Feito da aviadora Ada Rogato no interior paulista, em fevereiro de 1948, ocorreu apenas seis meses depois do nascimento da aviação agrícola brasileira
O dia 7 de fevereiro marcou os 75 anos do primeiro voo agrícola feminino no Brasil, ocorrido no interior paulista em 1948, em uma operação que durou até o dia 11, na região de Marília. A protagonista foi ninguém menos que a aviadora Ada Rogato, provavelmente a maior heroína da história da aviação brasileira (celebrada mundialmente pelos seus voos solitários pelas três Américas, nos anos 1950 e em um pequeno avião – além de ter sido a primeira piloto (homem ou mulher) a ter atravessado a Amazônia. Entre outros feitos.
Lembrando ainda que o primeiro voo de uma mulher no trato de lavoura no País veio menos de seis meses depois do próprio nascimento da aviação agrícola brasileira – este ocorrido em uma operação contra uma invasão maciça de gafanhotos no Rio Grande do Sul. Para celebrar a data de uma maneira carinhosa com a sua personagem principal, este ano o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) e o Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag) propuseram-se a missão de deixar mensagens à heroína em dois lugares: em seu jazigo no cemitério Chora Menino, no bairro paulista de Santana, e no avião mais icônico de sua carreira, no acervo do antigo Museu da TAM (fechado desde 2016).
Com os dizeres: “Nossa homenagem à aviadora e pioneira Ada Rogato pelos 75 anos do primeiro voo agrícola feminino no Brasil, em 7 de fevereiro de 1948. Quem tão alto e tão longe voou para agigantar o nome do Brasil para o resto do mundo também marcou a construção de uma das melhores e a segunda maior aviação agrícola do planeta.”
O que resultou também em um vídeo contanto a trajetória de nossa heroína (a partir de visitas também no Aeroclube de São Paulo e no Ibirapiuera) e a história dessa homenagem – que deverá ter desdobramentos na possível reabertura do Museu da TAM (agora Asas de Um Sonho. Com direito a um co,mentário da aviadora uruguaia Mirta Vani, hoje com 98 anos e que foi a primeira mulher piloto agrícola do planeta.
O vídeo pode ser conferido no canal do SindagAviacaoAgricola no YouTube.
Sobre a aviação agrícola brasileira – O País tem hoje uma das melhores e a segunda maior frota aeroagrícola do planeta – atrás apenas dos Estados Unidos e à frente de potências como Canadá, Nova Zelândia, Austrália, México e Argentina. São cerca de 2,5 mil aeronaves que realizam também operações de semeadura e aplicações de fertilizantes, além de produtos biológicos. E, para completar, cada vez mais operando também em combate a incêndios florestais.
Entre as 23 unidades da federação que contam com aviões agrícolas, as três maiores frotas são do Mato Grosso (600 aeronaves), Rio Grande do Sul (419) e São Paulo (322). Além disso, o setor mobiliza também um grande mercado de tecnologias embarcadas, que já é fornecedor inclusive para outras nações. E uma bo mostra desse segmento deve estar presente em julho, no Congresso da Aviação Agrícola do Brasil (Congresso AvAg) em Sertãozinho/SP.
Na foto, Ada Rogato e o avião Brasileirinho – o Paulistinha CAP-4 com o qual ela fez o voo pela América do Sul e atravessou os andes nos anos 1950 (antes de seu voo pelas três Américas, com o Cessna 140A Brasileirinho)
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