A Associação Brasileira de Angus e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) fecharam acordo para dar início à Parceria Público-Privada (PPP) que fomentará o uso da seleção genômica nos rebanhos Angus no Brasil. O termo foi assinado em maio pelo presidente da Associação Brasileira de Angus, Nivaldo Dzyekanski, e pelo chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Daniel Montardo. “É um passo importante na busca de melhoramento contínuo em nossos rebanhos. A área técnica está de parabéns e, certamente, terá muito trabalho pela frente”, frisa Dzyekanski. O acordo também traz incentivo à pesquisa em tempo de recursos escassos. “Esse é o tipo de parceria que estamos buscando, trabalhar em conjunto com as instituições representativas para resolver os principais gargalos dos produtores com inovações tecnológicas”, destaca Montardo.
Segundo o gerente de Fomento da Angus, Mateus Pivato, apesar de o projeto ser uma continuidade dos estudos realizado pela Embrapa, UNESP-Jaboticabal e Associação Brasileira de Angus com demais parceiros nos últimos anos, é a primeira vez que a associação entra como parceira efetiva da pesquisa, o que foi viabilizado por meio de PPP. Para entrar no projeto, a Angus ingressou com aporte de R$ 198 mil entre recursos diretos e mão de obra especializada, de um total de R$ 498 mil estimados como custo total. “Agora, estaremos juntos discutindo o projeto que será desenvolvido até 2022. Nossa meta é continuar agregando animais à população de referência da Angus e buscar o desenvolvimento de novas características para predições corretas e acuradas”, completa o diretor e presidente do Conselho Técnico da Associação Brasileira de Angus, Márcio Sudati.
A ação tem previsão de duração de 36 meses e busca o desenvolvimento de metodologia e ferramenta para, dentro da raça, selecionar linhagens com maior adaptação tropical, de pelo mais curto, mais resistentes ao carrapato, mais adaptadas ao calor, mantendo suas tradicionais características produtivas e de qualidade de carne. Entre as metas até 2022, explica o geneticista e pesquisador da Embrapa, Fernando Cardoso, está a implementação de um programa de genômica que permita seleção combinando adaptação aos trópicos à produção para característica de elevado valor econômico. “A expectativa é seguir incrementando a população de referência com mais animais genotipados, mas focando na formação de população para resistência ao carrapato. Com isso, teremos um diferencial para o Angus do Brasil, com um animal mais adaptado aos trópicos, selecionado para ter pelo curto, menos parasitas e alta produtividade”.
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Por Felipe Rosa (MTb 14406/RS)
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