Por meio de armadilhas inteligentes e visão computacional, a agtech Tarvos disponibiliza na safra 2023/24 uma ferramenta de monitoramento das lavouras, buscando minimizar possíveis prejuízos nas plantações

Uma velha conhecida dos produtores, a cigarrinha do milho (Dalbulus maidis), a cada ano gera mais preocupação em diversas regiões do Brasil. Os enfezamentos, comuns em lavouras infestadas por elas, são considerados atualmente um dos principais desafios fitossanitários da cadeia produtiva do milho no Brasil, já que podem reduzir em mais de 70% a produção de grãos em plantas suscetíveis. Para ajudar no controle preventivo desse problema, a agtech Tarvos está lançando para a safra 2023/24 suas armadilhas inteligentes que vão muito além da geração de imagens.

O equipamento de monitoramento exclusivo foi especificamente projetado para atrair e capturar a cigarrinha do milho, tornando-se uma ferramenta altamente eficiente para sua identificação. As armadilhas inteligentes atraem os insetos através da cor amarela, além disso, contam com uma câmera que faz o registro das cigarrinhas capturadas e transmite os dados via satélite. Os algoritmos de reconhecimento de imagem permitem o monitoramento em tempo real e on-line, medindo a dinâmica populacional dos insetos de forma constante e simultânea.

As informações coletadas, com os talhões mais suscetíveis à  praga, são entregues via WhatsApp, com um relatório personalizado para auxiliar nas tomadas de decisões no uso de insumos químicos ou biológicos, e na melhor janela possível de aplicação. “O nosso objetivo não é comercializar armadilhas e sim utilizar a ferramenta para transformar imagens em dados e informações relevantes para o manejo, por isso, vamos além da imagem”, diz Carolina Suffi, diretora de negócios estratégicos da Tarvos.

 

Manejo preventivo – Segundo a bióloga Nathalia Silva, que atua junto à equipe de entomologia agrícola na Tarvos, com foco no desenvolvimento e validação de armadilhas automatizadas para o monitoramento das principais pragas agrícolas, o problema não é apenas a cigarrinha em si, mas a transmissão de doenças que ela causa. “Esse é vetor de três doenças muito relevantes na cultura: o enfezamento vermelho, o enfezamento pálido e a virose do raiado fino do milho, portanto, o produtor precisa ficar em alerta”, destaca.

A cigarrinha tem preferência por plantas de milho recém emergidas. Com cerca de 10 dias após o plantio já se nota a migração delas para as lavouras e é a partir dali que se inicia a transmissão de doenças. “O grande problema dos enfezamentos é que a planta continua se desenvolvendo normalmente, mas só vai apresentar os danos causados pela praga na fase reprodutiva. Nesse momento o produtor já não tem mais o que fazer, apenas contabilizar a quebra de produtividade. Por isso o manejo preventivo é fundamental”, diz a bióloga.

Hoje o monitoramento convencional é feito por meio de adesivos para a atração de insetos com a contagem manual. Este modelo, além de moroso e impreciso, está sujeito a inúmeros erros, principalmente de falhas na identificação com outras espécies semelhantes à cigarrinha do milho.

Além disso, o manejo convencional é muito espaçado e às vezes demora dias entre uma coleta e outra. “Em nossos estudos identificamos que quando a praga chega na lavoura com plantas recém emergidas, no dia seguinte ela já se espalhou por dentro da área. Por isso, com essa janela de mais de dois dias de monitoramento, o produtor já pode ter perdido o momento ideal de aplicação para o controle da praga”, reforça a especialista.

A plataforma Tarvos une tecnologia e inovação aliadas a softwares que usam inteligência artificial conectados às armadilhas automáticas e que monitoram a lavoura em busca de pragas 24 horas por dia, sete dias por semana. Com modelos bioestatísticos conseguem identificar várias espécies diferentes de maneira simultânea, sem qualquer intervenção humana.

No caso da cigarrinha do milho, a ferramenta apresenta até 95% de assertividade nas identificações da espécie. “A presença de uma cigarrinha já é um sinal de alerta, por isso tecnologias como a nossa, com dados diários, geram informações para saber exatamente o momento inicial da infestação. Assim é possível agir de forma mais rápida e com controle efetivo, ajudando os produtores a estarem sempre um passo à frente do problema”, diz Nathalia.

 

Prevenção começa agora – A ferramenta Tarvos, que foi testada e validada, está pronta para início de projetos da Safra 23/34. Segundo Carolina, a empresa começa a posicionar as armadilhas em agosto para que no momento da plantação do milho, em meados de setembro, elas já estejam prontas para monitorar.

A estratégia da agtech é seguir com dois projetos. Um deles é para macrorregiões, onde é possível observar o movimento de migração da praga. Outro projeto está focado em microrregiões onde serão beneficiados produtores, sementeiras, grupos agrícolas e cooperativas. “O foco dos clientes para ter acesso a esses dados é amplo. Todos nessa cadeia têm o interesse de obter informações sobre a presença dessa praga. Conseguimos atender todos estes mercados identificando a necessidade de cada um”, diz a diretora de negócios estratégicos da Tarvos.

Ainda segundo a profissional, a ideia para os próximos anos é dobrar o número de armadilhas a cada safra, ampliando cada vez mais essa malha de monitoramento, criando assim um grande banco de dados da cigarrinha do milho e um histórico que até hoje não existe. “Com essas informações passamos a colaborar com o uso de defensivos biológicos. Com os dados obtidos de presença e captura de D. maidis podemos começar a intensificar o uso desses produtos não somente no corretivo químico, mas sim, no preventivo biológico”, finaliza Carolina.

A Tarvos S.A. é uma empresa brasileira com sede em Campinas-SP, sendo pioneira no desenvolvimento de soluções em software e equipamentos eletrônicos para coleta de dados para o manejo digitalizado de pragas e doenças agrícolas.

Rural Press