Investimentos em ferramentas de agendamento, check-in por geolocalização e gestão administrativa e de pátio contribuíram para aumento de 62% na movimentação de algodão da Brado
Para acompanhar a demanda crescente do agronegócio brasileiro, a Brado vem aumentando o investimento em tecnologia. Só para este ano, a previsão é de mais de R$ 13 milhões aplicados na transformação digital da empresa, quase o dobro do que o investido em 2022. O Terminal de Rondonópolis (MT) foi o mais impactado, com as soluções em tecnologia contribuindo para um crescimento de 62% na movimentação de pluma de algodão na comparação entre os meses de agosto (início da implantação) a dezembro de 2022 com o mesmo período de 2021. Foram mais de 6,7 mil contêineres que seguiram para exportação nos cinco últimos meses do ano passado, contra 4,1 mil em 2021.
Para 2023, o investimento será destinado a melhorias em setores como comercial, administrativo e novamente nos terminais. Em Rondonópolis, as tecnologias irão beneficiar as operações de milho, agroquímicos, madeira e bens de consumo diversos. Os demais terminais da empresa, localizados em Cambé (PR), Araraquara (SP), Sumaré (SP) e Davinópolis (MA), também receberam aportes com soluções tecnológicas e a previsão é que as soluções completas cheguem até 2025.
Entre as novidades implantadas em Mato Grosso, há um sistema de agendamento online, gestão administrativa e de pátio automatizadas. Além disso, em novembro a instalação de pontes rolantes para descarga dos caminhões que chegam ao terminal dobrou a capacidade de operação da pluma de algodão. “Iniciamos uma verdadeira jornada de transformação digital da solução de multimodalidade, com foco em eficiência, capacidade e melhor experiência de nossos clientes”, afirma o gerente executivo de Tecnologia da Brado, Marcelo Neder.
Automatização – Com início da implantação em junho de 2022, desde agosto do mesmo ano o aplicativo Trizy passou a ser a plataforma oficial dos agendamentos das descargas no terminal. A operação toda fica online, com localização dos veículos em tempo real, que pode ser acessada pela empresa e pelo cliente. É possível, por exemplo, saber previamente de um atraso e reposicionar um motorista que esteja mais próximo, as chamadas janelas dinâmicas.
Pelo aplicativo os caminhoneiros fazem o check-in no terminal por geolocalização, com abertura da cancela por biometria facial. Também recebem todas as orientações de movimentação do terminal, tornando o processo 100% digital, ágil e sem burocracia. “Passamos a ter mais controle das janelas operacionais de entrada e saída dos caminhões. A operação ficou mais assertiva”, diz Neder.
Com envolvimento de 12 pessoas no projeto, o Trizy desenvolveu uma solução específica para a Brado na operação de produtos que já chegam ao terminal em contêineres, que tem particularidades em relação aos que chegam a granel. “Um veículo que vai agendar uma operação de contêiner pode estar levando o contêiner vazio e indo retirar um cheio. São duas movimentações distintas para o mesmo veículo. explica Ivaldo Junior, coordenador de Contas Enterprise do Trizy. “Para que ele não precise sair do terminal depois que entregou o contêiner vazio, no agendamento é possível informar previamente as duas operações e a empresa prepara o ciclo completo”, destaca.
Outras tecnologias – A operação com contêineres conta ainda com gates que fazem a vistoria automatizada. Os caminhões passam por uma estrutura com diversas câmeras que fazem a leitura da placa do veículo para conferência das notas fiscais. Além disso, as imagens coletadas permitem identificar o estado físico dos contêineres, registrando qualquer avaria no equipamento.
Outros sistemas são integrados a essas soluções e fazem a gestão completa da logística do terminal de forma automática, otimizando os processos de armazéns, pátios, planejamento. “Para desenvolver e implantar todos esses projetos, contamos com uma equipe de 36 profissionais e até fevereiro chegaremos a mais de 50. O resultado, além de impactar na operação, vai melhorar a jornada do cliente, que conta com mais transparência devido à rastreabilidade da carga”, diz Neder.
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