Percevejo marrom é um dos mais danosos aos grãos e pode causar prejuízo milionário ao produtor, considerando seu potencial de dano até 30 % da produtividade da soja
Sojicultores poderão alcançar uma produtividade de 3,5 toneladas por hectare na safra 24/25, segundo levantamento da consultoria Datagro. Considerando que os percevejos – principal praga da soja – podem reduzir aproximadamente 30% desse volume, um ataque tiraria do agricultor mais de 1 t/ha, o que significaria um grande prejuízo financeiro. Segundo a Embrapa, na última safra, foram perdidos cerca de R$12 bilhões por conta da ação do inseto na cultura.
Diante de um potencial de dano tão expressivo, especialistas que são referência em suas áreas de atuação, entre eles, pesquisadores da Embrapa, das principais universidades do País e institutos de pesquisa do Brasil, se reuniram no 1º Fórum Técnico de Controle Preventivo do Complexo de Percevejos, organizado pela Nitro, multinacional brasileira produtora de insumos especiais para o agronegócio. Na ocasião, os especialistas discutiram avanços no manejo a partir do uso do macroparasitoide Telenomus podisi, que atua como inseticida biológico.
A prática tem ganhado espaço na agricultura, principalmente no manejo integrado, permitindo o controle de biótipos resistentes, reduzindo a pressão de percevejos ainda na fase de ovos e melhorando a qualidade do grão, o que impacta nos resultados de produtividade e ganhos dos produtores. “Hoje, liberamos ovos de percevejos já parasitados, produzidos em larga escala, em um laboratório exclusivo. Nos primeiros dias do ciclo de vida, as vespas nascidas desse parasitoide vão copular, depois, buscarão alimento na natureza: o ovo do percevejo, depositado pelo inseto na lavoura de soja. Ao encontrar, a vespa suga a seiva e faz a postura, e dali, ao invés de nascer um percevejo, nasce um novo Telenomus podisi”, explicou Tarcísio Júnior, agrônomo e coordenador técnico de mercado na Nitro.
Cecília Czepak, pesquisadora e professora da UFG – Universidade Federal de Goiás (UFG), também esteve no Fórum e pontuou que: “ao focar no controle preventivo desde o estágio inicial da praga, podemos reduzir drasticamente as infestações e proteger as colheitas”.
Depois das discussões no Fórum, os especialistas seguiram em visita na unidade de produção do Theros (Telenomus podisi), guiada por Heraldo Negri e Diogo Carvalho, sócios proprietários da Vivus, uma joint venture estabelecida por meio de uma parceria com a Nitro, em 2023, para dar escala à produção de insumos biológicos para agricultura. “Mensalmente, produzimos cerca de 300 litros de ovos de percevejo. É a primeira vez que se consegue criar e produzir essa quantidade de ovos já parasitados, o que é um resultado de muita pesquisa e investimento em inovação“, comentou Negri.
Jonas Cuzzi, diretor de marketing agro da Nitro, ressaltou que o mercado de biológicos é crescente entre os agricultores brasileiros e movimenta bilhões de reais no País. Com isso, a Nitro está comprometida em buscar e entregar soluções que asseguram rentabilidade e qualidade aos produtores rurais. “Hoje, só a nossa linha de biológicos representa cerca de 10% do faturamento da Companhia. Queremos quadriplicar essa participação até o fim de 2028, a partir do lançamento de novos produtos, mas também impulsionando as vendas do Theros”, revelou.
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