Efluentes líquidos das indústrias devem ser tratados antes de retornar à natureza, visando à sustentabilidade hídrica
O Dia Mundial da Água, 22 de março, estimula reflexões sobre a importância desse recurso e a urgência de se adotar práticas sustentáveis para sua preservação. A respeito do tema deste ano escolhido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) – “A Água nos Une, o Clima nos Move” –, é indispensável destacar os esforços contínuos para enfrentar desafios ambientais, incluindo a questão dos efluentes industriais e seu impacto na conservação dos recursos hídricos.
As indústrias desempenham papel fundamental na economia, mas também têm uma grande responsabilidade ambiental. Seus efluentes, quando despejados sem tratamento adequado, representam uma ameaça significativa à qualidade da água e à saúde dos ecossistemas do planeta.
“Diante dessa realidade, é crucial que as indústrias adotem práticas responsáveis de tratamento dos seus efluentes. Além de cumprir as regulamentações ambientais, o tratamento adequado demonstra um compromisso genuíno com a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais”, comenta Lívia Baldo, especialista em gestão de resíduos e diretora da Tera Ambiental.
A empresa exemplifica esse compromisso ao adotar práticas sustentáveis no tratamento de resíduos orgânicos líquidos e sólidos. Por meio de processos avançados de reciclagem de efluentes e compostagem em larga escala, oferece soluções eficazes para transformar resíduos em produtos de valor ambiental. É uma prática alinhada aos conceitos da economia circular.
O processo começa com o recebimento, via caminhão, dos efluentes industriais, que são tratados nas lagoas de aeração e de decantação, utilizando métodos seguros e eficazes. Nessa operação, ocorre a remoção da carga orgânica, dando origem ao lodo de esgoto. O efluente tratado é devolvido de maneira segura ao Rio Jundiaí. Já o lodo resultante do tratamento é direcionado à compostagem, na qual é combinado com outros materiais orgânicos para a produção de um fertilizante orgânico composto de alta qualidade, que proporciona solução sustentável para a fertilização do solo e contribui para a produção de alimentos saudáveis. Dessa forma, a Tera evita a geração de passivos ambientais, uma vez que todo o lodo proveniente do tratamento dos efluentes é reaproveitado na compostagem.
Ao fechar o ciclo dessa maneira, as indústrias não apenas reduzem o impacto ambiental de suas operações, como criam valor econômico e ambiental para a comunidade. A gestão adequada dos efluentes resulta em melhorias significativas na qualidade da água, protegendo os ecossistemas e garantindo um futuro sustentável para as próximas gerações.
A exemplo disso, um trabalho conjunto iniciado em 1996, com a concessão do tratamento de esgoto à iniciativa privada em Jundiaí, já resultou na melhoria significativa da qualidade do rio que leva o nome da cidade. Sob a gestão da DAE Jundiaí, a Companhia Saneamento de Jundiaí realiza o tratamento do esgoto, enquanto a Tera Ambiental encarrega-se de transformar o lodo, resultante desse processo, juntamente com outros resíduos orgânicos, em fertilizante orgânico composto.
A cidade apresenta índices significativos em saneamento, acima da média nacional, com 99,65% das populações urbana e rural beneficiadas por redes de abastecimento de água e 98,81% conectadas às redes de esgoto. Além disso, 100% dos esgotos coletados são tratados. A média do País é de 86,6% para residências e estabelecimentos ligados à rede geral de água e de 75,5% para o descarte adequado de esgoto.
“Neste Dia Mundial da Água, incentivamos todas as indústrias a se comprometerem com práticas responsáveis de tratamento de efluentes. Juntos, podemos proteger nossos recursos hídricos e assegurar um futuro mais promissor para as próximas gerações e para o nosso planeta como um todo”, finaliza Lívia.
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