Diante da alta da taxa básica de juros, o acesso ao crédito será mais burocrático e criteriosos neste ano, por isso, é importante ser assertivo no investimento de ferramentas e optar por tecnologias que garantam a segurança da produção
Entre uma tarefa e outra no campo, produtor rural certamente está atento ao celular acompanhando todas as notícias mais recentes sobre o cenário político-econômico brasileiro. Se por um lado a safra de grãos 2024/25 sinaliza um novo recorde com a produção nacional em 328,3 milhões de toneladas, segundo a Conab, o anúncio da elevação da Taxa Selic, juros básicos da economia, para 14,25% ao ano gera certa apreensão e exigirá um planejamento ainda mais preciso.
De acordo com Gabriel Corrêa, Gerente de FP&A e Finanças da Lindsay América Latina, representada pelas marcas Zimmatic™ e FieldNET™, além de mais burocrático, atualmente o crédito para o produtor rural disponível na tesouraria dos bancos, está mais caro, em torno de 19% com o spread bancário. “Isso é puxado, é muito acima do que vimos nos últimos anos”, destacou.
A nível de comparação, no início de 2020, a pandemia começou com taxa básica de 3% a.a. e o Plano Safra na casa de 6%. De lá para cá o cenário se alterou drasticamente e essa alta afeta toda a cadeia. Os agentes financeiros ficaram cada ano mais cautelosos e exigentes diante da insegurança econômica e neste início de 2025 isso se intensificou. “Hoje a realidade econômica torna as instituições bancárias mais restritivas em relação à elegibilidade de crédito. Estão mais conservadores, pois têm que pensar no fluxo de caixa do produtor a longo prazo, e em sua garantia de produtividade”, disse o profissional.

Gabriel Corrêa, Gerente de FP&A e Finanças da Lindsay América Latina, representada pelas marcas Zimmatic™ e FieldNET™
Alternativas para produtividade e crédito – Diante deste momento de incertezas do mercado, os agricultores precisam ser eficientes da porteira para dentro buscando alternativas que possam ajudar no bom desenvolvimento da safra. Entre as tecnologias que se destacam nesse sentido está a irrigação. Aqueles que utilizam pivôs, por exemplo, conseguem ter a garantia da produção, pois as plantas não passaram por déficit hídrico.
Além disso, outro benefício e que já é realidade em muitas propriedades é a possibilidade de cultivo de até três safras por ano. “O único produtor que vai atingir esse feito é o irrigante. Somente estes vão conseguir até mesmo em um cenário de seca intensa ter uma produtividade mínima. E quando eu digo mínima, é acima da média nacional do sequeiro ele vai alcançar debaixo de um pivô”, diz o especialista.
Outro benefício da irrigação, segundo Corrêa, é a maneira como o produtor começa a ser visto pelo banco. Isso porque hoje essa tecnologia passou a ser levada em consideração no momento da avaliação de crédito como garantia. “Nós da Lindsay, como indústria, estamos atuando junto às instituições financeiras pedindo para eles que, além de avaliar o produtor somente no prisma de opinião de crédito, que também desenvolvam e forneçam produtos mais adequados para o irrigante, com taxa de juros abaixo do mercado como forma de estímulo. Afinal, isso será tranquilamente compensado com a produtividade na colheita”, detalha.
Para aproximar ainda mais o mercado financeiro da irrigação, a diretoria da Lindsay fez parcerias com diversas instituições, como: Itaú, DLL, Banco do Brasil, Bradesco, entre outros. A ideia é ampliar o leque de ofertas para as mais diversas necessidades. A empresa também oferece opção de financiamento próprio, fazendo parcelamentos direto com o produtor rural e ainda caso precise, atuar na negociação junto aos bancos tentando reduzir as taxas.
Força do cooperativismo – Juntamente com as ações junto aos bancos e suas revendas, a Lindsay com o objetivo de democratizar as tecnologias de irrigação, também tem um braço forte atuando com as cooperativas. Atualmente a fabricante tem parceria com as gigantes paranaenses Coamo e Cocamar e a paulista Coplacana. Todas elas oferecem aos associados soluções de financiamento próprias, com parcerias bem estabelecidas com os seus agentes ou mesmo internamente fornecendo crédito direto. “Inclusive, também estamos atuando próximo às cooperativas de crédito em São Paulo para que possam se habilitar no plano do Estado de São Paulo, no Irriga + SP, lançado no final do ano passado e que ainda teve pouca adesão e pode gerar muita oportunidade”, reforçou Corrêa.
O Gerente de FP&A e Finanças da Lindsay Latam também lembra que como opção aos produtores, os recursos do Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga) do Plano Safra, ainda está disponível. Contudo, o acesso também não é tão fácil, pois o órgão também está bem criterioso quanto ao fluxo de caixa. “Nós que acompanhamos mensalmente a evolução do desembolso vemos que ainda há um bom orçamento disponível. Porém, não podemos garantir até quando o governo vai cumprir do orçamento do ano passado, pois a subida de juros também pressiona as contas públicas, portanto a nossa dica é que ajam rápido”, finaliza.
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