Fundada há 17 anos e com oito unidades distribuídas pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato grosso do Sul, Bahia e São Paulo, a MFG Agropecuária é referência no uso de tecnologia e pioneira em investir nas áreas de sanidade e bem-estar animal no setor de confinamento bovino. O trabalho iniciou em 2017, com apoio da Personal Pec, de Adriane Zart e seu manejo “Nada nas Mãos”, ganhando novo impulso em 2021, com a consultoria BE.Animal, do professor Matheus Paranhos, e a adoção do conceito Welfare Quality.

O protocolo europeu voltado ao bem-estar animal de bovinos, suínos e aves tem como base 12 indicadores relacionados às cinco liberdades: livre de fome ou sede, livre de dor ou doença, livre de desconforto, livre de medo e, por fim, a liberdade de expressar comportamento natural. Obviamente, esta última é mais complicada de atender, mas a propriedade tem investido em estratégias para atenuar ao máximo os efeitos negativos.

“Sabemos que a pasto o bovino gosta muito de se coçar em árvores. Pensando nisso, em 2022, iniciamos em caráter experimental um projeto piloto para colocar coçadores em quatro baias da unidade de Campo Novo do Parecis (MT) e outros dois na unidade Terenos (MS) para melhorar a qualidade de vida dos bovinos”, relata a médica-veterinária Maryele Rodrigues (foto), coordenadora de Sanidade e Bem-Estar Animal da MFG Agropecuária. Após as primeiras impressões, o projeto está sendo testado em âmbito científico.

Por este motivo, seis baias foram destinadas à instalação de três tipos de coçadores diferentes, onde cerca de 600 cabeças serão monitoradas por câmeras em tempo integral e 200 cabeças serão analisadas como grupo controle. O estudo é feito em parceria com o Marfrig e a UNESP, sob orientação do prof. Roberto Roça. O objetivo é medir a adesão, quais os coçadores preferidos e o impacto sobre os índices de desempenho do lote. “Na segunda fase do experimento, para mensurar o ganho de peso individual, vamos utilizar cochos eletrônicos que registram tanto a quantidade consumida de alimento quanto a pesagem do gado. Acredito que um boi mais feliz vai se alimentar melhor e, consequentemente, vai produzir mais”, aposta Maryele.

 

Estrutura – Segundo a coordenadora de Sanidade e Bem-estar Animal da MFG, o momento mais crítico é na chegada ao confinamento. Como 95% do gado confinado na propriedade são de terceiros, é muito comum que venham de sistemas extensivos, um ambiente totalmente diferente do confinamento. Para reduzir o estresse e acelerar a adaptação, está sendo projetada uma área recreativa, em local mais reservado, em todas as unidades da MFG, com sombrites, coçadores, água, suporte de feno e comida à vontade.

Também é feita uma avaliação de comportamento observando se os bovinos estão agitados, deitados, calmos ou aglomerados. Cada um destes fatores indica o nível de estresse ou desconforto deles. Por exemplo, o lote recém-chegado não conhece a baia e, como os bovinos são presas na natureza, tendem a ficar aglomerados no canto, porque, dessa forma, sentem-se mais protegidos.

Por isso, um funcionário é encarregado de fazer o lote se mover dentro do local e mostrar ser seguro, processo chamado de aclimatação, o qual a MFG Agropecuária é pioneira no mercado. “A preferência é que de manhã estejam todos deitados, ruminando. Significa que a noite foi tranquila, que tinha ração e água suficientes e que estão satisfeitos”, explica Maryele.

Com todos indicadores de bem-estar animal em mãos, os quais incluem sanidade e nutrição, é calculada uma média semanal, na qual o objetivo é ficar sempre acima de 80%. “A média anual atual é de 95%. A gente tem uma baixa de 5% no período das chuvas por causa do acúmulo de lama nas baias. Fazemos aterramento, temos uma boa drenagem, mas, às vezes, a constância de chuva prejudica as metas. Outro marco foi reunir, no ano passado, especialistas para discutir todas as nuances do bem-estar animal durante uma semana com nossos técnicos e veterinários. Queremos tornar este evento anual”, informa a médica-veterinária.

 

Sanidade – Tão logo desembarcam das carretas, um médico-veterinário realiza um check-list inicial para identificar possíveis ferimentos, problemas de casco, infecção de ectoparasitas, sintomas de doenças ou se o animal viajou deitado. Também são registrados escore corporal, peso e qualquer outra informação relevante. Os animais que viajaram por longas distâncias recebem repositor eletrolítico. Depois de 24h, uma nova vistoria é realizada e o grupo direcionado à aclimatação.

Três dias depois, recebem os brincos do SISBOV, são vermifugados e vacinados contra raiva, doenças respiratórias e clostridioses. O controle de poeira e lama é feito de forma constante, além de uma a três rondas sanitárias por dia, a depender do desafio. Um manejo interessante é que antibióticos são utilizados apenas de forma curativa e somente com prescrição do veterinário responsável. Tais medidas renderam à MFG o menor índice de mortalidade do Brasil no benchmarking da Foco Saúde Animal.

 

Nutrição – Em relação ao programa nutricional, são realizados três tratos diários e a dieta básica traz silagem de milho ou capim, grão inteiro, milho moído, DDG, núcleo e farelos, com duas leituras de cocho, sendo uma de tarde e outra de madrugada. A preocupação é monitorar se a disponibilidade de comida está adequada, se a água é suficiente e se o bebedouro está limpo. Segundo Adriano Umezaki, coordenador técnico de Nutrição da MFG Agropecuária, é fazer o necessário.

“Procuramos manter a rotina das operações sempre na mesma intensidade, evitando oscilações nos horários de trato e sendo eficientes na fabricação e na distribuição das formulações, para que o gado expresse o máximo de seu potencial produtivo”, entende o especialista. Os resultados indicam que a propriedade está no caminho certo, pois a MFG Agropecuária ficou entre os TOP 10 do Benchmarking Confinamento Probeef 2024, da Cargill. A empresa não faz distinção do primeiro e décimo lugares.


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