Em uma era de evasão para os grandes centros urbanos, como garantir a continuidade dos negócios familiares agrícolas ao longo das gerações? A sucessão tem se tornado uma atividade cada vez mais complexa, apenas 30% destes negócios chegam à 3ª geração, de acordo com um levantamento do Banco Mundial. Pensando na importância da permanência dos jovens no campo, a Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer) criou um projeto chamado Teens, que busca instruir e estimular jovens de idades entre 14 e 20 anos, sobre todos os processos que envolvem a cafeicultura.
“Muitos jovens que nascem em uma propriedade rural ficam desestimulados a continuar as atividades dos pais, por isso é muito importante apresentar novas perspectivas, tecnologias e experiências, por meio de projetos dinâmicos como o teens. Passar esse conhecimento e o sentimento de amor pelo campo faz total diferença, pois fazer um sucessor é diferente de ter um herdeiro. Nós precisamos das futuras gerações para continuar produzindo o nosso bom cafezinho” diz Raquel Paza Lazzarin, Diretora de Desenvolvimento Organizacional da Expocacer.
Por meio de cursos e atividades direcionadas, os participantes do projeto aprendem sobre todos os processos que envolvem a cafeicultura, passando pela produção, gestão, exportação, até ao consumo final. As aulas são distribuídas por etapas, aliando teoria às práticas da cafeicultura, que incluem: princípios cooperativistas, história do café no Brasil, produção de cafés especais; classificação de café; cupping e torra; visita à estrutura da Expocacer; noções de gestão, liderança e comercialização; além de visitas às fazendas de cooperados.
“Eu já tinha um conhecimento básico, mas participar do projeto foi essencial para ampliar a minha experiência na cafeicultura, e na minha decisão de seguir nos negócios da família. Eu pude conhecer na teoria e na prática as técnicas e assim me identificar e me especializar em áreas que até então não havia experimentado, como por exemplo, na produção de qualidade. Eu trago a novidade e meu pai entra com todo o conhecimento de anos, um complementa o outro”, diz Eduardo Fardin, filho do produtor Carlos Fardin.
O projeto, que entra em sua terceira edição, também tem como objetivo estimular um cultivo mais sustentável, de qualidade, além auxiliar os jovens e seus familiares, possibilitando novas perspectivas profissionais e ao mesmo tempo capacitá-los com noções e práticas gerais sobre o negócio de suas famílias, melhorando assim, o cenário de sucessão familiar.
“É importante mostramos aos nossos filhos e netos a grandeza e importância da cafeicultura. O café é algo que está no dia a dia de milhares de pessoas, além de ser um dos setores que mais cresce no Brasil, e importantíssimo para nossa economia. Somos os maiores produtores e exportadores do grão no mundo, temos algo grandioso aqui que abre inúmeras oportunidades”, finaliza Raquel.
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