A inteligência artificial (IA) está inserida em praticamente todos os segmentos da economia mundial, e o agronegócio também segue esse movimento. O uso da ferramenta é uma tendência no agro e tem alavancado os números do setor brasileiro, sendo que o comércio de máquinas agrícolas, animais e insumos, por exemplo, se beneficiam dessa tecnologia que concentra dados e facilita as vendas.
A Access Partnership colaborou em uma pesquisa da Amazon Web Services (AWS) para organizações brasileiras e mostrou que 97% dos empregadores planejam utilizar soluções baseadas na inteligência artificial até o ano de 2028. O número exemplifica a tendência no mercado nacional.
No Brasil, uma empresa criou ferramentas de IA para o agronegócio que passam por todo o processo de venda, desde o gerenciamento de estoque até o fechamento final do negócio com o vendedor. “A complexidade do setor e a quantidade de informações para fazer um atendimento, criar conteúdo e realizar vendas necessita de um grande motor de IA que consulte todas essas informações em tempo real e entregue um atendimento especializado para cada cliente. Com isso, criamos núcleos de informações, abastecemos a base de dados com conteúdo técnico, manuais, dicas e suporte, e criamos uma inteligência artificial capaz de atender de maneira eficaz e imediata. Dúvidas sobre implementos agrícolas, insumos e dicas são feitas em tempo real em toda etapa do funil de vendas, com isso conseguimos ter mais agilidade e qualidade nos atendimentos, e construir um copiloto dos vendedores” – explica Willian Crizostimo (foto), CEO da BW8 Martech.
Pensando em veículos e implementos agrícolas, outra ferramenta desenvolvida é capaz de captar clientes e segmentá-los, além de possibilitar que quem deseja vender cadastre seu equipamento na plataforma, por meio da IA, e a pessoa que queira comprar realize uma busca fluída. Com isso, a ferramenta faz uma consulta no estoque inteiro.
Um exemplo de empresa do agro que conquistou altos números com as novas tecnologias desenvolvidas no país nos últimos anos é a Jumil, uma das fabricantes de máquinas agrícolas mais reconhecidas e tradicionais do mercado, que faturou R$ 14 milhões em um mês a partir da automação do funil de vendas com uso de inteligência artificial. O aumento na taxa de conversão de vendas foi de 420% neste período.
“No caso da Jumil, implementamos soluções que permitiram a captura de leads (possíveis clientes) mais eficiente. Para isso, integramos o WhatsApp com o CRM com a finalidade de automatizar o envio de cotações e notificar o vendedor no momento em que o lead chega, tornando o atendimento mais eficiente. Outro ponto relevante das ações táticas foi a centralização das campanhas dentro de uma plataforma, a automação completa do funil de vendas e a segmentação com precisão de ofertas” – ressaltou Crizostimo.
O Programa Leilões, que organiza e promove leilões em todo Brasil, alcançou R$ 6 milhões em vendas em duas semanas por meio da implementação de uma estrutura digital automatizada. A empresa dependia de planilhas no Excel e vivenciava alguns obstáculos, como a perda de oportunidades de comercialização e lentidão no atendimento. Segundo o CEO, as automações permitiram segmentar leads de acordo com interesses, como raças de gado. “A taxa de conversão saltou de 3% para 12% em 10 dias”, pontuou o especialista.
Os avanços somam com o desenvolvimento tecnológico já visto no agronegócio, como análise avançada de dados geoespaciais, automação de tarefas e aplicações mais precisas de insumos, por exemplo. Além disso, o aumento das vendas, proporcionado pelos sistemas integrados, colaboram com os números do setor, tendo em vista que, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária, o Produto Interno Bruto da agropecuária cresceu 11,3% no primeiro trimestre de 2024, comparado ao trimestre anterior.
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