Em entrevista, a diretora de Apoio à Inovação para Agropecuária do Mapa, Sibelle Silva, explica a importância da iniciativa para modernizar o setor
Produtores rurais, instituições de pesquisa, universidades, empresas privadas, investidores públicos ou privados poderão ser beneficiados pelo Programa AgroHub Brasil, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A iniciativa visa inserir o produtor rural em ambientes de inovação para a agropecuária.
Entre as ações, estão previstos também apoio à promoção de criação e amadurecimento de startups e empresas que buscam inovar no setor. Atualmente, há no Brasil mais de 1.500 startups ligadas às atividades e mais de 50 ambientes de inovação, atuantes, especialmente, em regiões de vocação agropecuária. São conhecidas como agtechs ou agritechs, que trabalham com modelo de negócio para a agropecuária.
Todas as Informações sobre o Programa AgroHub Brasil estão concentradas no portal criado pelo Mapa para divulgar ações e projetos ligados à inovação agropecuária. Nesta entrevista, a diretora do Departamento de Apoio à Inovação para a Agropecuária do Mapa, Sibelle Silva, detalha ações e reforça a relevância do programa.
Por que esse programa foi criado? Quais são seus objetivos?
- Diretora Sibelle Silva – O Programa AgroHub Brasil tem como finalidade incentivar, promover, criar, amadurecer e fortalecer o crescimento das startups ou do agritech, como costumamos chamar. Além disso, ele também busca apoiar os ecossistemas de inovação agropecuária de Norte a Sul no Brasil, fazendo com que todos esses atores se aproximem e, com isso, possam sugerir soluções que sejam de fato aderentes às demandas dos produtores rurais.
O que são os ecossistemas e para que eles servem?
- Os ecossistemas são formados por redes de vários atores, entre eles, os produtores rurais, as universidades, os institutos federais, o meio acadêmico e as startups, que são as pequenas empresas, as novas empresas, que querem atuar com soluções para o setor do agronegócio. Nós já possuímos diversas ferramentas, aplicativos e empresas privadas de todos os portes atuando. Os investidores estão cada vez mais dedicados ao agronegócio.
A proposta do programa é fortalecer a cadeia do agro?
- O programa surgiu com o princípio de fazer com que todos os atores se conversem e se aproximem e, com isso, promover soluções para o agronegócio. O Mapa decidiu lançar o AgroHub porque observamos que haviam iniciativas isoladas em várias regiões do Brasil. Fizemos também um levantamento de quase 1.500 startups, ações de ecossistemas, de inovação, que poderiam ser fortalecidas, a partir de uma visão mais global, onde a gente poderia criar um ambiente mais favorável para gerar inovações que atendessem as demandas mais urgentes dos produtores rurais. Em resumo, lançamos esse programa porque percebemos a grande efervescência de ações, mas que deveria ser potencializada por meio de uma visão integrada, que poderia ser concentrada, como está acontecendo agora.
É possível estimular mais políticas públicas que favoreça o setor?
- Nós, como ministério, conseguimos ter a ambiência para estimular políticas públicas porque conhecemos as particularidades e potencialidades de cada região. Temos, por meio da Estratégia Federal de Desenvolvimento para o Brasil e das diretrizes do Mapa, linhas técnicas claras, que passam por uma agricultura de base biológica, digital e pelo desenvolvimento de novos alimentos. Conseguimos estimular a expansão da cadeia de inovação no agro por meio de editais, pautas técnicas e práticas junto aos produtores rurais e startups.
A grandiosidade do nosso agro se deve à inovação no campo?
- O Brasil está em um estágio tecnológico de inovação avançado. Temos tecnologias de ponta no agronegócio; temos uma agricultura sustentável, que usa práticas com cuidado com o meio ambiente e favorecem a produtividade. Também temos um robusto programa de agricultura tropical e de baixo carbono, produzindo cada vez mais com mais qualidade, contribuindo, assim, com a segurança alimentar global.
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