O Grupo Técnico de Monitoramento do Abastecimento de Alimentos e Produtos Agropecuários no Estado de São Paulo divulgou nesta semana um novo diagnóstico referente ao período de 16 a 30/06/2020. Coordenado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento paulista, o Grupo é composto por representantes da cadeia produtiva do agro paulista.
“O monitoramento contínuo de toda a cadeia do agronegócio conta com a colaboração dos principais representantes do setor privado e orienta todos os elos envolvidos na produção, processamento, comercialização e distribuição de alimentos e produtos agropecuários”, afirma o secretário Gustavo Junqueira.
Durante o período apurado, foi constatado que o preço médio do boi gordo em São Paulo acumulou alta de 5,3% nos últimos 30 dias e forte alta nominal de 44,3% nos últimos 12 meses. A sustentação dos preços, mesmo com consumo interno enfraquecido, é justificada pela baixa oferta de bovinos e pela demanda aquecida da carne brasileira no mercado internacional, segundo a FinPec. No curto prazo, a oferta restrita de bovinos em todo o País se manterá como principal fator de sustentação do preço.
Em junho, as exportações de carne bovina (in natura e processada) atingiram o recorde de 172,3 mil toneladas, alta de 28% em relação ao mesmo período do ano passado. O destaque nas exportações continua a ser a China, que respondeu por 57% das exportações brasileiras de carne bovina no 1º semestre de 2020.
As cotações do frango vivo subiram nos últimos 30 dias, sendo que a alta é atribuída à menor produção e à demanda doméstica mais aquecida; as medidas de ajuste da produção por parte tanto da indústria quanto de produtores no 1º semestre de 2020 se mostraram eficientes em conter desvalorizações, fazendo com que a carne de frango chegasse na estabilidade entre oferta e demanda. Com aumento na demanda interna, as vendas externas brasileiras de carne de frango (in natura e processada) totalizaram 320,8 mil toneladas em junho, recuo de 13,2% na comparação com junho/2019.
Nos últimos 30 dias, também houve alta nos preços médios do suíno vivo. Segundo a CNA, após semanas seguidas de altas representativas, o mercado da suinocultura independente apresenta preços estáveis em diversas bolsas de mercadorias do País. Isso se explica, principalmente, pela diminuição do consumo de embutidos por parte da população que migrou para a carne de frango. No total, foram exportadas 87 mil toneladas de carne suína (in natura e processada) em junho de 2020, aumento de 53,9% em relação a junho de 2019.
A demanda pelo serviço de transporte rodoviário de carga, embora ainda se mantendo em queda, registra recuos menores chegando ao final da 2ª quinzena de junho em -34,1%.
O setor de Food Service, segundo o IFB, continua registrando redução do faturamento, tendo encerrado o mês de junho com recuo de -48,0%. O setor de bares e restaurantes continua sendo muito afetado pela crise, com queda de faturamento médio anual acumulada, em relação ao mesmo período em 2019, tendo encerrado o mês de junho na marca de -61,3%, de acordo com o relatório semanal do IFB/Cielo.
Por outro lado, o setor de supermercados e hipermercados continua registrando aumento de faturamento médio anual acumulado, em relação ao mesmo período em 2019, da ordem de +15,8%.
Outros segmentos destacados no relatório são:
- Ovos – Em junho os preços dos ovos caíram para o segundo menor patamar do ano, atrás somente do registrado em janeiro. Apesar da retração nas vendas e, consequentemente, nos preços, a expectativa de agentes do setor é redução na produção e valorização do produto nas próximas semanas.
- Café – As atividades da colheita da safra 2020/2021 seguem sem grandes impactos em decorrência da pandemia. Até o final de junho, a safra de café (arábica e conilon) se aproximou de 50% do volume colhido. Apesar dos questionamentos em relação à redução do consumo, o mercado reage diante das previsões de geadas para as regiões produtoras do Brasil e acumula altas na semana.
- Produtos Lácteos – O índice de preço do leite pago aos produtores no mês de julho aponta um aumento médio de 12,9%, valorização que reflete a alta demanda e consumo de produtos lácteos nas últimas semanas.
- Frutas – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) registra que o setor de frutas espera um ritmo de exportações para União Europeia perto do normal nas próximas semanas, em decorrência da retomada das atividades no continente europeu.
- Flores e Plantas Ornamentais – O setor de flores de vaso deve recuperar as vendas com a reabertura dos centros de comercialização nas principais capitais, de acordo com a CNA. O segmento de flores de corte continua com a demanda restrita aos clientes de floriculturas e Garden Centers e as vendas atualmente respondem por 40% do volume comercializado antes da pandemia
- Compras Públicas – As compras públicas pelos Programas Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Paulista de Agricultura de Interesse Social (PPAIS) e de Aquisição de Alimentos (PAA) não foram interrompidas em decorrência da pandemia. Entre 11 a 26/06, foram realizadas 16 chamadas públicas para a comercialização de 61 tipos de produtos. Destacaram-se nos certames a comercialização de alimentos como banana, abacaxi, milho, espinafre, mandioquinha, maçã, leite, tomate, tangerina e couve.
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Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo