Entender o momento certo de realizar a colheita da pastagem para o consumo dos animais é imprescindível para o sucesso na atividade
Com os elevados custos de produção recorrentes no ano de 2022, utilizar o máximo potencial da pastagem, sem causar a sua degradação, tornou-se uma alternativa para produzir uma arroba mais barata. O ponto principal para alcançar o desempenho almejado é certificar-se que o animal está consumindo o que foi proposto. Em uma dieta de confinamento, por exemplo, é mais fácil fazer essa mensuração, mas a pasto, o que se pode fazer é proporcionar todas as condições favoráveis para o máximo consumo da forragem de ótima qualidade.
“Neste sentido, colocamos em prática o uso da palavra palatabilidade para descrever o quanto o animal foi adepto àquela pastagem, porém, como não existem unidades de medida e nem equipamentos para esta mensuração, este termo pode ser alterado por ‘preferência’, que é a discriminação exercida pelos animais entre distintas áreas da pastagem ou entre os componentes do dossel forrageiro, ou em forragem colhida e oferecida no cocho”, explica a Responsável Técnica da Minerthal, Letícia de Souza.
Segundo a especialista, um ponto importante na pecuária é a taxa de lotação, isso porque, em uma determinada área na qual existem muitos animais com pouca disponibilidade de pastagem, a produtividade por animal e por área são baixas. Porém, se houver uma alta disponibilidade de pastagem e poucos animais, o ganho de peso diário é alto e a produtividade por área será baixa. Por isso, é preciso buscar sempre uma faixa ótima entre taxa de lotação e oferta de pastagem.
“Quando direcionamos o assunto para o consumo da forragem, sabemos que o gado prefere folhas jovens em que o perfil nutricional (proteína bruta e fibra) é melhor comparado a pastagens mais velhas, mas estas folhas jovens são responsáveis pela fotossíntese, que resulta em desenvolvimento da planta, assim, é necessário permitir descanso à pastagem para não afetar o seu crescimento”, detalha Letícia.
O principal objetivo das plantas forrageiras, em geral, é produzir folha. Por isso, segundo a profissional, quando surge o sombreamento na folha, a planta responde à falta de luz alongando o entrenó para que a nova folhagem tenha acesso a iluminação e se desenvolva. Então, como o animal tem preferência por folhas se comparado a talos, para não favorecer a produção de talo é preciso ter pastejo (ou corte) na altura correta.
O pecuarista é um agricultor de pastagem, assim, saber realizar a colheita pelo pastejo dos animais é imprescindível para o sucesso na atividade. Além disso, o solo brasileiro, por via de regra, é nutricionalmente inadequado, proporcionando déficit de alguns nutrientes para a planta forrageira e por tabela para o rebanho. Desta forma, complementar estes nutrientes faltantes na pastagem, e que são exigidos pelo animal, é necessário para aproveitar o máximo potencial.
Letícia explica que, de maneira geral, as pastagens brasileiras apresentam sazonalidade na produção, sendo que, na época das águas (verão), há uma boa disponibilidade de forragem e os minerais são os primeiros nutrientes limitantes. E no período seco do ano há baixa disponibilidade de pastagem e a proteína bruta se torna o primeiro nutriente limitante.
Entender que a exigência do animal é alterada pela categoria animal, raça e meta de desempenho, e que a qualidade da pastagem é alterada pelo solo em que ela está estabelecida, espécie forrageira e época do ano é primordial para a correta suplementação de nutrientes na pastagem.
“Por fim, aliar o bom manejo de pastagem e a correta suplementação de nutrientes via cocho aos animais é sinônimo de produtividade, resultado positivo e sustentabilidade da atividade pecuária”, finaliza a Responsável Técnica.
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