O primeiro trimestre segue desafiador devido à alta oferta de gado. Mas a consultoria Agromove avalia o cenário mais otimista a partir do segundo semestre.
Preços instáveis e altos custos de ração, uma combinação perfeita para sabotar quem está desprevenido. Esse cenário provocou prejuízos para muitos confinamentos, especialmente aqueles que não protegem os preços. Agora, em 2024, estamos acompanhando um aumento notável na produção de carne no Brasil, o que teve impacto direto no setor de confinamento.
“A intensificação é conhecida como um ajuste rápido. Numa estratégia de comercialização não pode errar na venda. Tem muitos pecuaristas que amargam prejuízos grandes em função das oscilações de preço e custos com a ração. Por isso, trabalhar com ferramentas de confinamento hoje, sem ter uma estratégia de proteção, realmente é muito complicado”, avalia Alberto Pessina, CEO da Agromove.
Com o fim da estação das águas, que sofreu forte influência do El Niño, o pecuarista busca no pasto uma forma de segurar o rebanho para conseguir um melhor preço no frigorífico. Algo que ainda está desafiando as contas do produtor. “Desde dezembro, a gente vem adotando estratégias de proteção para evitar perdas no primeiro giro. No segundo semestre do ano passado, sentimos os efeitos do ciclo pecuário com muita oferta de carne chegando ao mercado. Por isso, quem protegeu o mercado em dezembro conseguiu comercializar entre R$240@ e R$244@ em maio. Hoje, já caiu, a negociação está entre R$225@ e R$222@. Ou seja, são pelo menos R$20 da receita que estão indo embora simplesmente por não proteger esse mercado.” , explica Pessina.
Ainda que o primeiro trimestre seja desafiador à alta oferta de gado. Os estudos mostram um segundo semestre com estabilidade e, possivelmente, aumento nos preços da carne. Mas para aproveitar essa melhora, o pecuarista precisa de profissionalismo e estratégias de gestão eficazes no confinamento, especialmente dado o contexto de preços voláteis e alta competição.
“Acredito num primeiro semestre mais ofertado, algo até julho pelo menos. Então, começa a estabilizar a disponibilidade de gado pronto para abate, e certamente a demanda pode sustentar os preços. Além disso, a abertura de novos mercados e a habilitação histórica de plantas frigoríficas brasileiras que podem exportar ao mercado chinês, pode ajudar no escoamento da produção. Podemos pensar num preço acima de R$250@ para o final do ano. Por isso, os confinamentos precisam adotar uma abordagem proativa para garantir a sustentabilidade de seus negócios”, avalia o CEO da Agromove.
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