Projeto é fruto de parceria com a Bioenergética Aroeira e permitirá produzir até 60 mil toneladas de adubo por ano
A Agrion Fertilizantes, empresa brasileira dedicada à pesquisa e ao desenvolvimento de fertilizantes organominerais e biológicos produzidos a partir de resíduos da cana-de-açúcar, inaugurou, nesta quarta-feira (dia 29/11), em Minas Gerais, sua primeira fábrica. A unidade terá capacidade de produzir até 60 mil toneladas por ano, o que permitirá adubar mais de 100 mil hectares de terras. O projeto da Agrion é fruto de uma parceria firmada com a companhia Bioenergética da Aroeira, localizada no município de Tupaciguara (MG), e onde será instalada a fábrica. Para o projeto, foram investidos cerca de R$ 30 milhões, financiados com a emissão de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio).
Na nova fábrica, o carro-chefe da Agrion será o fertilizante pellet, de liberação gradual, feito a partir de matéria orgânica proveniente da filtragem do caldo de cana – a chamada torta de filtro -, que será responsável pela produção de cerca de 30 mil toneladas por ano. Outros três tipos de adubos serão produzidos no local, totalizando as 60 mil toneladas: o fertilizante em farelo; o líquido (feito a partir da vinhaça, outro subproduto da cana); os insumos biológicos; e o fertilizante mineral tradicional conhecido como NPK, único que não virá da usina Aroeira. Toda a produção atenderá a usina, fornecedores e mercados locais.
“Somos a única empresa do mundo que faz isso dentro de uma empresa de cana-de-açúcar. Vamos usar a energia e o biogás gerados pela usina, a vinhaça, a torta de filtro e a água. É uma economia circular, uma sinergia muito grande”, explica o CEO da Agrion, Ernani Judice. A parceria com a Aroeira é de dez anos, podendo ser renovável por outros dez.
Ernani Judice acrescenta que a ideia é replicar o modelo com 20 novas plantas ao longo dos próximos 10 anos:
“Temos um potencial de crescimento enorme para os próximos anos”, avalia ele, lembrando que o Brasil conta hoje com mais de 400 usinas de cana. A expectativa é de que as próximas unidades sejam instaladas em Pernambuco e São Paulo. O foco da companhia é atuar principalmente nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo.
A operação financeira de emissão dos CRAs que financiam o projeto é coordenada pela EQI investimentos, com a assessoria da Datagro Financial.
Gabriel Junqueira, diretor presidente da Bioenergética Aroeira, ressalta a importância da parceria com a Agrion na geração de renda: “Essa chegada gerou investimentos e empregos para toda a cidade e, além disso, contribui para a melhora da eficiência da nossa agricultura”.
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A Agrion desenvolve, implanta, opera e faz todo o investimento de plantas industriais de fertilizantes organominerais sólidos de liberação controlada de nutrientes, líquidos e de bioinsumos, construídas no site das usinas sucroenergéticas, em formato de economia circular, otimizando assim os custos logísticos e gerando sinergias operacionais e comerciais. Parte da produção é consumida pela usina e pelos seus fornecedores de cana, e o excedente comercializado no mercado local.