Receio de escassez por recursos financeiros é apontado como motivo do aumento pela procura pelo fundo de investimento em direitos creditórios

O agronegócio registrou, no primeiro trimestre de 2023, uma movimentação de 15,1 bilhões em Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), modalidade de Fundo de Investimento utilizado para operações de crédito lastreado em recebíveis. O levantamento foi compilado com base em dados públicos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pelo Martinelli Advogados, que atua na estruturação jurídica e assessoria legal a esses fundos que registrou um crescimento de 9,7% do número de FDCs no agro no comparativo com o ano anterior.

Esse crescimento se deve especialmente pelo receio de escassez de recursos para o setor, explica Walter H. Fritzke, Head de Serviços Financeiros do Martinelli. Além disso, completa, no passado, entrar no sistema financeiro era difícil e moroso. Agora, uma empresa, entidade ou cooperativa pode criar a sua própria estrutura financeira como forma de oferecer mais um serviço ao seu cliente. Ele observa que o agro já tem uma cadeia de consumo estabelecida e as instituições do setor conhecem muito bem as necessidades de seus clientes.

A indústria de fundos de investimentos no Brasil, especialmente a dos FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), contabilizou um crescimento acentuado em 2022, com 361 novos fundos registrados. Desta forma, o número de FIDCs na CVM alcançou 1.908 no final de dezembro, alta de 23,4% no ano. O agronegócio, de acordo com o levantamento, representa 3,9% da carteira de direitos creditórios. O sistema financeiro é o líder neste segmento com (32,5%), seguido do Comércio (20,2%), Crédito (16,5%) , Indústria (12,8%) e outros (14,1%).

Ele completa que a modalidade ajuda a trazer mais liquidez para o segmento pela dinâmica do sistema. “O foco do FIDC é financiar toda a cadeia produtiva para fazer a ‘roda girar’”, destaca o especialista. Fritzke acrescenta que o agronegócio possui três players principais para a adoção de um FIDC, sendo eles: agroindústrias, agrodistribuidores e produtores.

 

Tendência de crescimento – Ainda com base no levantamento do Martinelli as alterações regulatórias, somadas ao contexto econômico, fizeram com que o ano de 2022 encerrasse com mais 1.900 FIDCs registrados na CVM, o que representa um incremento de 23% em relação ao ano anterior para todos os segmentos econômicos. Ao todo, os FIDCs movimentaram R$ 377 bilhões no ano passado.

“Ao longo do ano de 2022 vimos a Selic (taxa básica de juros) aumentar mais de 4 p.p., o que automaticamente transformou os ativos de renda fixa em alvos para o mercado de capitais. E os FIDCs – um dos veículos de investimento nesse setor – tiveram um crescimento do patrimônio superior a 20% ao longo do ano”, analisa Fritzke.

Com o foco em agilizar as novas formas de comercialização, no final de dezembro do ano passado a CVM publicou novas regras para o mercado de fundos de investimento: a Resolução CVM 175. Essa modernização, destaca Fritzke, já era esperada desde meados de 2020 e deve trazer mais segurança aos agentes de mercado, além de aumentar o número de players nesse setor.

“Esperamos, com essas mudanças, que o mercado de FIDCs atraia ainda mais liquidez. Para 2023 estamos otimistas de que o setor se mantenha aquecido”, finaliza o Head de Serviços Financeiros do Martinelli.

Com mais de duas décadas de mercado, o Martinelli Advogados é um dos maiores escritórios de advocacia empresarial do Brasil e referência no agronegócio, eleito como um dos escritórios mais admirados no setor pela edição atual do ranking Análise Advocacia. Com mais de 800 colaboradores, o Martinelli Advogados marca a sua presença em vários dos principais polos de produção do agronegócio brasileiro, como Maringá (PR), Cascavel (PR), Passo Fundo (RS) e Chapecó (SC), além do interior de São Paulo, Goiás e Mato Grosso, ofertando serviços personalizados voltados para empresas e organizações do setor e alcançando todo o território nacional por meio de suas 16 unidades. A grande experiência no atendimento a grandes cooperativas fez do escritório a primeira instituição não cooperativa do Brasil a receber o selo SomosCoop. Seu modelo de trabalho aplica o “Jeito Martinelli”, com atendimento personalizado, que entende com profundidade as necessidades do cliente e propõe soluções jurídicas e empresariais alinhadas com a estratégia do negócio.

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