A expressão “negócio florestal” faz referência ao plantio de florestas comerciais, ou seja, a silvicultura como forma de investimento. A atividade permite o retorno a longo prazo e tem sido a escolha de muitos investidores para colher os rendimentos como forma de aposentadoria.

Esse é o caso do servidor público Gilmar Ribeiro, de 53 anos, que por meio das redes sociais conheceu a possibilidade de investir no mercado florestal. Essa descoberta abriu novas oportunidades no universo das aplicações financeiras. O investidor conta que decidiu aplicar no mercado florestal por vários motivos,

“Eu escolhi principalmente por ser um formato a longo prazo, pensando em um plano de aposentadoria. Também pela segurança que a atividade transmite, e a segurança da parceria (com a empresa responsável pelo cultivo). Eu não faria o investimento de adquirir uma terra e fazer por conta própria, não adquiriria cota em um investimento onde eu não fosse o dono da terra porque a insegurança é maior, já que depende do acerto e permanência da outra empresa”, relatou Gilmar.

A aposentadoria é um benefício concedido a trabalhadores que atingem um determinado tempo de contribuição ou idade. Isso permite que eles se retirem do mercado de trabalho com uma renda garantida ao atingir a idade mínima, que em 2024 é de 58 anos e 6 meses para mulheres e 63 anos e 6 meses para os homens. O benefício também pode ser concedido por invalidez e está sujeita às regulamentações do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Porém, o sistema de aposentadoria convencional apresenta vários problemas, como a perda do poder de compra, já que a correção do benefício nem sempre acompanha a inflação. Além disso, muitos profissionais entram no sistema de aposentadoria, mas, como alternativa, podem optar pela previdência privada.

O problema é que a aposentadoria privada não é tão atraente aos olhares de quem deseja aproveitar a terceira idade com mais tranquilidade financeira, e é nessa hora que os investimentos alternativos entram em pauta.

Assim como Gilmar, o engenheiro Fábio Novelli, de 47 anos, investe no reflorestamento comercial de Mogno Africano pelo Instituto Brasileiro de Florestas (IBF), que oferece essa modalidade de negócios e gerencia mais de 5.100 hectares em Pompéu, Minas Gerais. Eles compraram terras do IBF e acompanham o crescimento das árvores, que no final de um ciclo – que acontece entre 17 anos a 20 anos, serão cortadas e transformadas em lucro.

“Falar de um produto como esse em 15 anos é totalmente permitido, o mercado vai para esse caminho, diferente da maioria dos brasileiros que acham que o lucro tem que vir em um ou dois anos”, ressaltou o paulista. Seu objetivo quando for colher os frutos do investimento é “sossegar”.

Segundo Higino Aquino, fundador e CEO do Instituto Brasileiro de Florestas, “O as florestas comerciais de Mogno Africano tem sido cada vez mais uma opção de quem deseja ter o lucro final, que pode chegar em cerca de R$ 10 milhões tendo como base um plantio de 6 hectares. Isso acontece porque o investimento funciona a longo prazo e não depende das oscilações do mercado financeiro tradicional, como a bolsa de valores. É uma aplicação que proporciona mais segurança, e dentro das opções alternativas é uma das mais conservadoras, porque está diretamente relacionada ao crescimento das árvores.”

Os números do segmento madeireiro de Mogno Africano, espécie exótica e de madeira nobre plantada em Minas Gerais, são favoráveis, e estimulam o investimento.

A madeira em lâmina no mercado internacional saltou de €1.516 em julho de 2023 para €2.052 em julho de 2024. O produto seco ao ar livre passou de €541 em agosto do ano passado para €846 neste ano.

Segundo um relatório da Indústria Brasileira de Árvores, as exportações de produtos florestais brasileiros para a Europa cresceram 27,1% no primeiro semestre de 2024, quando comparado ao mesmo período do ano passado, demonstrando o potencial visualizado pelos produtores que apostam no potencial do Brasil para a silvicultura.


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