Coleção de aquarelas retrata com delicadeza a fundamental relação entre as abelhas e os cultivos agrícolas
Para comemorar o Dia Mundial das Abelhas – 20 de maio, data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A.) lança uma coleção de pôsteres ilustrados que exalta a valiosa contribuição desses polinizadores para a produção de alimentos.
A coleção Celebrando as abelhas na agricultura traz nove cartazes de aquarelas de alguns cultivos que se beneficiam, em diferentes níveis, da polinização realizada por abelhas e algumas das espécies que fazem esse serviço. As pinturas foram elaboradas pela ilustradora e agrônoma Georgia Amaral e estão disponíveis gratuitamente em formato PDF no site da A.B.E.L.H.A..
São oito pôsteres com cultivos relevantes para a agricultura brasileira, como café, morango, melão, açaí e castanha-do-brasil. As aquarelas incluem detalhes das flores, das principais abelhas que as polinizam e dos frutos gerados. Um nono pôster, que abre a coleção, reúne todos os cultivos.
As oito abelhas retratadas incluem espécies sem ferrão — como a jataí (Tetragonisca angustula) –, abelhas solitárias — como a mamangava-de-toco (Xylocopa frontalis) e a abelha-de-óleo (Centris analis) — e uma espécie exótica, a abelha-africanizada (Apis mellifera), a mais criada para produção de mel e para serviços de polinização agrícola.
Serviço ecossistêmico – A ONU estima que de 5% a 8% da atual produção global de alimentos, com um valor de mercado anual de U$235 a U$577 bilhões, se deve diretamente à polinização animal. No Brasil, pesquisadores estimaram esse valor em U$12 bilhões, em 2012.Os números por trás do trabalho das abelhas permitem entender o porquê de se celebrar a atuação delas na agricultura. Das 107 culturas agrícolas que lideram a produção global, 85% são beneficiadas pelos polinizadores, dos quais as abelhas são as mais eficientes.
“São muitos os ganhos para o agricultor: aumento de produtividade, frutos maiores e mais vistosos, com maior valor nutricional e maior tempo de prateleira, logo, muito valorizado no mercado”, elenca Ana Assad, diretora executiva da A.B.E.L.H.A.. “Já nós, consumidores, temos que celebrar as abelhas toda vez que compramos morangos graúdos, goiabas docinhas e maçãs redondas, dentre algumas das frutas que consumimos.”
Abelhas em cores e formas
Ao optar por um material artístico para comemorar o Dia Mundial das Abelhas, a A.B.E.L.H.A. quer alcançar um número maior de pessoas para conscientizar a sociedade sobre a importância da conservação dos polinizadores e, no caso do setor agrícola, da necessidade de convívio harmônico com essa fauna.
Nas pinturas, Georgia retratou a visita de cada espécie de abelha nas flores para pegar o alimento (pólen, néctar ou óleo floral). É nesse ato que elas podem depositar o pólen (que contém o gameta masculino) — da mesma planta ou trazido de outra planta da mesma espécie — na estrutura feminina da flor. Esse processo, conhecido como polinização, garante a reprodução das plantas com flores e é essencial para a frutificação.Comprometida com a divulgação de informações com base científica, a A.B.E.L.H.A. convidou uma profissional com embasamento acadêmico para a produção das artes dos pôsteres. Georgia se formou em Engenharia Agronômica, em 2019, pelo IF Sul de Minas – Campus Inconfidentes. Suas ilustrações estão disponíveis em seu perfil no Instagram e ela também trabalha com encomendas (confira o seu portfólio e depoimento abaixo).
A produção dos cartazes foi coordenada ainda pela bióloga, Kátia Aleixo, consultora da Associação A.B.E.L.H.A., que subsidiou o trabalho artístico com informações técnicas sobre os cultivos agrícolas e sobre as espécies de abelhas. Outros profissionais também foram consultados para a validação e revisão dos materiais.
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Os pôsteres podem ser baixados no site da A.B.E.L.H.A.. Estão em formato PDF em tamanho grande (59,4 x 84,1 cm) ou médio (21 x 29 cm) para impressão. Acesse o link.
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“Esse trabalho para o Dia Mundial das Abelhas me possibilitou unir meu lado agrônoma e meu lado artista, onde eu consegui juntar conhecimentos científicos aos artísticos de uma forma única. Foi uma experiência incrível trabalhar com um grupo de cientistas para produzir as ilustrações, o que me permitiu aprender muito.
Em 2019, eu me formei em Engenharia Agronômica, mas foi graças à arte que eu consegui ir até o fim. Eu sempre fui da cidade e não tinha tanto contato com o campo, mas sempre gostei muito de botânica, de entomologia e da parte científica por trás das ciências agrárias. Ainda assim, eu não estava me identificando muito com o curso, que era bem mais campo do que laboratório.
Para tentar me encontrar no curso e curtir mais o que eu estava aprendendo, comecei a fazer resumos ilustrados para estudar para as provas. Assim, eu retomei um gosto que eu tinha desde a infância, que é desenhar. Muitos colegas de sala queriam meus resumos, então passei a compartilhar fotos deles nas redes sociais e fui criando uma comunidade por lá.
Após me formar, veio a pandemia e meus dias foram tomados pela experimentação com aquarela botânica. Consegui meus primeiros clientes e passei a fazer encomendas personalizadas, até que o meu caminho e o da A.B.E.L.H.A. se encontraram.”
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Imprensa A.B.E.L.H.A.
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