No evento, o professor da UFLA, José Donizeti Alves, vai explicar como a interação clima-planta nos últimos dois anos modelou a colheita de café deste ano

As mudanças climáticas no Brasil estão cada vez mais perceptíveis e já é sabido que o clima exerce forte influência no desenvolvimento das lavouras cafeeiras. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo e é preciso que os cafeicultores preparem adequadamente suas plantações para evitar alterações na produção.

Para entender melhor como as condições meteorológicas ocorridas entre agosto de 2021 a abril de 2023 afetaram a safra cafeeira que está sendo colhida neste ano, o professor de Fisiologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), José Donizeti Alves, ministrará palestra sobre o tema no 5º Fórum Café e Clima, promovido pela cooperativa de café Cooxupé.

A apresentação, intitulada “Como a interação clima-planta nos últimos dois anos modelou a safra atual de café”, vai mostrar, do ponto de vista fisiológico, como o clima moldou as safras 2020, 2021, 2022, até chegar na safra atual, e as possíveis inferências, até o momento, sobre a safra 2024.

O Fórum Café e Clima da Cooxupé será realizado no dia 27 de julho, das 14h às 17h, na matriz da cooperativa, em Guaxupé (MG). O encontro será transmitido ao vivo, on-line, pelo Hub do Café e pelo canal da Cooxupé no Youtube.

 

Palestra de José Donizeti Alves – Ao traçar um panorama sobre as alterações de clima em outras partes do mundo, o docente da UFLA fez um paralelo com o Brasil e, durante o Fórum, explicará o que os cafeicultores cooperados podem fazer para garantir uma boa safra em 2024 e evitar os prejuízos somados desde 2020.

Segundo José Donizeti, estudos realizados em outros países apontam que questões climáticas, como o aquecimento global, interferem na safra cafeeira. Em propriedades de café robusta do Vietnã, pesquisadores constataram que cafeeiros que floresceram mais cedo são mais sensíveis aos estresses climáticos e que a antecipação da florada reduz o efeito benéfico do uso dos fertilizantes.

“Outra pesquisa apontou que, no Hemisfério Norte, mudanças climáticas atribuídas ao aquecimento global estão antecipando o crescimento das árvores em duas semanas. E que as folhas estão senescendo mais cedo. Esse envelhecimento precoce diminui a quantidade e eficiência fotossintética das árvores durante sua vida útil, decrescendo a produtividade”, detalha.

Para o professor, é possível fazer um paralelo desses estudos com o que está ocorrendo no Brasil, diante da possibilidade de que esse cenário de florada precoce do Vietnã também aconteça com o café arábica brasileiro. Entretanto, mais detalhes sobre esta análise serão discutidos no Fórum.

 

Safra 2024 – Diante do atual cenário, de fortes pressões climáticas sobre a cafeicultura brasileira, os produtores cooperados se preocupam em trabalhar para garantir uma boa safra em 2024 e evitar os prejuízos somados desde 2020.

Com isso, o palestrante argumenta que a boa notícia é que o cafeeiro é uma planta resiliente e sempre volta a produzir bem depois de um forte estresse. Porém, pelas peculiaridades de uma espécie originada de ambientes sombreados, essa resiliência, geralmente, não se expressa no mesmo ano.

 

Mais detalhes sobre a palestra de José Donizeti Alves, clique aqui.

 

5º Fórum Café e Clima da Cooxupé 

Data: 27 de julho de 2023 | Horário: a partir de 14h | Transmissão ON-LINE: Portal Hub do Café e Canal da Cooxupé no Youtube.

Programação:

  • 14h00: Abertura com a Diretoria Executiva da Cooxupé
  • 14h15: Palestra de Guilherme Vinícius Teixeira, engenheiro agrônomo do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé, sobre as condições meteorológicas e suas consequências nas regiões de atuação da cooperativa.
  • 15h00: Palestra de Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da empresa Rural Clima, sobre as previsões de clima para os próximos meses, nas diversas regiões cafeeiras do Brasil.
  • 15h45: Palestra de José Donizete Alves, professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), sobre como as condições meteorológicas ocorridas entre agosto de 2021 a abril 2023 afetaram a safra atual de café.
  • 16h30: Debate
  • 17h00: Encerramento

Fundada em 1932 como cooperativa agrícola de crédito e transformada na Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé no ano de 1957, quando iniciou as atividades de recebimento, processamento e comercialização de café, a Cooxupé faz parte da história da cafeicultura brasileira e avança a passos largos, fazendo com que o seu café verde vá muito além da fronteira nacional. A sede da cooperativa está instalada no município mineiro em Guaxupé, onde também está situado o Complexo Industrial Japy. Hoje, com mais de 60 anos de atividades voltados para o café e 90 anos dedicados ao cooperativismo, a Cooxupé é referência na cafeicultura brasileira e reconhecida mundialmente como uma empresa de credibilidade na comercialização de café de qualidade tipo arábica. A cooperativa mantém investimentos permanentes para a modernização de sua estrutura que, atualmente, inclui armazenagem para mais de 6 milhões de sacas de café; laboratórios de controle de qualidade e análise de folha e solo; Centro próprio de Distribuição e cinco unidades industriais responsáveis, incluindo o Complexo Industrial Japy, empreendimento inovador que revolucionou a logística da cadeia produtiva do café e que conferiu à Cooxupé o pioneirismo da granelização. Atualmente, os cooperados entregam seus cafés a granel, benefício que trouxe mais competitividade, economia e qualidade de vida dentro e fora das lavouras.

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