As recomendações tratam de uso de tecnologia para preservação de alimentos e incentivo à pesquisa
Desde 2019, é celebrado em 29 de setembro o Dia Internacional de Conscientização sobre a Perda e o Desperdício de Alimentos, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). Como forma de o Brasil contribuir para o desafio global de redução de perdas e desperdício em 50% até 2030, o Governo Federal criou um Grupo de Trabalho (GT), por meio da Comissão para o Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (CDSA/Mapa), com o objetivo de reavaliar cenários e propor estratégias no âmbito das políticas públicas coordenadas pela pasta.
Os trabalhos se iniciaram em setembro de 2021 e o GT propõe, no relatório final, a adoção de estratégias para o aperfeiçoamento de políticas públicas. As recomendações foram separadas em cinco eixos temáticos: Pesquisa, Desenvolvimento, Tecnologia e Estatística; Avaliação e monitoramento do ambiente Regulatório; Difusão de conceitos e comunicação; Integração de Políticas Públicas; e Integração Internacional. São elas:
- O aperfeiçoamento e o incentivo à pesquisa e estatísticas nacionais relacionadas ao tema: perdas e desperdício de alimentos;
- O uso intensivo de tecnologias consagradas e novas tecnologias (como a irradiação) na busca pela preservação de alimentos e redução de perdas;
- O fortalecimento e ampliação de políticas públicas que reduzam perdas e desperdício como os Bancos de Alimentos junto às Centrais de Abastecimento (Ceasas) e programas como o Alimenta Brasil e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE);
- Uma revisão regulatória para aperfeiçoamento de normas que reduzam perdas e desperdício de alimentos;
- O engajamento pleno do Brasil nos esforços internacionais para o enfrentamento do tema buscando atingir os objetivos da FAO/ ONU.
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, destaca que a Embrapa e a Conab, ligadas ao Mapa, já dispõem de programas para o combate às perdas e desperdício de alimentos dentro da cadeia produtiva. O ministro elenca, como exemplo, os Bancos de Alimentos, política considerada uma referência internacional. Os bancos funcionam como uma central de recepção, tratamento e distribuição de produtos alimentícios, provenientes de doações de empresas de diversas áreas, entidades assistenciais e agentes do governo, em parceria com as Ceasas.
“Queremos reforçar políticas públicas que aumentem a segurança alimentar e reduzam as perdas e desperdício de alimentos, utilizando a nossa agricultura familiar”, ressalta Marcos Montes.
Segundo levantamento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ ONU), estima-se que cerca de 30% dos alimentos produzidos no planeta sejam desperdiçados ou perdidos por ano, chegando a 1,3 bilhão de toneladas. Na América Latina, são cerca de 77 milhões de toneladas perdidas.
Para o diretor de Programas da Secretaria-Executiva do Mapa e coordenador do Grupo de Trabalho, Luís Eduardo Rangel, o Brasil possui diversas iniciativas conectadas à redução de perdas e desperdício que envolvem desde o produtor até o consumidor final. “Só nos resta coordenar de maneira eficiente as diversas ações, e assim oferecermos soluções para produtores rurais, atacadistas, varejistas e consumidores na busca por uma redução de desperdício”.
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