Médicos-veterinários e zootecnistas têm papel fundamental para a eficiência e a sanidade das produções

Chegamos ao dia Mundial da Alimentação (16/10) com estatísticas preocupantes. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística do Brasil (IBGE), o Brasil está novamente na lista de países em que mais de 5% da população ingerem menos calorias do que o recomendável. A volta do País ao Mapa da Fome evidencia quão prioritária é a promoção da sustentabilidade alimentar.

De acordo com o zootecnista Celso Carrer, presidente da Comissão de Zootecnia e Ensino do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP), além de estar atrelada a questões de renda e capacidade econômica da população, a sustentabilidade alimentar passa por aspectos como qualidade, controle e rastreabilidade de alimentos, desde o campo, até a mesa do consumidor.

“Medidas macroeconômicas devem ser acompanhadas de políticas para a melhoria da gestão da cadeia, de forma contínua”, afirma Carrer.

O argumento vai de encontro ao que comenta o médico-veterinário, Ricardo Calil, presidente da Comissão Técnica de Alimentos do CRMV-SP. “Gestões mais técnicas no governo iriam contribuir para melhor distribuição de alimentos”, diz o profissional, que considera o olhar às pastas de agricultura de importância estratégica, tanto do ponto de vista de geração de riquezas, quanto no que diz respeito ao acesso da população à alimentação.

 

Tecnologia deve ser aliada – Um fator crucial para a sustentabilidade alimentar é o apoio de recursos tecnológicos. “A tecnologia é considerada o quarto fator de produção (sendo os outros três: terra, trabalho e capital). Quando aplicada corretamente, ela pode gerar economia em, pelo menos, um dos fatores anteriores”, menciona Carrer.

O argumento de Calil sobre a produção de carne bovina exemplifica bem o que foi pontuado por Carrer. “Aplicando tecnologia, poderíamos ter a produção da atualidade com metade do rebanho brasileiro – 200 milhões de cabeças de gado bovino.”

Carrer explica que, com tecnologia integrada, há resultados muito positivos no que diz respeito a conforto animal, manejo de pastagens, genética adaptada, biotécnicas de reprodução e formas mais precisas de gestão. “Este contexto melhora a tomada de decisão, intensifica a produção, reduz impactos ambientais e socioeconômicos e, ainda, agrega valor aos produtos”, conclui o zootecnista.

 

Médicos-veterinários e zootecnistas são estratégicos – A formação do médico-veterinário e do zootecnista permite visões estratégicas sobre processos de diferentes fases da cadeia de produção de alimentos, o que faz destes profissionais verdadeiras peças-chave neste contexto.

Além dos conhecimentos técnicos inerentes às áreas de atuação, Carrer pontua que “ambas as profissões têm competências em fundamentos de natureza socioeconômica dos mercados e expertise em gestão.”

No que diz respeito à sanidade dos alimentos, Calil frisa que as condições favoráveis do Brasil para a produção estão diretamente relacionadas ao trabalho dos profissionais no campo, na indústria e no serviço da vigilância sanitária.

 

Sobre o Dia Mundial da Alimentação – A data foi idealizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) , em 16 de outubro de 1981, remetendo à criação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Com esta movimentação, gerou-se o apelo à erradicação da fome e ao acesso a alimentos nutritivos por todos. O objetivo é de conscientizar a ação global para aqueles que sofrem com a fome e a necessidade de garantir a segurança alimentar para a população.

 

Campanha 2020 da ONU/FAO – O tema da campanha criada pela ONU neste ano é “Cresça, alimente, sustente. Juntos”, lançando um apelo à solidariedade global, dentro do cenário de pandemia de Covid-19, para ajudar as pessoas mais vulneráveis a se recuperar e tornar os sistemas alimentares mais sustentáveis, fortes e resilientes.

CLIQUE AQUI e saiba mais sobre a campanha.

O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do estado de São Paulo, com mais de 39 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.


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