Pesquisa realizada pelo Cubo Agro em parceria com o MIT Technology Review aponta as principais tecnologias emergentes no agronegócio
Conectividade 5G e internet das coisas são as tecnologias habilitadoras com maior probabilidade de receberem investimento no setor de agronegócio nos próximos anos. Isso é o que revela a pesquisa “Tecnologias Emergentes no Agronegócio”, realizada pelo Cubo Agro, iniciativa do Cubo Itaú em parceria com Corteva Agriscience, São Martinho, Itaú BBA, CNH Industrial e Suzano, que tem como objetivo estimular o desenvolvimento tecnológico de startups que oferecem soluções para a cadeia do agronegócio, produzida com o MIT Technology Review.
O foco do estudo é investigar o cenário de investimentos tecnológicos do agronegócio brasileiro e antecipar tendências que possuem viabilidade de aplicação nos próximos anos. “Percebemos que por meio dos hubs, ganhamos profundidade e conhecimento com expertises e visões complementares para entender os obstáculos da área e chegar a soluções mais precisas. Investir em pesquisas como essa é essencial, para ter mais clareza sobre o cenário do agronegócio no Brasil e as soluções de mais potencial para os próximos anos”, explica Paulo Costa, CEO do Cubo Itaú.
De modo geral, analytics e big data; IA e aprendizado de máquina; cloud computing e cybersegurança; georreferenciamento e cartografia digital estão no topo da intenção de investimento de tecnologias habilitadoras. Para o setor primário (produtores rurais, agricultores e pecuaristas), as prioridades são: conectividade 5G, internet das coisas, georreferenciamento e cartografia digital. Já no setor secundário (agroindústria e fabricantes de insumos), analytics e big data, assim como conectividade 5G e internet das coisas ficam em primeiro plano.
Os dados também mostram que é possível fazer algumas correlações, como quanto mais investimento em inteligência artificial e aprendizado de máquina, mais se investe em analytics e big data. Isso porque, para as empresas, não há mais espaço para decisões baseadas apenas no feeling do gestor. “A tecnologia permite que se tenha mais previsibilidade sobre as ações, algo que passou a ser uma necessidade dentro das companhias”, conta Costa.
Quando se fala de analytics e big data, o movimento é proporcionalmente igual para cloud computing e cybersegurança. Cloud computing e big data estão no radar para trazer mais velocidade de captura e processamento de informação em tempo real. O mesmo fenômeno pode ser visto com 5G e internet das coisas, dado que também é possível fazer essa correlação. “Esses insights são relevantes para hubs como o nosso, pois apoiam as companhias na tomada de decisão sobre quais tecnologias investir e a conversar com startups que tenham as soluções que melhor atendem suas necessidades de inovação”, reforça o CEO do Cubo.
Já há experiências sendo feitas com a instalação de sensores nas armadilhas de pragas para identificar infestações de forma mais rápida. Assim, em caso de ocorrências localizadas, é possível enviar drones com defensivos somente no pedaço afetado, resultando em mais sustentabilidade, economia e eficiência.
A São Martinho, uma das companhias do Cubo Agro, apostou na implantação da rede privada de dados e a consequência é que suas possibilidades no dia a dia aumentaram substancialmente. A “iluminação do campo” permitiu a visibilidade em tempo real de informações que antes demandariam dias e grande esforço para serem coletadas. E a partir daí, passar a agir com mais rapidez. “Por exemplo, se um trator para porque furou o pneu, nós conseguimos de imediato acionar o caminhão borracheiro mais próximo. Conseguimos mais eficiência com menor custo operacional”, afirma Edi Claudio Fiori, gerente executivo de TI da São Martinho.
O próximo passo da empresa é buscar mais ferramentas e conhecimento para trabalhar com o intuito de transformar dados em insights que ajudem na tomada de decisões, na eficiência operacional e na criação de produtos digitais. Neste sentido, a empresa está desenvolvendo, por exemplo, uma plataforma de manejo integrado de pragas. O objetivo é encontrar combinações de fatores que criam condições para disseminação da praga, e, assim sendo, ações de combate são imediatas e assertivas.
Segundo a Embrapa, em seu estudo “A Visão de Futuro do Agro Brasileiro”, há oito megatendências para o setor, sendo elas: sustentabilidade, adaptação à mudança do clima, agrodigital, intensificação tecnológica e concentração da produção, transformações rápidas no consumo e na agregação de valor, biorrevolução, integração de conhecimentos e de tecnologias e incremento da governança e dos riscos. Deste modo, máquinas autônomas, como robôs, tratores e pulverizadores, assim como drones ou outros tipos de veículos não tripulados, serão essenciais para o setor. “Por isso a força de uma comunidade como o Cubo Agro é tão agregadora para o ecossistema, pois a soma de expertises de especialistas da indústria agro com empreendedores tecnológicos engajados resulta em grandes avanços de mercado”, finaliza Paulo Costa.
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