu-se que as mulheres eram 10% em 2018 e hoje são 32% dos inscritos.

Ainda segundo Larissa, do Rehagro, as mulheres estão procurando formação especializada cada vez mais jovens: 59% das mulheres matriculadas nos cursos Rehagro no primeiro semestre de 2023 tinham entre 25 e 35 anos. Em 2018, essa faixa etária respondia por 41% das matrículas na instituição. A razão pode ser o aumento da atratividade da agricultura como opção de vida.

“A agricultura brasileira é um setor de ponta mundial em tecnologia e produtividade e tem forte peso econômico no país”, diz Clóvis Corrêa, sócio fundador e diretor do Rehagro. “O agro vem ganhando reconhecimento cada vez maior da sociedade brasileira. É um grande mercado com perspectivas profissionais crescentes e promissoras. Por isso está cativando cada vez mais mulheres que, aliás, avançam em todos os segmentos do mercado. É uma tendência que parece não ter volta”, comenta Corrêa.

Há mais de 20 anos, o Rehagro promove o conhecimento aplicável para milhares de profissionais do campo. O foco da instituição é ser uma ponte de aprendizado, que transforma a ciência em ferramentas e metodologias acessíveis a todos os profissionais do agronegócio. Isso é conquistado diariamente com os cursos de capacitação, graduação e pós-graduação, que são aplicados em modelos online, híbridos e presenciais. Mais de 35 mil pessoas já foram impactadas positivamente com o ensino do Rehagro, sendo que, desse número total, mais de 7 mil se tornaram especialistas com as pós-graduações. Além da educação personalizada, o Rehagro também presta serviços de consultoria em 17 estados brasileiros, sendo acompanhados por técnicos de alto nível e reconhecidos no mercado. A empresa também oferece soluções em diagnósticos, por meio dos laboratórios de análises de solos e forragem, onde a equipe especializada transforma dados em informações, que permitem a tomada de decisão baseada em números e geração de inteligência.

Piquini Comunicação Estratégica