Em agosto, fretes do setor chegaram a R$ 1,02 por km rodado por eixo, enquanto em outros segmentos, como de produtos industrializados e insumos para a construção, os fretes ficaram em R$ 0,97 e R$0,96, respectivamente.
O Índice FreteBras do Preço do Frete (IFPF) mostra que os valores praticados no setor do agronegócio foram os mais altos registrados em agosto de 2021. O valor por quilômetro rodado por eixo alcançou R﹩ 1,02. Na análise entre julho e agosto deste ano, o aumento nos fretes neste segmento chegou a 3,26%, sendo o maior do período na comparação com outros grandes setores, como a indústria e a construção. Apesar de serem os mais caros registrados no período, os fretes do agronegócio ficaram 0,27% mais baratos, em comparação com agosto do ano passado.
“O agronegócio é um setor bastante aquecido. Em nossa plataforma, registramos um aumento de 184% no volume dos fretes desta categoria, no período entre julho e agosto. Este cenário foi impulsionado pela etapa final da safrinha do milho, que demandou mais viagens dos caminhoneiros para fazer os transportes, puxando o valor do frete para cima”, explica o Diretor de Operações da FreteBras, Bruno Hacad.
Os números seguem a estimativa de alta na produção agrícola no país. Segundo as projeções de agosto da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), haverá um aumento de 1,2% na produção brasileira de grãos no ciclo 2020/21 em relação ao ano passado, alcançando um volume de 254 milhões de toneladas.
Atrás do agronegócio, os fretes de produtos industrializados ocupam a segunda posição entre os mais caros, segundo a análise do IFPF, com valor médio de R﹩ 0,97, seguido de perto pelos fretes de insumos para construção, que ficaram em R﹩ 0,96 por km rodado por eixo.
Cenário desafiador do frete se repete em todas as regiões – O valor do frete no Brasil continua não acompanhando os sucessivos aumentos no preço do óleo diesel S500, segundo o estudo da FreteBras. Entre agosto de 2020 e agosto de 2021, o custo nacional do transporte por quilômetro rodado por eixo teve um aumento de apenas 1,58%, enquanto o preço do diesel, no mesmo período, subiu 37,25%.
Os dados do IFPF mostram que o valor médio do frete por quilômetro por eixo no Brasil foi de R﹩ 0,98, em agosto. A região Norte é a que apresentou o quilômetro por eixo mais caro (R﹩ 1,04), seguida por Nordeste (R﹩ 0,99) e Centro-Oeste (R﹩ 0,98). Os fretes mais baratos foram registrados no Sul e Sudeste, ambos com R﹩ 0,97.
Na comparação entre julho e agosto de 2021, a maior alta do preço do frete foi registrada no Centro-Oeste, alcançando 1,95%. “Isso aconteceu muito em função da crise hídrica que acarretou a paralisação da hidrovia Tietê-Paraná e também o declínio das estimativas da produção nos estados da região. Assim, para o transporte de grãos do percurso Centro-Oeste até Sudeste, os produtores tiveram que usar como alternativa o modal rodoviário, que é dois terços mais caro que o hidroviário”, analisa Hacad.
A região Nordeste registrou a maior queda no período, já que entre julho e agosto o valor do transporte rodoviário por quilômetro rodado ficou 3,27% mais barato. Houve um aumento de quase 6% de veículos registrados na plataforma na região, ajudando a puxar para baixo o valor do frete.
Variações anuais são influenciadas pela pandemia – Entre agosto de 2020 e agosto de 2021, o maior aumento no preço do frete foi na região Sul do país (+2,07%). Neste período, a maior demanda por caminhoneiros para o escoamento da produção de grãos na região, que foi 6,5% maior segundo o Conab, gerou um impacto ligeiramente positivo no preço do frete.
Já a maior queda foi registrada no Norte (-4,84%). “Em agosto, tivemos em nossa plataforma 43% mais caminhoneiros disponíveis do que fretes na região Norte e isso fez com que o mercado pagasse mais barato para realizar os transportes “, declara Hacad.
Neste período, as variações do preço do diesel nas bombas foram altas. A média nacional foi 37,25% maior do que em agosto do ano passado, sendo que a região Norte teve a menor variação com 35,39% e a Nordeste obteve a maior, com 38,22%.
O IFPF, que foi lançado em fevereiro, permite uma visão além da regional, com um olhar localizado para os Estados brasileiros. O Alagoas registrou a maior alta no preço do frete (+13,02%), de agosto de 2020 para agosto de 2021, impactado por uma alta de 87% no volume de fretes cadastrados na FreteBras. O Piauí também teve um aumento considerável de 11,53% no preço do frete, puxado pelo aumento de área plantada em 8%, o que gerou uma maior produção de grãos (milho e soja) em cerca de 10%.
Apesar do aumento no preço do frete, ambos os Estados tiveram uma variação de mais de 40% do preço do diesel no período comparado, sendo que Alagoas chegou a quase 43% de aumento.
Sobre os estados com maiores quedas no preço do frete, o Rio Grande do Norte e Ceará, em comparação com agosto de 2020, fecharam com -16,88% e -7,95%, respectivamente, enquanto o preço do diesel nestes Estados aumentou em cerca de 39,38% no mesmo período.
“Depois de lançar o IFPF, confirmamos que o preço médio do frete não acompanha a alta dos custos do diesel, mas também entendemos que o poder de negociar está nas mãos dos caminhoneiros. Por isso, lançamos o programa CalculaFrete, que tem como carro chefe a Calculadora de Custos. O objetivo é apoiar esses profissionais na gestão dos custos do transporte. É uma forma de empoderar ainda mais os motoristas e ajudá-los a organizar melhor seus gastos para conseguir manter o lucro das viagens”, explica o executivo da FreteBras.
Metodologia – Os dados que compõem o Índice FreteBras de Preço do Frete (IFPF) têm base na análise de mais de 5 milhões de fretes cadastrados até agosto de 2021. Com mais de 580 mil caminhoneiros cadastrados e 14 mil empresas assinantes, a FreteBras cobre 95% do território nacional. Foram analisados também os preços de combustíveis publicados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), principal índice de preço de combustíveis no Brasil.
–
FirstCom Comunicação
(11) 3034-4662 | firstcom.com.br