As condições das lavouras de soja melhoraram após um começo de temporada marcado pela irregularidade climática, que atrasou o plantio e comprometeu o desempenho das variedades precoces.

A melhora nas expectativas fez a Agroconsult, organizadora do Rally da Safra, aumentar as estimativas para a produção brasileira de soja 20/21 para 134 milhões de toneladas, 1,6 milhão de toneladas acima do número Pré Rally, após revisões positivas na produtividade esperada no Mato Grosso – principal estado produtor já visitado pelos técnicos do Rally – e no Rio Grande do Sul, cujas lavouras serão avaliadas em março.

A área plantada é estimada em 38,4 milhões de hectares, mesmo número divulgado na largada da expedição.

Após percorrer mais de 25 mil quilômetros e coletar mais de 620 amostras, as equipes do Rally finalizaram as avaliações da soja de ciclos precoce e médio/tardio no Mato Grosso. O estado deverá colher uma boa safra, mesmo com uma produtividade média de 57,7 sacas por hectare, inferior às 60 sacas por hectare da safra 19/20.

Segundo André Debastiani, coordenador do Rally da Safra, o trabalho de campo das equipes mostrou resultados um pouco acima do esperado, sustentando a revisão para cima na produtividade.

“No Médio-Norte e no Oeste, as variedades tardias mantiveram bom potencial, compensando um pouco as perdas da soja precoce”, explica.

No Rio Grande do Sul, estado que ainda será visitado pelo Rally, as lavouras se desenvolvem bem desde o fim do ano passado, após a regularização do Clima , recuperando-se da seca nas fases iniciais do plantio. Diante desse cenário, a estimativa de produtividade no estado subiu para 55 sacas por hectare (na safra passada, marcada por uma forte seca, foram colhidas apenas 36,2 sacas por hectare no estado).

Em relação aos números divulgados antes da largada do Rally, houve apenas uma revisão negativa: a produtividade média esperada nas lavouras do Piauí caiu para 54,5 sacas por hectare, prejudicada por um período de estiagem em janeiro.

 

Lentidão na colheita do Centro-Oeste – Debastiani explica que o principal problema agora é a lentidão da colheita no Centro-Oeste. Chove praticamente todo dia desde o início do ano, em especial no Mato Grosso. Os produtores colhem com grande dificuldade, na maioria das vezes com mais umidade do que o ideal.

“É importante notar que não há gargalo operacional: o que limita a colheita é mesmo o clima. Se as condições climáticas não melhorarem, pode haver mais perdas de qualidade nas lavouras que estão ficando prontas, mas que não estão sendo colhidas na velocidade adequada. O cenário piora ainda mais o calendário para a segunda safra”, afirma o coordenador do Rally.

 

Equipes em campo – Nesta 18ª edição do Rally, serão 26 equipes em campo, das quais 20 vão a campo até março para avaliar as lavouras de soja precoce no Mato Grosso, sudoeste de Goiás, Mato Grosso do Sul e oeste do Paraná, além da soja de ciclo médio e tardio em todos os estados produtores. Outras seis equipes irão a campo em maio e junho para verificar as áreas de milho segunda safra.

O levantamento acontecerá no Mato Grosso, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo , Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins.

O trabalho das equipes e o roteiro completo da expedição poderão ser acompanhados AQUI.

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