O pós-desmame é um desafio nas granjas e pode comprometer o potencial de desempenho dos animais nas fases subsequentes.

Em constante crescimento, a suinocultura no Brasil conta com cerca de 2 milhões de matrizes, que produzem mais de 40 milhões de animais por ano. Esse plantel é responsável por cerca de 4,7 milhões de toneladas de carne suína ao ano, posicionando o Brasil entre um dos maiores produtores mundiais, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “É uma atividade extremamente importante, mas que pode gerar desafios para os produtores, como na fase do desmame, sendo esta uma das fases mais delicadas do ciclo de vida do leitão. “Esse período de transição do aleitamento materno para alimentação sólida é complexo. As mudanças nas instalações e no manejo poderão ser agentes estressores nesse momento. Nutricionalmente, um quadro de disfunção da barreira intestinal com a ocorrência de diarreias e redução de desempenho poderá ser observado caso essa transição da alimentação não seja realizada de forma adequada”, explica a zootecnista Fabricia Roque, da Auster Nutrição Animal.

Fabricia explica que o principal desafio é fazer a troca do leite por ração sem trazer prejuízos à saúde animal, já que na fase de aleitamento o intestino do animal estará mais adaptado ao leite materno. A estratégia, segundo a especialista, é iniciar o fornecimento gradativo das rações em formas sólidas ainda na maternidade, e atentar aos aspectos de palatabilidade e digestibilidade da nova dieta dos leitões.

O uso do manejo do creep feeding para os leitões durante a fase de lactação é uma prática conhecida e de extrema importância para adaptação a nova dieta pós-desmame, já que desta maneira, aos poucos, os leitões se acostumam ao novo alimento e não sofrem com a brusca retirada do leite materno. “Além da adaptação a dieta, essa estratégia auxilia na preparação e maturação do trato gastrointestinal dos animais, com o desenvolvimento de enzimas digestivas que favorecem a absorção de novos nutrientes”, afirma a zootecnista da Auster.

Já na fase de creche, outro ponto fundamental é garantir que os leitões tenham acesso a um espaço no comedouro adequado. Além disso, outra sugestão de Fabricia Roque é a realização de manejos que auxiliem o estímulo de consumo dos animais na primeira semana pós-desmame, como é o caso do uso de “tapetes de alimentação”, entendidos como pequenas ofertas de ração próximas ao comedouro, e que também irão auxiliar na adaptação da nova dieta nesta fase. “Ainda, é recomendável que as rações dessa fase contenham ingredientes altamente digestíveis, com fontes nobres de proteínas, uma relação ideal de aminoácidos, ingredientes lácteos e aditivos que auxiliam na saúde intestinal de leitões”, detalha.

Ela alerta que negligenciar essa etapa pode comprometer o desenvolvimento e a saúde intestinal dos animais, bem como reduzir a produtividade do sistema. “A suplementação nutricional para leitões na fase de maternidade é uma ferramenta de apoio ao suinocultor quando aplicada de forma correta. As linhas de ração da Auster para leitões de maternidade e pós-desmame possuem uma composição nutricional adequada para estas fases e trazem conceitos nutricionais que irão favorecer e estimular o consumo pelos leitões nestes períodos e, ainda, promover benefícios à maturação intestinal e desempenho dos animais. É um complemento importante para o período de alto desafio e complexidade”, completa a zootecnista Fabricia Roque.


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