Estratégias que trazem benefícios sociais e ambientais estão cada vez mais presentes na rotina do campo
As perspectivas são otimistas para os suinocultores. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), no mês de junho, as exportações de carne suína no Brasil subiram 50,4%, se comparado ao mesmo período de 2019. Ao todo, foram exportadas 96,1 mil toneladas. Os números são reflexo de um mercado já consolidado, principalmente na região Sul do país, e que segue avançando com estratégias que trazem benefícios sociais e ambientais nas comunidades em que está inserido.
O cuidado com a sanidade dos animais e também com todo o processo de criação durante o ciclo de produção dos suínos se tornou um critério decisivo na relação entre produtores e indústria. Para Elsbeth Cornelia Verburg, suinocultora de Arapoti, no Paraná, esse é um dos desafios da profissão. “Minha meta, como produtora de suínos e leite, é proporcionar o máximo de bem-estar animal. Um desafio grande, mas não impossível. O bem-estar animal garante a qualidade do produto que chega ao consumidor final, que está ainda mais exigente quanto à origem e a forma como esses animais são criados”, explica.
Elsbeth conta com uma produção de aproximadamente 480 suínos por ciclo e é fornecedora da Alegra, indústria de alimentos de origem suína de Castro, também no Paraná, que, em 2017, conquistou o reconhecimento internacional quanto às práticas de bem-estar animal no abate. A indústria se tornou a primeira planta brasileira a receber essa certificação em bem-estar suíno pela World Quality Service (WQS).
Além do cuidado com os animais, outro ponto que se tornou parte da rotina do setor é a atenção com o meio ambiente. Considerados um problema ambiental, agora os resíduos da suinocultura são combustível para a produção de biogás. A própria Alegra desenvolveu um projeto para destinar todo o resíduo sólido da produção, também chamado de lodo biológico, para a geração de biogás. Uma usina foi construída ao lado da fábrica, num terreno com 10 mil m². A construção contou com investimentos de R$ 13,8 milhões, formando um novo negócio, a Energik, integrante da intercooperação Unium, que reúne as cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal – da qual a Alegra também participa.
Cerca de 20 toneladas de material serão destinadas todos os dias para o biodigestor da usina, que possui um tanque de 28 metros de diâmetro e 8 metros de altura. Só nesse processo haverá uma economia de R$ 1,5 milhão por ano, que eram gastos com a destinação dos resíduos.
E, assim, suinocultores vêm mostrando que é possível tornar toda a cadeia produtiva mais inteligente, sustentável e inspiradora.
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