A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo lançará no segundo semestre um programa para incentivar a pecuária de leite paulista, ampliando em 50% a produtividade nos próximos 10 anos.

O anúncio foi feito pelo secretário Arnaldo Jardim a agricultores familiares durante reunião na Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado de São Paulo (Fetaesp), no dia 22 de junho de 2017. O programa, segundo ele, incrementará a produção atual, que é de 1.525 litros/vaca/ano para dois mil litros. “Atualmente, o Estado de São Paulo produz apenas 30% do que consome, tendo que importar leite. A ideia é melhorar esse cenário, para que possamos alimentar nossa população e toda a indústria de alimentos processados, como iogurtes, queijos e produtos lácteos, uma importante fonte de renda à agricultura familiar. Queremos debater meios de fortalecer a parceria entre os programas como o Microbacias II e as iniciativas da Federação”, afirmou.

Para o secretário, a parceria com a entidade foi fundamental no processo de preenchimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR). “Queremos agora avançar na implantação do Programa de Regularização Ambiental (PRA), passo definitivo para harmonizar a produção com o meio ambiente”, explicou.

A adoção de boas práticas ligadas à alimentação e ao manejo dos animais são algumas das ações que podem melhorar a qualidade do leite e a produtividade, conforme ressaltou o titular da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), João Brunelli Junior. “A pequena propriedade sobrevive se for eficiente, utilizando tecnologia e gestão adequadas”, destacou.

Para Brunelli, o pequeno produtor precisa adotar estratégias técnicas, priorizando a gestão da propriedade, nutrição do rebanho, boas práticas sanitárias, conforto e bem-estar animal, melhoramento genético, destinação adequada de resíduos, agregação de valor, qualidade do leite e produção de alimento seguro.

O Plano Estadual deverá ser oficialmente criado por meio de resolução do secretário, tendo como integrantes do comitê gestor instituições da Pasta, como a Cati, a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) e a Coordenadoria de Defesa Agropecuária e entidades como a Superintendência Federal do Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa) em São Paulo, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Sindicatos da Indústria de Laticínios (Sindileite) e Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindrações).

Fomento à piscicultura – O fomento à piscicultura como alternativa de renda e fonte de proteína de qualidade e baixo custo também é uma das prioridades da Secretaria, como explicou o dirigente da Assessoria Técnica da Secretaria, José Luiz Fontes. “A questão do licenciamento ambiental era urgente e necessária para resolver a principal barreira ao desenvolvimento da aquicultura, que promove inclusive acesso às linhas de financiamento. A piscicultura é uma das atividades que mais têm condições de gerar renda nas pequenas propriedades”, explicou.

Com 29 linhas de financiamento disponíveis ao produtor por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), a Secretaria destina duas delas à pecuária de leite e duas à piscicultura. “Uma delas se refere à qualidade do leite, que possibilita a aquisição de equipamentos para melhoria da ordenha e a outra engloba qualquer ação da atividade, inclusive a aquisição de animais”, explicou o secretário-executivo, Fernando Aluízio Pontes Penteado. Para a atividade aquícola, o produtor conta com as linhas da produção em tanques-rede de até mil m³ e tanques escavados.
Pequeno produtor de hortaliças em Guaraçaí, José Mendes de Oliveira, acompanhou as palestras com entusiasmo, pois acredita ser “importante o incentivo à produção de elite e a piscicultura, que podem trazer mais renda ao produtor”.

O produtor de leite e café Marcelino Sotocorno pretende transmitir as informações aos integrantes do Sindicato dos Produtores Rurais de Regente Feijó, do qual é presidente. “As linhas de financiamento com juros subsidiados são muito importantes. Com a atual crise, o jovem produtor não quer ficar na propriedade, mas esse subsídio é um incentivo, porque é possível até mesmo financiar moradia no campo”, explicou.


Por Paloma Minke
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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