Consultoria Agromove avalia necessidade de diminuição da oferta para alavancar os preços do boi.

O mês de agosto começou ainda com margens apertadas ao pecuarista, mas o cenário deve mudar. No último mês a produção e o consumo de carne de frango no mercado interno aumentou significativamente, o que pressionou o valor da carne bovina. Por outro lado, o preço em queda da carne vermelha deixa o produto ainda mais competitivo. O que atrai os compradores internacionais e deve melhorar as exportações.

Dentro da porteira, alguns fatores devem influenciar na recuperação da arroba: a redução dos confinamentos – pela baixa atratividade -, o final da fase de desmame dos bezerros e a redução dos descartes de vacas em agosto. Um novo ciclo pecuário que deve trazer fôlego ao pecuarista nos próximos meses.

“Em síntese nós temos o seguinte cenário: pelo lado da oferta a tendência é de redução da oferta a partir deste mês. Outro ponto é que devemos ter uma demanda maior pela nossa carne, devido a melhor competitividade. O momento exige um incentivo maior para a exportação. Neste ano, o Brasil teve aumento de 16% na oferta de carne vermelha. Igualamos os embarques do primeiro semestre do ano passado, uma vez que produzimos mais e exportamos menos. Um reflexo do embargo da vaca louca. Uma ‘ajudinha’ de redução da oferta, devido aos preços muito baixos, pode desincentivar alguns projetos de confinamento, pois não estão com os custos favoráveis para vender boi no preço futuro, podendo criar um gatilho para uma leve alta na arroba no segundo semestre. Além disto, esse movimento de exportação é contrário ao previsto pelo relatório do USDA em abril, que previa um volume maior de exportações brasileiras neste ano Para cumprir as previsões, precisamos exportar um volume bem maior no segundo semestre”, avalia Alberto Pessina, consultor de mercado e fundador da AgroMove.

Os preços futuros do boi gordo na B3 atingiram na primeira semana de agosto algo em torno de R$ 231 a arroba, com o contrato para outubro. Para Pessina, o boi magro é o principal insumo de um confinamento e mesmo com o preço da alimentação baixo, ainda não compensa para o pecuarista vender o animal. Isso estimula a desistência de levar o animal para o gancho e diminui a oferta de carne no mercado.

A competitividade para a indústria está muito boa para incentivar o escoamento da produção para o mercado externo. O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos traz ainda que o consumo e as exportações devem seguir o mesmo volume. _”O ponto interessante é que os nossos concorrentes internacionais devem ter redução nas suas exportações, enquanto o Brasil deve crescer., garantindo o nosso protagonismo nos embarques – principalmente agora no segundo semestre”_, conceitua Pessina.


Lilian Munhoz
Comunicativas