Diversas unidades da multinacional ADM abrem caminho para elas atuarem inclusive em posições operacionais, consideradas predominantemente masculinas.
Fazer manutenção de equipamentos e operar tratores já não são mais tarefas voltadas unicamente para o público masculino. Nos últimos anos, a inserção das mulheres no mercado de trabalho do agronegócio se tornou uma pauta importante no setor, e a ADM, líder global em nutrição, originação e processamento agrícola, acredita na importância de inserir profissionais femininas em funções hoje majoritariamente executada por homens.
Na fábrica de Rondonópolis (MT), elas vêm se destacando de forma crescente no quadro de funcionários. Hoje, já são mais de 80 colaboradoras. “No início, elas eram contratadas para os setores Administrativo, Recebimento e Segurança Patrimonial. Ano passado, conseguimos incluí-las no processo operacional nas áreas de Armazenagem, Farelo e Preparação. O efeito foi muito positivo, tanto que queremos tê-las também no setor do Biodiesel e Envase”, afirma Renan Munhoz, coordenador de Recursos Humanos da unidade, sobre os planos de aumentar a presença feminina na indústria.
Em Rondonópolis (MT), já são mais de 80 colaboradoras. Na região portuária de Santos, pouco mais de 60. E a expectativa é continuar abrindo mais vagas para as mulheres.
Segundo o coordenador, a inclusão das mulheres trouxe um amadurecimento para a equipe. Os turnos estão mais unidos, o respeito é compartilhado entre os colegas, o engajamento referente ao cuidado e a organização melhorou e é perceptível a alegria da equipe com a união que foi criada. Sarah Pereira, 30 anos, é uma das colaboradoras que trabalha na área operacional de Rondonópolis. “Tive dificuldades de conseguir um emprego. Fiquei um bom tempo sendo dona de casa, e cuidando dos filhos. É difícil conseguir serviço sem experiência, cursos técnicos”, reflete. Em 2021, Sarah foi contratada e se dedica cada vez mais a aprender e aperfeiçoar seus conhecimentos. “Fui muito bem recebida. Os colaboradores são todos muito educados. Me passam as informações necessárias, e fazem as atividades junto comigo, sempre com muita paciência”, diz.
Outras colaboradoras compartilham a mesma opinião. É o caso de Janielle Fernandes, recentemente promovida para operadora de produção II, que trabalha no setor de Armazenagem. “Ser mulher é descobrir que somos capazes de conquistar o mundo e ainda assim sermos mães, donas de casa, esposas. Conquistar esse espaço é resultado de dedicação, comprometimento e amor”, conta a profissional.
Ganhos imensuráveis – Para Diego Souza, gerente do setor de Armazenagem e Recebimento, a inclusão de pessoas com conhecimento, orientação e experiências diferentes, quando voltadas para um objetivo comum, torna o ambiente de trabalho mais desafiador e de ganhos imensuráveis. “Já são 11 no meu time, e tenho orgulho de duas delas serem operadoras em um ambiente que há pouco tempo era pouco provável a presença das mulheres. Com algumas adaptações, garantimos a equidade. As inclusões trouxeram mais maturidade à equipe”, afirma.
A companhia firmou uma meta global de paridade de gênero para 2030 e tem acelerado cada vez mais esse processo, com ações de apoio, como a criação de grupos de afinidade e suporte às lideranças femininas na ADM. “Diversidade, equidade e inclusão são uma de nossas prioridades na gestão do capital humano. Nos empenhamos em criar um ambiente de trabalho inspirador para todas as profissionais, com oportunidade para destacar o papel da mulher. É um tema constante na agenda da liderança, e procuramos influenciar os gestores para que abram mais espaços para a equidade de gêneros”, declara Ana Apolaro, líder de Recursos Humanos da ADM Latam. De acordo com a executiva, todas as contratadas passam pela integração, treinamentos obrigatórios admissionais, inclusive sobre diversidade, equidade e inclusão, bem como treinamentos operacionais direcionados para todos os novos admitidos nas áreas.
O tema vem ganhando força nos processos seletivos de diversas unidades da ADM, de Norte a Sul do país, como no Porto de Santos, onde a empresa opera um dos maiores terminais de exportação de grãos da América Latina. Na região portuária, onde o ambiente é predominantemente masculino, a companhia investiu na construção de vestiários femininos, algo que não havia na unidade e que impedia a contratação de mulheres. Foi montado um comitê interno com a participação das que atuam no setor Administrativo e de Recursos Humanos. E em fevereiro, 20 foram contratadas. Hoje, elas somam 61 ou 17% do quadro efetivo de 392 colaboradores. E a expectativa é continuar abrindo mais vagas para as posições operacionais e administrativas.
Para Douglas Guastte, supervisor de Recebimento de Grãos, gestor e idealizador do projeto de inclusão das mulheres nas atividades primárias da operação de Santos, sempre foi um sonho não só como um ato de equidade, mas também de excelência operacional. “Ter agora um time diverso e integrado a valores, como respeito, criatividade e trabalho em equipe, é um aditivo para acelerar e consolidar os nossos resultados. Da base operacional à alta direção, todos estão muito felizes em poder contar com as mulheres na operação do porto”, declara.
Recém-contratada como Auxiliar de Operações, Rosimeire da Silva sonhava fazer parte do time ADM há quatro anos. “Não consigo expressar em palavras a alegria que vivo hoje de ter sido escolhida e ser parte das primeiras mulheres na Operação Recebimento. O sentimento que melhor ilustra esse momento se resume a gratidão, pois a forma e o carinho como eu e as outras meninas fomos recebidas mostra que o meu crescimento profissional só depende de mim. Sei que poderei aprender algo novo e que serei respeitada, independente de ser mulher”.
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