Empresa busca identificar, até o final do ano, terrenos entre 10 e 20 hectares nos estados de São Paulo, Bahia, Pernambuco e Goiás; o valor dos contratos de arrendamento dessas áreas pode variar entre R$ 5 mil a R$ 22 mil mensais; proprietário não arca com qualquer investimento envolvido no projeto

 

A Apolo Renováveis, braço do Grupo Apolo responsável pela estruturação e gestão de projetos de geração de energia renovável, planeja arrendar até o final do ano mais de centenas de terrenos entre 10 e 20 hectares, em regiões agrícolas nos estados de São Paulo (nas áreas da CPFL Paulista e CPFL Piratinga), em Goiás (nas áreas de concessão da ENELGO), na Bahia (nas áreas de concessão da COELBA) e em Pernambuco (nas áreas de concessão da CELPE).

A iniciativa tem como alvo contratar áreas que totalizem entre 5 mil e 10 mil hectares até julho de 2023. “Nosso objetivo é construir nos próximos dois anos, no mínimo, 80 usinas que totalizarão 350 MWp”, diz Felipe Falcão (foto), responsável pela área de Desenvolvimento de Geração Distribuída.

O esforço concentrado da Apolo Renováveis está contemplado em um planejamento que prevê investimentos de R$ 1,5 bilhão em projetos de Geração Distribuída no médio prazo. Incialmente, os contratos de arrendamento a serem fechados nessa iniciativa, até o final de dezembro de 2022, preveem a construção usinas na modalidade de geração distribuída cujas potências podem ser de 3,25 MWp ou 6,5 MWp. Elas serão conectadas em média tensão, isto é, usarão a rede da concessionária de energia local para distribuição da energia

 

Vantagens do “plantio” de energia solar – A nova modalidade de exploração da terra proposta pela Apolo Renováveis a proprietários de terras renderá o dobro – podendo chegar a 4 vezes mais – do que as atividades agrícolas tradicionais nos 4 estados alvo. Para se ter uma ideia, segundo dados do IBGE de 2021, dez hectares de cana em São Paulo, renderam, em média, perto a R$ 6 mil mensais no ano passado; enquanto o feijão, R$ 10 mil mensais aproximadamente. Na Bahia, a soja rendeu R$ 8,5 mil mensais nessa área no mesmo período. Em Pernambuco, a cana, em média, remunerou o proprietário de dez hectares em R$ 6,8 mil por mês. Enquanto, na mesma área, em Goiás, a soja rendeu R$ 7,2 mil mensais aproximadamente. Na ponta do lápis, a exploração desses terrenos com o arrendamento a projetos de energia solar de geração distribuída, a depender de suas características, poderá resultar em R$ 5 mil e R$ 22 mil mensais de renda aos proprietários, por 25 anos, prorrogáveis, a seus proprietários.

A empresa já está à frente da implantação de 40 usinas de geração solar de geração distribuída em pelo Brasil, as quais serão entregues entre 2023 e 2024.

 

Cálculo da remuneração – Falcão explica que o valor a ser pago pelos terrenos é calculado em função de variáveis como a irradiação solar na região, inclinação do solo, sua distância de uma subestação de energia da distribuidora local, tipo do solo entre outros fatores. Os valores pagos pelo arrendamento dos terrenos destinados às usinas solares de geração distribuída são reajustados anualmente pela inflação pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Um benefício adicional da energia solar é o fato de o terreno com uma usina solar de geração distribuída se valorizar entre 10% e 30%, conforme a região.

Segundo Falcão, os interessados em arrendar suas terras devem encaminhar suas propostas até o final do ano no site da empresa, onde encaminharão uma documentação básica para que a primeira triagem possa ser feita. Há outras etapas previstas antes que o contrato entre as partes possa ser fechado. Elas abrangem desde estudos de viabilidade do projeto, consultas à distribuidora local, pareceres técnicos, à emissão de licenças ambientais, municipais, estaduais. Durante o período inicial de estudos, o proprietário pode manter o uso da terra para suas culturas tradicionais. Ou seja, pode manter a terra produzindo normalmente. “Todo esse processo pode levar até 22 meses”, calcula ele.

 

Destinação rentável para terras sem produtividade – Os terrenos que a Apolo Renováveis busca devem ser planos e estarem, preferencialmente, a 5 quilômetros de uma subestação de energia, para viabilizar o escoamento da energia produzida e disporem de estradas rurais para facilitar o seu acesso, detalha Falcão. Não podem ser cortados por riachos, lagos, brejos ou nascentes. Tampouco podem estar em áreas de preservação ambiental, ou que sejam alvo de disputas na Justiça. “Buscamos terras que, preferencialmente, já tenham sido cultivadas ou tenham sido utilizadas para pastos”, conta. A boa notícia é que, por serem destinadas à geração de energia solar fotovoltaica, podem ser terras que não sejam atraentes para a atividade agrícola, a exemplo das que sofreram queimadas, ou que se encontrem em biomas mais desafiadores como a caatinga ou o semiárido.

Áreas alvo Apolo Renováveis até o final de 2022: Terrenos nas áreas de concessão da CPFL Paulista e CPFL Piratininga, no Estado de São Paulo; áreas de concessão da ENELGO, em Goiás; áreas de concessão da COELBA, na Bahia; áreas de concessão da CELPE, em Pernambuco.

A Apolo Renováveis faz parte do Grupo Apolo, sendo o braço responsável pela estruturação e gestão de seus projetos de geração de energia renovável. O grupo dispõe de R$ 1,5 bilhão para projetos de Geração Distribuída planejados para serem concluídos nos próximos dois anos. A empresa já está à frente de 40 usinas distribuídas pelo Brasil, as quais serão entregues entre 2023 e 2024. Elas terão potência entre 3,25MWp e 6,5MWp e utilização rede de distribuição de energia da concessionária local.

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