Em 2014, País exportou 733,2 milhões de toneladas de frutas e no ano passado foram enviadas para o exterior 1,1 bilhão de toneladas
As exportações de frutas frescas e secas pelo Brasil cresceram 49% em dez anos, de 2014 para 2024, segundo dados do Agrostat – Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Em 2014, conforme o Agrostat, o Brasil exportou 733,2 milhões de toneladas de frutas, enquanto no ano passado foram enviadas para o exterior 1,1 bilhão de toneladas de frutas.
Embora o crescimento das exportações de frutas seja menor em comparação com os números totais do agronegócio, o volume reflete a importância do cultivo para a economia nacional, já que a fruticultura é principalmente baseada em produção familiar, com emprego de mão de obra, valorização de produtos com alto valor agregado e diversificação da economia agrícola.
A exportação total do agronegócio aumentou 87% em volume em dez anos, segundo o Agrostat, passou de 140,8 bilhões de toneladas em 2014 para 264,2 bilhões no ano passado. “As frutas são relevantes para o agronegócio brasileiro e para a agricultura nacional. A maior parte da produção é consumida dentro do País, mas as exportações revelam a importância do fruticultor no competitivo cenário da exportação e do agronegócio no Brasil”, afirma o Country Director da Ascenza Brasil, Renato Francischelli.
De acordo com dados recentes do Ministério da Agricultura, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, com aproximadamente 2,5 milhões de hectares plantados e cerca de 5 milhões de empregos gerados. O mais recente levantamento da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) aponta que o País produziu 43 bilhões de toneladas em 2023.
Em termos de valores, a exportação de frutas rendeu ao Brasil US$ 1,3 bilhão no ano passado e US$ 840,8 milhões em 2014, conforme o Agrostat. Já a exportação do agronegócio em geral somou US$ 164,4 bilhões em 2024 e US$ 140,8 bilhões há dez anos.
Entre as frutas frescas, segundo o Comex Stat, do governo federal, as mais exportadas foram manga, limão e lima, melão, mamão e melancia. Banana, maçã e uva foram bastante impactadas pelo clima adverso e tiveram resultados menos satisfatórios.
Além das questões climáticas, como estiagem ou chuvas em excesso, outros fatores afetam a exportação da fruticultura nacional, como lentidão na abertura de mercados devido a burocracias, taxação dos produtos e segurança fitossanitária, de acordo com a Abrafrutas.
No ano passado, os Países Baixos foram o destino de 37% das frutas brasileiras, conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Reino Unido (15%), Estados Unidos (13%) e Espanha (10%) também são importantes consumidores externos das frutas produzidas no País. Na América do Sul, a Argentina respondeu por 3,3% das frutas exportadas em 2024.
Para o fruticultor, a exportação aumenta a demanda e impulsiona a economia local. Também ajuda a diversificar os produtos agrícolas vendidos ao exterior, com uma oferta contínua durante o ano. Com isso, o País se consolida como um grande player no agronegócio global, conquistando novos mercados e fortalecendo sua imagem como exportador de produtos de alta qualidade.
Muitas frutas exportadas vêm de pequenos e médios produtores, que adotam práticas sustentáveis e recebem incentivos para a produção de qualidade. Para 2025, segundo o Cepea, a expectativa é de que as exportações de frutas sigam aumentando, devido ao dólar valorizado e pela retomada da produção de algumas culturas.
O Cepea aponta que os principais desafios deste e dos próximos anos na fruticultura são agregar valor ao produto e usar tecnologias para minimizar danos climáticos.
Nas exportações, a Abrafrutas pretende fortalecer a parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) para a expansão das exportações de frutas brasileiras. O projeto prevê ações estratégicas junto aos fruticultores para consolidar a presença no mercado internacional.
O objetivo, informa a Apex, é aumentar o volume de exportações e ampliar a base de clientes, fortalecendo a competitividade do Brasil no cenário global de frutas e posicionando os produtos brasileiros como referência em qualidade e inovação, contribuindo para o crescimento econômico e sustentável do setor.
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