De acordo com especialista, treinamento adequado é parte prioritária para reduzir perdas e otimizar a aplicação de produtos agrícolas

A demanda global por alimentos está aumentando rapidamente. Segundo a McKinsey, o Brasil precisará expandir suas terras agricultáveis entre 70 milhões e 80 milhões de hectares até o final da década para garantir o abastecimento de alimentos e combustíveis renováveis. Nesse contexto, investir em tecnologias que melhorem a eficácia produtiva e garantam rentabilidade é prioritário. A tecnologia de aplicação figura entre as ferramentas-chave para auxiliar os agricultores a otimizar resultados e reduzir riscos.

Criado por Matuo no início dos anos 1990, o conceito de tecnologia de aplicação aborda a correta aplicação de produtos no alvo, na quantidade necessária e com o mínimo impacto ambiental. Mais de 30 anos depois, esse conceito continua relevante e se torna ainda mais importante com o avanço de novas tecnologias e técnicas. O mercado agora oferece soluções mais avançadas para reduzir desperdícios e cortar custos, mas a eficiência ainda requer atenção cuidadosa durante todo o processo.

Os fertilizantes, por exemplo, representam uma parte significativa dos custos operacionais dos produtores brasileiros, chegando a até 30% do total gasto, conforme dados da CNA (Confederação Nacional da Agricultura). Diante desses números, o desperdício desses insumos pode resultar em perdas financeiras consideráveis. A Dra. Lais Maria Bonadio Precipito (foto), Técnica em Desenvolvimento de Mercado da BRANDT Brasil, enfatiza a importância de boas práticas agrícolas para evitar perdas. “A tecnologia de aplicação está diretamente ligada ao manejo eficiente dos produtos agrícolas. As aplicações devem ser planejadas para que atinjam o alvo de maneira que minimize perdas e não gere prejuízos ou desperdícios ao agricultor. Por isso, é importante ter precisão e atenção em cada etapa do processo. Cada campo e cultivo pode exigir soluções personalizadas, o que demanda de uma constante atualização por parte do profissional que está diretamente no campo, como os operadores.”

Uma das vantagens da tecnologia de aplicação é justamente a capacidade de planejar e adaptar as recomendações de trabalho conforme as necessidades e a realidade de cada produtor. O estudo detalhado das culturas agrícolas e de seus ciclos de vida são pilares dessa abordagem. “Cada estágio de desenvolvimento da cultura pode exigir ajustes nas técnicas de aplicação para garantir que os produtos atinjam o alvo de maneira eficiente”, explica a especialista, que acrescenta ainda que “esse conhecimento permite que os agricultores adaptem suas estratégias e melhorem a eficácia da aplicação”.

Além da análise de desenvolvimento da cultura, o agricultor precisa estar atento às condições climáticas, que podem afetar diretamente a eficiência da pulverização. De acordo com a Embrapa, fatores como umidade relativa do ar, velocidade e direção dos ventos e temperatura são determinantes no comportamento das gotas após a pulverização. Em baixa umidade, por exemplo, as gotas perdem líquido e peso rapidamente, podendo ser desviadas de sua trajetória inicial. A umidade mínima ideal deve estar em torno de 50-55%. Ventos fortes ou a ausência de vento também são prejudiciais. Temperaturas muito altas também promovem a evaporação rápida, enquanto temperaturas abaixo de 15ºC podem reduzir a eficácia dos produtos.

 

Tecnologia sozinha não basta – A eficiência das ferramentas de tecnologia de aplicação demanda a constante capacitação dos operadores. “Um profissional bem treinado pode calibrar corretamente os equipamentos, garantindo a dosagem precisa dos produtos e a uniformidade da aplicação. Além disso, ele deve ser capaz de identificar as condições ideais para a aplicação, levando em conta fatores como o estágio de desenvolvimento da cultura e condições climáticas, por exemplo”, elucida Dra. Laís.

Além de uma máquina calibrada, optar pelos produtos mais eficientes e seguros para cada situação são medidas de segurança importantes para proteger tanto o aplicador quanto o meio ambiente durante o processo. Por isso, os aplicadores devem estar atentos durante todo o processo de aplicação, desde o preparo da calda. “A formação desses profissionais é necessária para colocar em prática o conhecimento técnico e tomar decisões informadas durante a aplicação,” enfatiza a Dra. Ela destaca também que a habilidade de interpretar as condições do campo e ajustar as técnicas conforme necessário é insubstituível, mesmo com os avanços tecnológicos.

“Para os agricultores, se atualizar com as últimas inovações e práticas é uma necessidade constante. O sucesso na aplicação de produtos depende não apenas da tecnologia disponível, mas também do conhecimento e da responsabilidade dos produtores e operadores. É um trabalho conjunto entre tecnologia e mão de obra capacitada”, conclui.

A BRANDT Brasil é uma subsidiária da norte-americana BRANDT, uma empresa agrícola líder, que atende agricultores em todo o mundo. Fundada em 1953, desenvolve tecnologias que atuam na fisiologia vegetal e tecnologia da aplicação e bioproteção para diversas culturas. Presente em mais de 80 países, com o propósito de respeitar o investimento do produtor entregando resultados reais no campo por meio de tecnologias inovadoras, as quais estão disponíveis numa grande rede de distribuidores. No Brasil desde 2015, possui sede em Cambé (PR) e filial em Olímpia (SP).

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