Diante do crescimento acelerado do setor, Biotrop está investindo mais de R$ 100 milhões para ampliar sua estrutura e capacidade fabril, com unidades exclusivas de produção de bioinsumos à base de fungos e bactérias
Os produtores de grãos estão com as plantadeiras trabalhando a todo vapor no campo com a safra 2022/23, e as projeções indicam mais uma colheita recorde. Segundo o levantamento mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção deve alcançar 312,4 milhões de toneladas, volume que, caso seja confirmado, superaria em 41,5 milhões de toneladas o recorde de 270,9 milhões de toneladas obtido na safra anterior.
Com esse avanço ano a ano, os produtores têm buscado soluções para aumentar a produtividade sem aumentar a área produzida, optando por um manejo mais racional e sustentável. Nesse contexto, os bioinsumos se destacam. De acordo com a empresa de pesquisa de mercado Research and Markets, o segmento deve ter a expansão de 74% até 2026.
Diante desse oceano de oportunidades, a Biotrop, empresa brasileira de biológicos e naturais que está entre as três maiores do setor no Brasil, já se prepara para a forte demanda dos próximos anos. A empresa, que tem crescido substancialmente acima do mercado nos últimos anos, está reestruturando sua área industrial.
Após finalizar recentemente a primeira expansão da sua fábrica em Curitiba/PR, foca agora numa segunda fase, atingindo uma produção total acima de 9,5 milhões de litros/ano, e na construção de duas novas unidades de produção que – em conjunto com a atual estrutura – ampliarão a capacidade de produção total para mais de 30,0 milhões de litros/ano, com o investimento superior a R$ 100 milhões.
De acordo com Eduardo Pesarini, engenheiro químico e diretor de operações da empresa, uma das unidades em construção em Curitiba deve ser concluída no final de 2023, iniciando as atividades em 2024. Será uma fábrica focada na multiplicação de bactérias. “A ideia é que nessa planta possamos desenvolver e produzir todos os produtos à base de microrganismos do nosso portfólio, já pensando também nos novos produtos que virão, pois continuamos investindo massivamente em inovação”, destaca. O novo espaço, além da área produtiva, também abrigará toda a área administrativa e os laboratórios de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.
Para acompanhar o crescimento industrial, a sede mundial da empresa, localizada em Vinhedo-SP, também precisou de ampliação. “A diretoria executiva e de gestão, a partir de janeiro de 2023, estará em uma nova sede, pois com o nosso crescimento vamos precisar de mais espaço para as pessoas em nosso escritório central”, detalha Pesarini.
O outro projeto que segue bem adiantado é a unidade fabril de produtos à base de fungos. Ela ficará na região de Jaguariúna/SP e deverá entrar em operação até agosto de 2023. “Nosso objetivo é ampliar o portfólio, gerar tecnologias inovadoras que vão ao encontro das necessidades do produtor, solucionando problemas reais do campo. Afinal, o mercado mundial tem cada vez mais buscado soluções menos agressivas ao meio ambiente, ou seja, reduzir a carga de químicos e aumentar o uso de biológicos”, reforça o diretor.
Pesquisa e Desenvolvimento em foco – Um dos maiores diferenciais da Biotrop está na busca constante por inovação, feita com investimentos que vão muito além da estrutura e equipamentos, voltados para os estudos científicos do uso de microrganismos. Exemplo disso é a Bio Oracle, um centro avançado de pesquisa em tecnologias biológicas e naturais para o setor agrícola, estabelecido na divisa dos municípios de Jaguariúna e Santo Antônio de Posse (SP).
O local foi projetado para a realização de pesquisas de alto nível, pensando no futuro do agronegócio. Além disso, por necessitar de mão de obra específica e qualificada, é um celeiro de oportunidades para jovens profissionais da região. “Graças a iniciativas como o programa de Bioestágio, que cada vez mais forma e desenvolve novos talentos especializados no segmento, nossa equipe da Bio Oracle hoje é bastante robusta. A nossa estratégia, a médio e longo prazo, reforça todos esses pontos: desde a pesquisa, formação de pessoas, até a entrada do produto no mercado”, finaliza o profissional.
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