Valter Ziantoni e Paula Costa (foto), fundadores do hub de inteligência agroflorestal Pretaterra, explicam quais devem ser os primeiros passos de quem quer cultivar alimentos num sistema agroflorestal
É crescente o número de pessoas que têm intenção de criar um sistema agroflorestal, seja na forma de uma pequena horta caseira ou em grande escala, para produzir alimentos a serem comercializados. Mas como começar? O primeiro passo, de acordo com Valter Ziantoni e Paula Costa, fundadores do hub de inteligência agroflorestal Pretaterra, é fazer um estudo do ambiente a ser usado para o cultivo.
“É importante avaliar quais são as fontes de água disponíveis no local, quais são os tipos de clima predominantes…”, diz Paula. Também é preciso decidir que espécies serão cultivadas, por exemplo, se será plantada uma espécie “carro-chefe” ou não – como o café ou a pimenta do reino, espécies que contabilizam a maior parte da renda do sistema. “Uma dica é trabalhar com espécies que o produtor já tenha certa familiaridade, para o projeto ter melhores chances de sucesso”, afirma Ziantoni. Outros pontos que devem ser considerados ao começar uma agrofloresta são o histórico da região, a pluviosidade, o relevo e as características físicas e químicas do solo.
Uma vez entendidas todas essas informações, já é possível dimensionar a área para o plantio e planejar de que forma serão plantadas as culturas, considerando os seus espaçamentos, os estratos que elas ocupam e como elas vão se interrelacionar no sistema. Também é preciso considerar as funcionalidades ecológicas e as zonas de preservação. “O passo a seguir é botar a mão na massa”, diz Ziantoni.
As agroflorestas trazem benefícios para as produções, como a sustentabilidade e a resiliência, além do aumento da variedade de culturas – e para a região, como a melhoria da qualidade da água e a transformação do solo. “Um bônus é a diminuição da pegada de carbono”, afirma Paula.
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Na vanguarda da agrofloresta, a Pretaterra conquistou, em 2018, o primeiro lugar na categoria “Negócios Inovadores” no concurso de startups no Hackatown. Em 2019, projetou, implementou e modelou economicamente o design agroflorestal que ganhou o primeiro lugar na categoria “Sustentabilidade” no Prêmio Novo Agro, do Banco Santander e da Esalq – o case “Café dos Contos”, em Monte Sião, Minas Gerais. Em 2020, a empresa esteve entre as finalistas do Prêmio Latinoamerica Verde, para startups e projetos inovadores em sustentabilidade na América Latina.
A convite do Rei Charles III e do Instituto Florestal Europeu, em 2021, a Pretaterra passou a liderar a frente agroflorestal da Aliança da Bioeconomia Circular. Em 2022, tornou-se agente da Década de Restauração de Ecossistemas das Nações Unidas.
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