Fintechs entregam experiência inovadora no agro
Por Marcus Linhares
Nos últimos anos, observamos um crescimento considerável de fintechs no Brasil. Segundo o relatório feito pela Distrito, plataforma que reúne o maior banco de dados sobre startups e inovação do país, só no primeiro quadrimestre de 2021, US$ 4 bilhões foram investidos em startups do setor financeiro. O fato é que ainda há uma forte desbancarização no Brasil e quando se percebe a bancarização, temos todos os players muito dependente das redes tradicionais (os Big Banks).
O agro tem sua maior presença no interior do Brasil e com grande dependência do sistema financeiro tradicional. Nesse cenário, as fintechs chegam para desburocratizar e proporcionar novas experiências, além de dar mais agilidade e comodidade em serviços que antes eram mais morosos. Quando levamos em consideração que o acesso à internet e a outras aplicações mobile já são realidade no agronegócio, assim como o avanço de novas gerações conectadas a serviços online, percebemos que existe novas possibilidades de negócios a serem exploradas.
De acordo com o Mapeamento Agtech 2021, realizado pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), existem aproximadamente 300 agtechs ativas. Destas, apenas 9% resolvem problemas de comercialização, atuando somente como marketplace ou fintech. No caso das fintechs, a maioria oferece serviços relacionados à crédito (em parceria com bancos ou financeiras) e as que transacionam geralmente em marketplace, utilizam as opções do mercado em geral (PagSeguro, Mercado Pago, Wirecard, Iugu, entre outras). e etc.).
E é aqui que entra a digitalização 360º do setor. Hoje existem tecnologias multiplataformas capazes de unir todos os players da cadeia do agro – quem quer vender; comprar; pagar ou até mesmo receber pagamentos. Em um momento em que a experiência do cliente tem sido muito questionada em todos os setores, esse quesito só será um diferencial pelas empresas que oferecerem tecnologias integradas, onde os usuários não precisam ter acesso separados a serviços complementares e não há fricção e atritos durante as várias etapas existentes.
A reestruturação bancária no Brasil possibilitou que vários serviços bancários se tornassem nichos para fintechs: desde recarregar créditos de celular, emissão de créditos (empréstimos), financiamento e até seguro. Essa atualização vem na onda da digitalização de tudo que é possível ser comercializado na internet. O público já se adaptou e aceitou as novas formas de acesso e dessa forma, gerou novas oportunidades e experiências para transformar diversos negócios.
Por fim, o Agro é a base da sobrevivência econômica do Brasil, pois está muito relacionada ao fornecimento de alimentos. Apesar de trabalhar com commodities (que por sua vez pode demonstrar poucas propostas de valor), o setor tem passado por transformações que necessitam de inovações, desde a maior produtividade em menores espaços territoriais, biotecnologia e sistemas mais eficazes de comercialização. E são esses três pontos que irão puxar esse desenvolvimento no setor: Aumento de Produtividade / Redução de Custos / Melhores formas de transações e comercializações (onde entram as fintechs). Vale a pena ficar de olho na evolução do segmento e em como as fintechs têm proporcionado benefícios ao segmento.
(*) Marcus Linhares é professor do IFPI, Mestre, Doutor e Pós Doutor em Empreendedorismo e Inovação, e responsável pelo NAVE – Núcleo Avançado de Educação Empreendedora (NAVE Lab – IFPI). É fundador e CEO da Bipp, agrofintech que facilita as negociações e integra transações de compra e venda entre produtores, fornecedores e agroindústrias
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