Objetivo é ampliar as ações sobre diversos temas, como inovações, treinamento e capacitação, além de discutir os principais gargalos do setor

 

A forte demanda comercial por sementes de qualidade no Brasil, impulsionou a Associação Brasileira de Tecnologias de Sementes (ABRATES) a reativar o Comitê Técnico de Análises de Sementes. O objetivo do Comitê é ampliar as discussões e ações sobre diversos temas, como inovações do setor, promover treinamentos, reciclagens, reuniões técnicas, bem como discutir os principais gargalos do dia a dia das pessoas que trabalham com análise de sementes e trazer tratativas eficientes quando necessário.

O presidente da ABRATES,  Dr. Fernando Henning, afirma que a instituição sentiu a necessidade de reativar o comitê pela sua importância diante deste mercado que movimenta mais de R$ 10 bilhões ao ano no Brasil. “Queremos concentrar as ações do setor, buscando inovação e expandindo a formação profissional e o treinamento de recursos humanos em análises de sementes”, afirma Henning, acrescentando que, deste modo, o Comitê terá papel fundamental para auxiliar e assegurar o controle de qualidade de sementes, de acordo com métodos e padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Para comandar as ações do Comitê de Análises de Sementes, a diretoria da ABRATES convidou duas especialistas em produção e  tecnologia de sementes. A Dra. Valquíria de Fátima Ferreira Mavaieie, proprietária da Vigor Agroanálises e Consultoria LTDA, irá coordenar o comitê com a ajuda da  vice-coordenadora, Dra. Débora Kelli Rocha,  que atualmente gerencia o Laboratório Agromen Sementes.

Para elas, o Comitê é uma ferramenta crucial para conectar as pessoas e ampliar a participação do setor de análise junto à ABRATES.  “A reativação  é de suma importância, pois concentra ações no setor e, desta forma,  teremos voz ativa para apresentar ideias, sugestões e críticas que possam trazer melhorias e ampliar as ações pertinentes à análise de sementes”, afirma Valquíria.

Entre as principais propostas de trabalho estão a realização de reuniões técnicas on-line e mensais para fortalecimento e integração dos profissionais do setor, cursos de capacitação para formação de profissionais que serão o futuro da análise de sementes no Brasil, formação de responsáveis técnicos, reciclagens e alinhamento dos atuais profissionais do setor e, consequentemente, a inclusão do setor de análise em discussões pertinentes sobre legislação e demais tratativas junto ao Mapa.

“Temos como meta principal trazer muita informação e capacitação para os profissionais de análise de sementes e para isso vamos focar nos temas principais”, acrescenta a Dra. Valquíria, citando como exemplo os cursos de capacitação para Responsáveis Técnicos de Laboratório de Análise de Sementes, Sistema de Gestão da Qualidade, formação de Responsáveis Técnicos de Produção de Sementes, Curso Análise e Patologia de Sementes de Grandes Culturas, Curso de Análise de Sementes Forrageiras entre outros.

“Além disso, as reuniões semanais entre os membros do comitê terão como objetivo a aproximação e troca de experiência entre os profissionais, o que vai estreitar as relações e tornar possível as discussões e soluções de pontos chave, trazendo a melhoria da mão de obra”, acrescenta Débora Rocha (foto acima).

Segundo Débora Rocha, o ponto alto será a capacitação de analistas porque hoje há uma grande demanda no mercado por esses profissionais e treinamentos. “Para ser comercializada a semente precisa ser analisada. Essa análise precisa ser bem feita, criteriosa, por profissionais capacitados, para que os laboratórios possam entregar o melhor resultado possível ao mercado sementeiro”, afirma Débora Rocha, lembrando que é importante que os laboratórios unifiquem seus conhecimentos e experiências para que todos estejam concentrados  num propósito comum. “Para isso, estão sendo convidados a compor o Comitê representantes de laboratórios da iniciativa pública e privada”, enfatiza Débora.

Também integrando o Comitê de Análises de Sementes, o vice-presidente da ABRATES, Dr. José Barros França Neto, pontua que além de permitir a união de todos os envolvidos em análises de sementes, o Comitê trará boas contribuições para que no futuro seja possível revisão e atualização das regras para a análises de sementes.  “A revisão e atualização das regras permitem incorporar avanços científicos mais recentes, garantindo que as análises sejam realizadas com base nas melhores práticas disponíveis”, afirma

Outro aspecto importante que é preciso destacar, segundo o Dr. França Neto, é que os laboratórios podem realizar uma variedade de testes, mas dentro de padrões metodológicos estabelecidos de forma que os resultados sejam compatíveis entre eles.

 

Brasil possui quase 200 laboratórios credenciados ao Renasem – Apesar de algumas regiões do país ainda terem carência de laboratórios credenciados, no Brasil são quase 200 laboratórios credenciados no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) e que estão aptos para emitir resultados confiáveis para comercialização de sementes.

Para entender um pouco mais sobre a atuação dos laboratórios, a coordenadora do Comitê explica que o setor  de análise de sementes atua no controle de qualidade, seja interno ou externo. Para comercialização de sementes, todos os lotes produzidos devem ser analisados  pelos laboratórios credenciados junto ao Mapa, os quais podem emitir os Boletins de Análise de Sementes (BAS).

“Portanto, os laboratórios de análise de sementes (LAS) são peça chave para garantir que as sementes tenham os padrões mínimos exigidos para comercialização, padrões estes que são impostos pelo Mapa”, destaca Valquíria Mavaieie.

Já os LASOs, que são Laboratórios Oficiais de Análise de Sementes do Mapa, analisam as amostras retiradas por fiscais durante as fiscalizações da produção de sementes.

”Para um laboratório ser credenciado no Renasem são necessários diversos atributos, entre eles, dispor de um Sistema de Gestão da Qualidade robusto, pessoas capacitadas em análise de sementes, responsável técnico, espaço físico, equipamentos necessários para realização das análises de acordo com o escopo pretendido e tudo deve estar pautado na Norma ISO 17025/2017 que traz os Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração”, explica a  coordenadora do Comitê.

Os principais testes realizados nos LAS para verificar a qualidade das sementes são os de pureza física e varietal, vigor, germinação, sanidade, tetrazólio, grau de umidade entre outros. Essas informações são essenciais para determinar se as sementes atendem aos padrões de qualidade alcançados e se são adequadas para a semeadura.


Imprensa ABRATES