Primeira fase da nova fábrica de rações da cooperativa já opera a pleno em Ibirubá (RS) com estimativa de R$ 270 milhões de faturamento em 2025
A alta demanda do segmento de nutrição animal com uma produção nacional em torno de 90 milhões de toneladas de rações/ano está impulsionando investimentos nesta área. Mais antiga cooperativa agropecuária em funcionamento no Brasil, a Cotribá destinou R$ 180 milhões para a sua nova indústria de nutrição animal, dos quais R$ 130 milhões já foram aplicados na primeira fase. Com capacidade para 200 mil toneladas/anos e operando a pleno desde fevereiro, essa unidade destina-se à produção de rações para gado de leite e de corte, além de suínos, aves e suplementos minerais.
Com a conclusão desta etapa, a Cotribá já estima um faturamento de R$ 270 milhões em 2025 e se prepara para a segunda fase do empreendimento, que receberá mais R$ 50 milhões e será voltada ao pet food. A produção da nova linha será de 100 mil toneladas/ano a partir do final de 2025 e início de 2026. Com isso, a projeção da cooperativa é de em 10 anos alcançar uma receita bruta de R$ 670 milhões com a nova indústria, como informa o Gerente da área de Varejo, Marcelo Felipe Debortoli.
A Cotribá está no mercado de nutrição animal desde 1979, produzindo 100 mil toneladas/ano nas fábricas de Ibirubá, sede da cooperativa, e Tapera, que agora foram desativadas. O aumento da demanda por parte dos associados e dos produtores, principalmente de bovinos de leite e de corte, que representam mais de 95% da procura, motivou a implantação da nova indústria para ampliar a oferta e ainda agregar valor com lançamento de rações para animais de estimação.
Para atender a necessidade de matéria-prima para suprir a fábrica, a Cotribá garante ao seu associado a comercialização de grãos como o milho, para utilização na formulação dos produtos, além de soja, cevada e canola, que ao serem beneficiados, também são usados na produção das rações.
Com 114 anos e referência em cooperativismo com mais de 9,5 mil associados, a Cotribá é uma das maiores do país e tem como carro-chefe o recebimento, armazenagem, produção e comercialização de grãos. Possui 38 unidades de recebimento com 13,1 milhões de sacas de capacidade total de estocagem. Atua ainda em outros segmentos tais como farmácia veterinária, seção de peças, revenda de combustíveis, supermercados, loja de departamentos e estabelecimentos comerciais. “A solidez da nossa cooperativa tem possibilitado enfrentar com resiliência o cenário desafiador ainda decorrente das enchentes do ano passado, permitindo dar todo o apoio aos nossos associados e sempre cumprindo o papel do cooperativismo”, destaca Debortoli.
Linhas especiais – A comercialização de rações já se estende até Santa Catarina, principalmente à região oeste onde a pecuária de leite é relevante. Ele afirma que outras praças também estão no radar e a meta é aumentar o market share de rações para bovino de leite que, no Rio Grande do Sul, está em torno de 7%. São diferentes tipos de rações para todas as fases de crescimento do animal, incluindo linhas especiais para o período pré-parto, lactação e desmame, entre outros.
O novo empreendimento ocupa um terreno de 50 mil m², dos quais 15,5 mil m² são dedicados à infraestrutura. Esse complexo industrial é totalmente automatizado e conta com sistemas robotizados no ensaque e expedição para garantir eficiência e precisão no processo. Além de atender seus associados com produtos e orientações de nutrição, a Cotribá comercializa rações para clientes em suas lojas de agropecuária e já estuda a possibilidade de oferecer a produção para terceiros. Atualmente, o segmento de nutrição animal representa em torno de 6% do faturamento da cooperativa que, em 2024 foi de R$ 3,39 bilhões.
O ingresso no segmento de pet food é uma estratégia para agregar valor, pois é um dos que mais cresce no país. Também é uma forma de evitar a dependência do consumo do setor agropecuário. No ano passado, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, o faturamento foi de R$ 42 bilhões. O Brasil é o terceiro maior país do mundo em população pet e faturamento, atrás somente de Estados Unidos e China.
Por isso, a segunda fase da nova fábrica será dedicada à introdução de uma linha de produção de rações extrusadas para o mercado pet e também para peixes, camarões e outros. “Estamos avaliando bem esse mercado antes de definir a estratégia de lançamento de produtos”, afirma. Quando estiver em operação, a capacidade de total da indústria passará para 300 mil toneladas por ano.
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