Maior feira de alimentos e bebidas do Oriente Médio deve render, nos próximos meses, US$ 3 bilhões em negócios consolidados para empreendimentos do Brasil
O Brasil conquista cada vez mais protagonismo na segurança alimentar mundial. Depois de fechar 2021 com recordes de exportação de alimentos, como proteína animal e frutas, o país começa o ano sendo destaque na maior feira do gênero alimentício do Oriente Médio. Na Gulfood 2022, que aconteceu em Dubai entre 13 e 17 de fevereiro, 114 empresas brasileiras atingiram os melhores resultados dos últimos cinco anos, somando US$ 362 milhões em vendas realizadas durante o evento. Nos próximos meses, os negócios consolidados originados na feira devem atingir US$ 3 bilhões.
A participação dos 114 empreendimentos foi liderada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que organizou 67 empresas brasileiras em seu espaço na feira. A ação contou ainda com as parcerias da Agência com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), com 30 agroindústrias, e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), que viabilizou a participação de 17 empresas.
“Além das vendas e negócios imediatos, são de grande relevância os resultados a médio e longo prazos que a Gulfood vai proporcionar às empresas brasileiras. Por seu formato de evento B2B, que reúne empresários e investidores, a feira é peça-chave para eles e para nossos trabalhos de posicionamento de imagem dos produtos brasileiros, agregando valor para todo o setor. Estima-se, inclusive, que essa edição proporcionou 8.185 novos contatos de negócios para empresas que estavam no estande da ApexBrasil”, destaca o Diretor de Negócios da ApexBrasil, Lucas Fiuza.
Participaram ainda oito empresas apoiadas pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB). O secretário-geral da Câmara Árabe, Tamer Mansour, ressaltou que essa foi uma das melhores edições. “Foi satisfatório observar a presença de diversas empresas brasileiras com produtos de valor agregado, isto é, industrializados, especialmente de prateleiras de supermercados e do setor de café”, apontou Mansour. O incentivo ao comércio de artigos de valor agregado no mercado árabe faz parte da estratégia da Câmara.
A localização estratégica do evento é a receita de seu sucesso, uma vez que Dubai é ponto de encontro entre exportadores e importadores de diferentes regiões do mundo, em especial dos países árabes, da Ásia e África, destinos importantes das exportações brasileiras. O perfil dos visitantes da Gulfood é, deste modo, internacional, sendo 60% do Oriente Médio, 20% da Ásia, 9% da África, 8% da Europa, 2% das Américas e 1% da Australásia (região que inclui Austrália, Nova Zelândia, Nova Guiné e ilhas menores).
Mercados Ampliados – Os resultados expressivos da recente edição estão ainda relacionados à ampliação da estrutura da Gulfood após dois anos de restrições devido à pandemia do coronavírus. Em 2021, contou com cerca de 2.500 expositores e pavilhões de 85 países, já neste ano, recebeu mais de 4 mil empreendimentos de 185 países no Dubai World Trade Center.
O potencial de estar em um local como esse foi percebido pelo Grupo Zeppone, conglomerado paranaense de produção industrial de polpa de frutas, creme de cupuaçu e açaí. O Zeppone já exporta seus produtos para países da Europa, como Portugal e França, e da América Latina, como Paraguai, e marcou presença pela primeira vez na Gulfood por intermédio da ApexBrasil. No evento, lançaram o projeto estratégico “Origem – From nature, from Brazil”, focado na exportação.
“A Gulfood capta empresas de diversos países, tendo vantagens em relação a feiras europeias, que têm um alcance um pouco menor, e americanas, que são praticamente regionais. Nossa participação permitiu cerca de 150 contatos de negócios e fez parte da estratégia de expansão de exportações do conglomerado, que lançou a linha Origem, especialmente para esse mercado árabe, com produtos preparados para receberem o certificado Halal, seguindo os preceitos islâmicos” contou o Gerente de Exportação do Grupo Zeppone, Bruno Folharini.
A Arrozeira Pelotas, por sua vez, participou do evento pela terceira vez. O coordenador de exportação da empresa com sede em Pelotas (RS), Lucas Silva da Silva, ressalta a importância da Gulfood, que com rígidos protocolos sanitários não parou durante a pandemia. “Exportamos arroz branco, parboilizado e integral e chegamos a mais de 15 países, sendo o Peru o principal comprador. Estar numa feira de tamanha importância coloca a Arrozeira Pelotas em um patamar muito bom entre os grandes players do comércio mundial. Depois de praticamente dois anos sem eventos presenciais, é essencial para a retomada dos negócios nesse novo período que estamos vivendo”, diz.
Exportações em elevação – As vendas internacionais impulsionaram o setor produtivo brasileiro em 2021. Em faturamento com exportações, o agronegócio registrou alta de 18,4% e a indústria alimentícia, que engloba alimentos e bebidas, de 16,8%. Dentro dos dois segmentos, vários setores apoiados pelos projetos setoriais da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) tiveram resultados recordes, como o aumento em volume de 81,5% nas exportações de ovos, de 23% de algodão e 11% de carne suína. Além disso, em receita, registou-se o aumento de 25,7% nas exportações de carne de frango, 20% de frutas e 9% de carne bovina.
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AA Agência Brasileira de Promoção de Exportações e de Investimentos (ApexBrasil) é uma das responsáveis pela presença do país na Gulfood 2022. Ela atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos, apoiando atualmente cerca de 15.000 empresas em 80 setores da economia brasileira. Também já atendeu mais de 1.300 investidores e mais de 118 projetos no valor de US$ 23 bilhões em investimentos anunciados no Brasil.
O portfólio de serviços da agência vai desde a preparação de inteligência de dados de mercado para conectar o investidor a autoridades de alto nível, oferecendo soluções para diversos setores da economia. A Agência faz parte do Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, por meio do qual conta com mais de 120 escritórios no mundo, e trabalha em estreita colaboração com outros ministérios, órgãos reguladores, entidades de classe.
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