The Yield Lab Latam promove evento, em São Paulo, com startups, investidores e empresas do Brasil, Argentina, Chile, México, Estados Unidos e Europa

Em uma semana de encontros, diversos agentes de startups apresentaram ideias, discutiram o futuro e oportunidades das agtechs e agrifoodtechs nacionais e internacionais no dia 19 de junho durante um evento promovido pela gestora de fundos de investimentos. O primeiro dia em São Paulo reuniu profissionais do Brasil, Argentina, Chile, México, Estados Unidos, entre outros países.

O painel realizado no encontro da The Yield Lab Latam (YLL) foi composto por Stephanie Regagnon, Diretora Executiva do Danforth Plant Science Center, de St Louis (EUA); Mónica Campos, Chefe de Ecossistema de Inovação da Nestlé México; Camilla Ribeiro Martes, Sócia da Mattos Filho; David Morrell, sócio de transformação digital do PWC, e mediado por Kieran Gartlan, Manager Partner da YLL. O encontro aprofundou o debate sobre as oportunidades no território brasileiro para expandir novas áreas e como os resultados obtidos aqui podem contribuir lá fora.

“A gente fez um estudo sobre como funciona o ecossistema de Piracicaba (SP) em relação à St. Louis (EUA), que é um pouco mais avançado e maduro. A gente identificou que tinha alguns pontos que faltavam naquela época e que a tendência é evoluir com o tempo. A participação da Stephanie ajudou a contar essa experiência nos Estados Unidos, de como evoluiu. A gente também contou com a presença do AgTech Garage, que mostrou os investimentos feitos até agora no Brasil em termos de governança e negócios. Já a participação da Nestlé mexicana foi para conhecer esse trabalho aqui e também nos EUA. No México essa ideia é bem imatura e as empresas lá precisam juntar as peças, criar hubs e startups que necessitam crescer.”, disse Gartlan.

A equipe da The Yield Lab Latam (YLL) também esteve presente em outro evento: World Agri-Tech South America Summit 2023, realizado em 20 e 21 de junho, em São Paulo (SP), destacando o potencial do Brasil em oferecer inovação e conduzir a transição global para práticas agrícolas mais sustentáveis ​​e inteligentes.

“Nós temos mais de 1.500 startups no agro que estão fazendo um belo trabalho em parceria com a Embrapa para desenvolver soluções dos principais problemas do setor agropecuário brasileiro desde a produção de sementes passando por fertilizantes, embalagens e rastreabilidade. Esse ecossistema de inovação ajuda a continuar desenvolvendo a agricultura movida à ciência no Brasil,” afirma Celso Moretti, pesquisador e ex-presidente da Embrapa.

O setor de startups busca soluções tecnológicas no mercado agroalimentar da América do Sul, que gerem impacto na eficiência produtiva e sustentável. Em um mundo com oito bilhões de habitantes, as empresas precisam investir na segurança alimentar e energética, oferecendo novas diretrizes sobre sustentabilidade, sequestro de carbono e estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, além de práticas para reduzir o desmatamento. Esses pontos são essenciais para um ecossistema de inovação agroalimentar que desenvolve de acordo com as metas ESG, construindo uma superpotência de inovação sustentável.

“Soluções que geram dados e visibilidade. Antigamente as fazendas eram caixas-pretas, ninguém sabia o que estava acontecendo lá dentro. Hoje, com a tecnologia você consegue gerar dados em tempo real de forma eficiente, por meio de satélite e telemetria. Com esses dados, a Inteligência Artificial vai criar soluções ao produtor para produzir de forma eficiente”, conceitua Gartlan.
O evento também mostrou a vivência dos empreendedores que estão construindo empresas cada vez mais inovadoras.

“As fazendas de médio e menor porte vão passar por processo de transformação nos próximos anos, principalmente em gestão e governança. Esse perfil de propriedade terá mais gestão e vai adotar práticas mais sustentáveis”, avalia Matheus Ganem, CEO da Seedz, um dos startups investidos pelo YLL.

Durante três dias, a The Yield Lab Latam acompanhou discussões sobre o novo cenário global e um portfólio como uma oportunidade única para expandir os negócios do setor em pleno crescimento. No dia 22, um grupo de profissionais estrangeiros foi à Piracicaba (SP) acompanhar de perto os trabalhos da Embrapa Meio Ambiente e o AgNest, que é um hub de inovação que segue o conceito de laboratório vivo “farm lab”, um espaço de incentivo ao empreendedorismo junto ao conhecimento científico. Na agenda, a equipe teve uma dinâmica com pesquisadores sobre o modelo Agnest e como implementar estratégias agrícolas sustentáveis num ambiente digital.

O Yield Lab Latam faz parte de uma rede global de fundos de Venture Capital focados em AgriFood Tech, que iniciou suas atividades em St. Louis, Missouri em 2014. A rede hoje está presente em quatro continentes, incluindo América do Norte, Europa, América Latina e Ásia-Pacífico.
A Yield Lab Latam foi fundada em 2017 e possui escritórios na Argentina, Brasil, México e Chile. A tese do fundo é investir em empresas sediadas na América Latina em todo o espectro de inovação em alimentos e agricultura, do campo ao prato.

Por Lilian Munhoz
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